POR PRESENÇA DE JESUS
Em toda parte quando vê o próximo em sua expressão de necessidade, de dor, de sofrimento, certamente é capaz de concluir que a misericórdia Divina pode se valer de todos os meios para ampará-lo, especialmente conta com você que tem tantos recursos, porque também é a sua grande oportunidade de fazer sua vida mais produtiva.
Muitos são os chamados ao trabalho redentor com vista a um mundo mais feliz. Além da construção em tarefas rotineiras, porém cada um tem condição de oferecer algo em favor dos mais necessitados. Também o amigo é chamado a secundar o Cristo junto aos órfãos de afeto e aos aflitos, por isso é imprescindível compreender que o seu papel é de suma importância.
Contam com todos, especialmente com aqueles mais afortunados de entendimento, cuja colaboração é imprescindível a benefício deles também e espera que o auxilie nesse trabalho de amor, para que se faça esperança em seus caminhos pelo bem que espalhem. Façam-se luz aos cegos, som os que não ouvem, palavra aos que não falam, sabedoria aos ignorantes, a luz e a verdade para todos, porque somente assim será possível construir o reino de Deus na Terra, porque a força do amor tudo vence.
Em toda a parte a fagulha sagrada chamada amor existe, na pequena planta, como na árvore mais frondosa da floresta; no regato simples e no mar revolto; no homem simples, como no maior sábio do mundo.
Em tudo a caridade seja a bandeira de todos. É importante que todos lutem juntos por um mundo melhor.
Não sabe o insensato que renasceu com enorme possibilidade de ser feliz e fazer os outros felizes que vivem em seu derredor, porém agindo em sentido contrário sofre e faz os outros sofrerem, sem atentar sequer o que está fazendo da vida.
Muitas vezes se porta o homem como aquele personagem da parábola que construiu sobre a areia, parece fazer tantos esforços para viver tão distante dos seus reais interesses. Por se apoiar em bases tão falsas? Não percebe que maioria das vezes age frontalmente contra si mesmo, por conta de frivolidades põe em risco seu maior tesouro que é a graça da reencarnação para refazer o seu destino?
São tantos os casos de criaturas que perderam oportunidades que poderiam ser uma fonte de felicidade, porem somente muito mais tarde é que entenderam esse mecanismo que rege a vida em toda a parte.
Mas, infelizmente não atinaram que tudo poderia ser diferente se agissem sempre no bem. Porque a força no bem é tão poderosa que guarda estrita analogia com o que Jesus falou sobre a fé, literalmente ela é capaz de levar qualquer um a transportar montanhas de erros e contradições, além de abrir clareira luminosa para os seus pés. Porém muitos não conhecem essa extraordinária fonte de recursos.
É notório que aquele que faz o bem aos outros, viva com alegria, como se transportado fora de si mesmo, porque recebe a influência direta dos outros mensageiros do Pai, que ali se encontram para secundá-lo com trabalho abençoado de transformação de antigas estruturas em algo mais condizente com as possibilidades que Deus oferece aos seus filhos amados.
Por isso persista na luta ainda que muitas vezes até não perceba, de imediato, os resultados animadores, porém junto ao próximo em suas crises de sofrimento e miséria, encontrará, com certeza, a presença de Jesus a secundá-lo na tarefa divina de amor aos que sofrem.
Áulus
Otacir Amaral Nunes
Campo Grande/MS.
ALAERTE, O COXO
Há muito tempo atrás numa pequena família, o casal e dois filhos. Um destes era Alaerte, nascera com uma deficiência em um dos pés, que dificultava sobremaneira caminhar, como estive em constante balanço. Desde criança sofrera por conta de preconceito, que sempre lhe causara enormes sofrimentos, pois que não havia um dia que alguém não o chamasse, de “coxo”, ou “aleijado”, isso era motivo de constante revolta.
Depois como souberam que ele não gostava que o chamasse por esses apelidos, mais instigava os seus colegas de infância a incomodá-lo e a feri-lo por conta disso. Às vezes parece que tudo estava bem, de repente por qualquer motivo, alguém usava esse apelido pejorativo, segundo ele, ficava possesso de raiva. Às vezes ditos amigos chegavam bem pertinho dele e gritavam. O Coxo! O Aleijado! Já esperando que ele reagisse e corriam, porém ele nunca conseguia alcançá-los para ir a desforra, era uma sucessão de sofrimento à sua alma sensível.
Mais ainda quando chegou à adolescência, muitas vezes agredia fisicamente quando alguém o chamasse pelo apelido, mas em desvantagens, acabava apanhando também. Já moço, mais se intensificou esses sofrimentos, porque surgiram em seu coração os primeiros sonhos, embora muitas pessoas o tratassem bem, mas alguns sempre que procuravam tirar-lhe a paz com esses apelidos maldosos.
Depois de intensos questionamentos íntimos, julgava-se o mais infeliz das criaturas, pois que todos de sua vizinhança eram perfeitos, do ponto de vista físico, até seu irmão não tinha qualquer deficiência, porque justamente ele fora escolhido para passar por “essa vergonha”, e viver a vida inteira nessa situação, sem um dia de sossego, sem que alguém o chamasse por esse apelido horroroso, “O Coxo” que está fazendo nesse lugar ! Sai da frente “Coxo”. Não está vendo por onde anda “Aleijado”! Sai da frente Coxo maluco!
Mais o que mais feriu ainda quando determinada jovem, disse sem perceber a sua presença. Deus me livre casar com Coxo! Prefiro morrer!. Seu coração fervilhava de ódio, de ressentimento, de decepção e sofrimento por ser chamado daquela maneira, pedira tanto a Deus que o livrasse daquela situação constrangedora. Revoltara-se contra a vida. Um dia desejara até morrer, para não ouvir mais a zombaria das pessoas.
Chegou um dia não aguentou mais, ficou doente, de cama, apesar de todos os cuidados não melhorava. Sua mãe lembrou-se de uma benzedeira, pessoa muito simples, que o conhecia desde criança, aliás, fora uma pessoa que sempre o tratara com bondade. Conversava com ele onde o encontrasse e chamava-o sempre pelo nome. Bom dia Alaerte,!Parece que está orgulhoso, não conhecesse mais os amigos! Como está a sua mãe. Essa mulher já sofrera muito, nem por isso perdera aquela maneira carinhosa de tratar as pessoas. A senhora Silvarina.
Através de conhecidos pediu a presença dela em sua casa para visitar Alaerte.
No dia combinado ela chegou, sempre alegre, olha Alaerte, mas você está doente de verdade, ou está fazendo manha? Será que por traz dessa doença não tem “alguém”, ele se animou um pouco e perguntou-lhe: Meu filho, você quer sarar?
- Sem interesse, respondeu: Não sei? Para que sarar, quem sabe morrer é o melhor. Meu caso não tem jeito.
- Como não tem, meu filho?
- Nasci desse jeito! Todos zombam de mim, chamando-me por apelidos terríveis. Coxo, aleijado, deficiente, inútil.
Só por isso, tantas pessoas nasceram com problemas , nem por isso precisaram morrer para se livrar deles. O problema está dentro de nós, o problema é nosso. Não faça como aquele meu vizinho que esta doente e imagina que mudando de casa vai sarar. A doença vai junto. Se o problema está com a gente é preciso tomar remédio e curar-se. Mas porque que está aborrecido, meu filho?
- Todos me chamam de coxo, aleijado, não aguento mais isso.
-Meu filho, você pode ser coxo, não há como negar, mas também você é bonito!
Aquelas palavras ditas com simplicidade parecem que provocara um choque dentro daquela criatura desalentada. Nunca alguém havia falado dessa maneira.
Continuou ela - Além disso você é forte e saudável. Mais ainda quantas pessoas vieram ver você em sua casa quando ficou doente? Quando estava chegando conversei com a senhora Maria Inácia que mora longe e veio com os filhos só para ver como está de saúde. Você esqueceu também que é querido, desse jeito mesmo por muitas pessoas, existem uns poucos, que a gente pode esquecer.
Precisa olhar o lado bom das pessoas, do mundo, das coisas, Você está tendo dó de si mesmo, isso está lhe fazendo um enorme mal. Reaja meu filho, você não é um coitadinho, como imagina que é, você também é uma pessoa inteligente, somente tem um pequeno defeito na perna, nada mais. Reaja, quando alguém o chamar por esse apelido, reaja dizendo, além de tudo sou bonito, finalmente ele riu, coisa rara naquela criatura que vivera somente pensando naquelas pessoas que o maltratavam . Muitos que falam isso, meu filho, são feios por dentro que é pior que tudo, que parecem uma assombração, nesse momento Alaerte riu com gosto. Esforce e sorria, se alguém o chamar de coxo, você é mesmo, admita, e alegre-se, não baixe a cabeça, mostre que você tem princípios..
Poucos dias levantou-se, e começou a colocar em prática, o primeiro que o chamou pelo apelido, não respondeu , e começou a rir com gosto, a pessoa de tão desconcertada com a reação o deixou, imaginando que ele estava rindo de algum defeito dela, depois somente ria, quando alguém lhe chamasse por apelido, parece que com aquela atitude desarmava as pessoas, aliás, ficou muito popular, por conta de suas gargalhadas quando tentavam humilhá-lo.
Desapareceu de sua face aquele cenho carregado de outros tempos, tornou-se muito popular, alegre e contente com a vida, quando qualquer coisa relativa à sua deficiência o lembrasse de alguma humilhação sofrida, dentro de si respondia, afinal só tenho esse defeito, lembrando a boa senhora que lhe ensinara lições tão simples e verdadeiras, não vai isso mudar o meu ponto de vista que tenho sobre as pessoas, o mundo e as coisas.
Os dias passaram Alaerte tornou muito popular naquele bairro, todos o saudavam por conta de sua alegria, mas nunca esqueceu a sua gratidão aquela mulher simples, sempre a visitava, e levava alguns presentinhos, começou a frequentar mais a casa dela quando já velhinha e ficou doente, fez tudo o que pode por ela. Mas chegou um dia ela partiu em demanda a vida espiritual.
A vida prosseguia serena, casou, teve filhos, procurou sempre passar aos filhos as coisas boas que aprendera, mas especialmente sempre ver o lado bom das coisas.
Um dia Alaerte fora chamado a pátria espiritual. No velório muito simples, muitas pessoas estavam naquela noite velando o corpo, quando conversava um pequeno grupo,. Alguém disse, não é que o coxo morreu mesmo, aquele apelido que fora motivo de tantos sofrimentos, naquele momento soara como um elogio, pois que graça a essa deficiência conseguira vencer o orgulho e a vaidade que em outras épocas foram os grandes causadores dos seus grandes erros em sua marcha evolutiva. Estava feliz naquele derradeiro dia, até a senhora Silvarina estava presente, dizendo que viera dar-lhe um abraço porque fora ele um bom aluno. Ele sorria, alegre e feliz naquele dia que retornava a pátria espiritual.
Mas não parou aí, após deixar a indumentária física, continuou a ajudar aqueles que passam por problemas de preconceito por deficiências físicas ou mentais, pensa que até aquele andar trôpego ajuda a identificá-lo e mostrar que é possível vencer sempre, quando se tem boa vontade e disposição para por em prática projeto de amor ao próximo.
Como já aprendera a servir, com mais empenho se dedicou ainda na vida espiritual, especialmente diante daqueles que eram vítimas dos preconceitos, mas onde houvesse sofrimento ali estava ele, trabalhou tanto na seara bendita que já podia ficar em posição normal, mas continuava a mancar, pois aquela existência fora a mais fecunda, e graças a essa deficiência pode chegar ao fundo dos seus desequilíbrios da alma, e extirpar os venenos que nela se alojara.
Aquela perna com problema representava o seu maior troféu, aliás, era conhecido pelo carinhoso apelido de coxo, embora não precisando mais andar daquela maneira, mas era a sua maior conquista. Nesses momentos de alegria perpassava na sua retina o caminho que trilhara e como fora importante àquela deficiência para domar a sua postura orgulhosa e vaidosa de outros tempos.
Naquele final de tarde, parece mesmo que um sol estava no seu peito iluminando tudo, vendo em cada criatura alguém que muito devia amar, estava feliz de verdade, como nunca fora... Na sua retina parece que via a senhora Silvarina que acenava para ele de outra dimensão, como se parabenizasse por aquela postura diante da vida.
Áulus
Otacir Amaral Nunes
Campo Grande/MS.
A PEDAGOGIA DA ESPERANÇA
Desses princípios fundamentais resultava logicamente a Pedagogia da Esperança. A educação não era mais o ajustamento do ser aos moldes ditados pelos rabinos do Templo, a imposição de fora para dentro da moral farisaica, mas o despertar das criaturas para Deus através dos estímulos da palavra e do exemplo. A salvação pela graça não era um privilégio de alguns, mas o direito de todos. Jesus ensinava e exemplificava e seus discípulos faziam o mesmo. Chamava as crianças a si para abençoá-las e despertar-lhes, com palavras de amor, os sentimentos mais puros. Nem os apóstolos entenderam aquela atitude estranha: um rabi cheio da sabedoria da Torá perder tempo com as crianças ao invés de ensinar coisas graves aos homens. Mas Jesus lhes disse: "Deixai vir a mim os pequeninos, porque deles é o Reino dos Céus".
Sua condição de mestre é afirmada por ele mesmo: "Vós me chamais mestre e senhor, e dizeis bem, porque eu o sou". Sim, ele é o mestre do Mundo, o senhor dos homens, de todos os homens, sem qualquer distinção. Cada criatura humana é para ele um educando, um aluno, como escreveu o Dr. Sérgio Valle: "matriculado na Escola da Terra". Assim, a Terra não é mais o paraíso dos privilegiados e o inferno dos condenados. É a grande escola em que todos aprendemos, em que todos nos educamos. A Pedagogia da Esperança oferece a todos a oportunidade de salvação, porque a salvação está na educação.
Vejamos este expressivo trecho de Francisco Arroyo em sua "História Geral da Pedagogia":
"Jesus possui todas as qualidades do educador perfeito. Os recursos pedagógicos de que se serve conduzem o educando, com feliz e profunda alegria, à verdade essencial dos seus ensinos. Por isso pode sacudir e despertar a consciência adormecida do seu próprio povo, asfixiado sob o peso excessivo da lei mosaica e da política imperialista da época".
"Os ensinos de Jesus são sempre adaptados aos ouvintes. Ele pronuncia as suas palavras de forma compreensível para todos, sempre nas ocasiões mais oportunas. Recorre frequentemente às imagens e parábolas, dando maior plasticidade às suas ideias".
"A Pedagogia do mestre é também gradual. Não cai jamais em precipitações que possam fazer malograr o aprendizado. Semeia e espera que as sementes germinem e frutifiquem: Tenho ainda muito a vos dizer, mas vós não o podeis suportar agora".
"Como todo educador genial, Jesus emprega em alto grau a arte de interrogar, de expor, de excitar o interesse dos discípulos. Seus colóquios decorrem sempre num ambiente de incomparável simpatia. É digno, severo, paciente, segundo as circunstâncias e os interlocutores".
Os seus ensinos são claros e intuitivos. Cria figuras literárias e busca exemplos da vida cotidiana para esclarecer o seu pensamento. “Aperfeiçoou a forma da parábola e revestiu-a de incomparável esplendor” (Riboulet).
"Seus ensinos têm um toque de autoridade (Eu sou o caminho , a verdade e a vida, todo o poder me foi concedido). Mas exerce com suavidade a sua autoridade. Responde com bondade aos contraditores de boa fé e com energia aos que querem combatê-lo".
J. Herculano Pires
Fonte: Pedagogia Espírita, Edição Edicel
O AMOR, ESSÊNCIA DIVINA
O amor é substância criadora e mantenedora do Universo, constituído por essência divina.
É um tesouro que, quanto mais se divide, mais se multiplica, e se enriquece à medida que se reparte.
Mais se agiganta,na razão que mais se doa. Fixa-se com mais poder, quanto mais se irradia.
Joanna de Àngelis.
Amor, Imbatível Amor, Divaldo Pereira Franco
NOTA DEZ
O amor de Deus é uma semente que se planta no coração da gente e plantada consegue multiplicar-se infinitamente...
Como numa periódica composta vai completando as nossas necessidades enquanto cresce em nosso coração o sentimento divinizado da esperança que podemos nos transformar em verdadeiros voluntários nas tarefas que atendam as necessidades básicas das criaturas que estão enfrentando dificuldades e que são momentaneamente excluídas da sociedade em que vivem pelo grau de pobreza que apresentam, dignificando dessa forma a desigualdade que resiste em separar uns dos outros, achando que o poder da riqueza consegue consumir as trevas que desenvolvem o sofrimento.
Cada um de nós é uma semente divinizada e se for plantada no seio da terra, conseguirá transformar-se em ferramenta útil contra a fome, dando ao viajor faminto o pão que está sobre a mesa, aguardando apenas a sua presença.
Com Deus, somos fortes e corajosos!
E milhares de criaturas, todos elas em crise de sofrimento, aguardando com fé a dignidade do serviço gratuito que vem em fórmulas de doação, tirando de cada um de nos o egoísmo da separação para unir uns com os outros na luta pela sobrevivência do corpo e da iluminação do espírito que caminha na direção do Pai celestial.
Onde existe a infinita pobreza, há também os anjos que estão no céu conduzem nossos pensamentos para que a luz que brilha e possa levar o alento e a esperança, melhorando a causa e o efeito do sofrimento, enquanto continuamos deixando multiplicar essa semente que Deus plantou em nosso coração.
Cada criatura é uma estrela da constelação maior e nela o poder de Deus age dando a cada um, a possibilidade de transformação.
O bem e o mal são elementos necessários para deixar o homem liberto do egoísmo e do ódio, transformando a sua capacidade de compreender que a vontade de todos resume na felicidade que possam alcançar, mesmo diante do sofrimento, porque sabem que há sempre um recomeço em cada dia que nasce depois da noite escura, indicando que é tempo de viver plenamente todo o bem que pudermos realizar.
Hugo Pereira do Vale
Mensagem psicografada pelo médium João de Deus, no dia 12/07/2012, em reunião pública no Grupo Espírita da Prece, Campo Grande/MS.
PRECE
Senhor: Esta é uma das casas que nos deste à oração para que a tua benção nos clareie o caminho.
Ensina-nos a construir dentro dela o lar de nossos corações, em cuja doce intimidade aprendamos de ti a bondade e a renúncia, o devotamento e a compaixão.
Que dela faças um lugar consagrado ao teu serviço, onde estejamos contigo, de alma descerrada aos sofrimentos e necessidades do próximo, a fim de que os nossos irmãos de humanidade aqui te encontrem a Celeste Presença.
Ajuda-nos a exaltá-la, através do respeito à nossa própria consciência para que ela seja dignificada na veneração dos outros.
Discípulos do Espiritismo que te restauram na Terra a Doutrina de Luz, faze-nos compreender que o Centro Espírita é um templo de trabalho educativo e de solidariedade humana, onde a honra do teu nome está empenhada em nossas mãos.
Induze-nos à concórdia e à simplicidade, para que a separação e o orgulho não nos arrojem às trevas.
Desperta-nos o sentimento e o raciocínio em tuas lições, para que tenhamos o coração e o cérebro sintonizados no verdadeiro bem, escalando os degraus da caridade e da cultura no rumo da Sabedoria e do Amor que nos aguardam na imortalidade vitoriosa.
Senhor, não desconhecemos que os nossos próprios enganos podem obscurecer-nos o entendimento, imobilizando-nos os passos nos labirintos da sombra. Auxilia-nos, assim, a cultivar o caráter acima da convicção e o exemplo acima das palavras.
Mergulha as raízes da nossa existência nas águas da tua misericórdia, para que a fraternidade frutifique em nossos dias e inspira-nos a humildade para que não vivamos distraídos na ilusão.
Concede-nos a alegria incessante do serviço, afim de que sejamos agradecidos ao suor e às lágrimas dos companheiros que lutaram e sofreram, antes de nós, para que este santuário se erga em teu nome e compadece-te de nossas mãos no arado de nossos deveres, para que sejamos fiéis à tua confiança, hoje e sempre. Assim seja.
Emmanuel
(Psicografia de Francisco Cândido Xavier)
FÉ CEGA, FACA AMOLADA
A fé cantada em verso e prosa, como diz o poeta, “Andar com fé eu vou, que a fé não costuma faiá” é uma grande verdade, verificada em qualquer época e lugar pelas pessoas que a exercitam.
Mas, a fé preconizada pela Doutrina Espírita pode ser Divina ou humana, e é aí nesse segundo termo que pode haver “falha”, pois se refere à humanidade, que ainda labora em erros próprios de seu baixo estado evolutivo, estado espiritual é claro, porque intelectual e tecnologicamente a humanidade terrestre vive grande momento de evolução.
Os Espíritos superiores ao ditarem a Doutrina consoladora afirmam que a fé é, no Homem, o sentimento inato e a consciência das faculdades gravadas no íntimo do ser; faculdades que dependem de sua vontade para desabrochar e tornar a fé, a mãe da esperança e da caridade.
Afirmam os benfeitores imortais que a fé é empolgante e contagia aqueles que não a possuem e por ser inspiração Divina, a fé desperta os instintos nobres que levam o Homem ao bem, objetivo a ser alcançado por todos os filhos de Deus.
Allan Kardec, o glorioso codificador da salutar Doutrina dos Espíritos, alerta que a fé não se prescreve, não se impõe e é uma conquista do Espírito, demonstrada por aqueles que têm uma fé inata, sinal de progresso anterior, isto é, de outras vidas. A fé sendo sincera acalma, porém, se apoiada em crenças e dogmas especiais leva ao choque entre a evidência dos fatos e a razão e se esse choque for ao extremo, acaba gerando o fanatismo.
O Evangelho de nosso Senhor está repleto de citações e reconhecimento do poder da fé, que transporta montanhas, e para não nos alongarmos, citaremos apenas umas passagens como a que Jesus, vendo a fé do paralítico disse-lhe: “Filho, tem bom ânimo, perdoados te são os teus pecados.”
E da vez em que foi solicitado por um chefe que pensava haver morrido sua filha, mas que tinha a certeza que se Jesus impusesse-lhe as mãos ela retornaria à vida, e quando Jesus chegou a casa daquele chefe disse: “Retirai-vos que a menina não está morta, mas dorme; pegou-lhe a mão e ela se levantou.
Assim também daquela mulher que sofria há doze anos de um fluxo sanguíneo e acreditava que bastaria tocar Suas vestes e encontraria a cura e foi o que fez, tocando-o por trás, ao que Jesus voltando-se para ela disse-lhe: “Tem ânimo minha filha, tua fé te salvou.”
Para encerrar as citações lembramos ainda aquela do centurião de Cafarnaum que lhe enviou uns anciões rogando que viesse curar seu servo que estava moribundo. Jesus já estava chegando a sua casa quando se deparou com novos amigos enviados pelo centurião a dizer-lhe que ele, o centurião, não era digno nem de se encontrar com ele e muito menos que o mestre adentrasse sua casa, bastando somente que dissesse uma palavra e ele seria curado, e Jesus ouvindo isso, maravilhou-se e disse à multidão que o seguia: “Digo-vos que nem ainda em Israel tenho achado tanta fé.” E voltando a casa os enviados encontraram o servo curado.
A Doutrina Espírita revivendo o Evangelho do Cristo de Deus através dos missionários enviados para trazer-nos o Consolador prometido, insculpe a máxima elucidativa expressa por Allan Kardec e que ficou como emblema da fé espírita:
“Fé inabalável só o é a que pode encarar frente a frente a razão, em todas as épocas da Humanidade.”.
Crispim.
Referências Bibliográficas:
A Bíblia Sagrada.- Sociedade Bíblica do Brasil. 1969.
O Evangelho Segundo o Espiritismo. – Allan Kardec. Tradução de Guillon Ribeiro.
ABORTO CRIMINOSO
“- Reconhecendo-se que os crimes do aborto provocado criminosamente surgem, em esmagadora maioria, nas classes mais responsáveis da comunidade terrestre, como identificar o trabalho expiatório que lhes diz respeito, se passam quase totalmente despercebidos da justiça humana?
- Temos no Plano Terrestre cada povo com seu código penal apropriado à evolução em que se encontra, mas, considerando o Universo em sua totalidade como o Reino Divino, vamos encontrar o Bem do Criador para todas as criaturas, como Lei Básica, cujas transgressões deliberadas são corrigidas no próprio infrator, com o objetivo natural de conseguir-se, em cada circulo de trabalho no Campo Cósmico, o máximo de equilíbrio com o respeito máximo aos direitos alheios, dentro da mínima quota de pena.
Atendendo-se, no entanto, a que a Justiça Perfeita se eleva, indefectível, sobre o Perfeito Amor, no hausto de Deus “em que nos movemos e existimos”, toda reparação perante a Lei Básica a que nos reportamos, se realiza em termos de vida eterna e não segundo a vida fragmentária que conhecemos na encarnação humana, porquanto, uma existência pode estar repleta de acertos e desacertos, méritos e deméritos e a Misericórdia do Senhor preceitua, não que o delinquente seja flagelado, com extensão indiscriminada de dor expiatória, o que seria volúpia de castigar nos tribunais do destino, invariavelmente regidos pela Equidade Soberana, mas sim que o mal seja suprimido de suas vítimas, com a possível redução de sofrimento.
Desse modo, segundo o principio universal do Direito Cósmico a expressar-se, claro, no ensinamento de Jesus que manda conferir “a cada um de acordo com as próprias obras”, arquivamos em nós as raízes do mal que acalentamos, para extirpá-las à custa do esforço próprio, em companhia daqueles que nos afinem à faixa de culpa, com os quais, perante a Justiça Eterna, os nossos débitos jazem associados.
Em face de semelhantes fundamentos, certa romagem na carne, entremeada de creditos e dívidas, pode terminar com aparências de regularidade irrepreensível para a alma que desencarna, sob o apreço dos que lhe comungam a experiência, seguindo-se de outra em que essa mesma criatura assuma a empreitada de resgate próprio, suportando nos ombros as consequências das culpas contraídas diante de Deus e de si mesma, a fim de reabilitar-se ante a Harmonia Divina, caminhando, assim, transitoriamente, ao lado de Espíritos incursos em regeneração da mesma espécie.
É dessa forma que a mulher e o homem, acumpliciados nas ocorrências do aborto delituoso, mas principalmente a mulher, cujo grau de responsabilidade nas faltas dessa natureza é muito maior, à frente da vida que ela prometeu honrar com nobreza, na maternidade sublime, desajustam as energias psicossomáticas, com mais penetrante desequilíbrio do centro genésico, implantando nos tecidos da própria alma a sementeira de males que frutescerão, mais tarde, em regime de produção a tempo certo.
Isso ocorre não somente porque o remorso se lhes estranhe no ser, à feição de víbora magnética, mas também porque assimilam, inevitavelmente, as vibrações de angústia e desespero e, por vezes, de revolta e vingança dos Espíritos que a Lei lhes reservara para filhos do próprio sangue, na obra de restauração do destino”.
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André Luiz
Do livro “Evolução em Dois Mundos”, de Francisco C. Xavier
LEMBRETE IMPORTANTE:
Para aqueles que viajam para cidades do interior do Estado, ou aqueles que se dirigem a Capital, que são espíritas ou simpatizantes, não esqueçam de consultar antes de viajar o site: www.luzesdoamanhecer.com, onde terá endereço dos principais centros espíritas do Estado.
Na Capital, pode escolher o dia e horário de palestras, evangelização infantil e tratamento de cura. Em qualquer caso visite as casas espíritas, mesmo porque as experiências dos outros sempre enriquece.
Caso saiba de alguma Casa Espírita que abriu recentemente e queira que conste o endereço na internet e/ou receber nosso Jornal o E-mail é: otaciramaraln@hotmail.com.
CURA E TRATAMENTO
Há mais de vinte anos Chico contou-me este caso, à época, já antigo. A lição, ainda hoje, é atual.
E,1931, ele começou a sentir sintomas de grave moléstia ocular.
Apesar de tratamento com oftalmologista amigo durante alguns anos, certo dia seu olha sangrava e doía tanto que ele resolveu perguntar ao Espírito de Emmanuel.
- Será que o senhor não poderia pedir ao Dr. Bezerra ou algum outro benfeitor espiritual que me curasse o olho?
Emmanuel respondeu no estilo sóbrio de sempre:
- Continue tratando com o médico amigo e sofra com paciência e resignação, porque este seu caso não tem cura e não posso fazer na por você nesse sentido.
- Mas se o senhor, que é o meu protetor, está dizendo que não tem cura, que não pode fazer nada por mim, como e que vou continuar trabalhando?
O iluminado espírito completou sereno:
- Eu disse que não tem cura, não que não tem tratamento.
Desde então até hoje, Chico trata religiosamente do olho doente, colocando remédios várias vezes por dia.
Adelino da Silveira
Do livro “Momentos com Chico Xavier”.
APARENCIA E REALIDADE
Chico, ando receoso de falar. E estou em conflito. Não sou a imagem que fizeram de mim.
- Alguns me consideram bom, outros consideram uma pessoa desprezível. A opinião do outros não altera o que sou. Vivo diariamente com a imagem que fazem de mim e com a minha realidade interior.
Adelino da Silveira
Do livro “Momentos com Chico Xavier”.
O ESPÍRITA
O espírita é aquele que luta todos os dias para corrigir as suas imperfeições morais.
Se porventura vê o mal, procura fazer o bem, aliás, ver o lado bom das pessoas e do mundo, porque apesar de todas as contingências adversas do caminho, percebe que há muita claridade além de nossos pequenos desafios do dia-a-dia.
Mesmo sem recursos não se acha dispensado de praticar o bem, porque já reconhece que viver é um grande privilégio e deve ter um justo motivo para dar a sua contribuição para um mundo melhor.
Se porventura detém possibilidades de natureza intelectual, sente-se no dever de auxiliar o que sabe menos, proporcionando-lhe o tesouro da instrução.
Se já capaz de compreender as vantagens de praticar o bem, transforma-se num distribuidor de bênçãos.
Se muitas vezes reconhece que procedeu de maneira equivocada, procura corrigir-se e tornar-se bom e generoso.
Se acaso tem muitos recursos amoedados, espalhe com abundância, transformando as moedas de valor transitório em valores imperecíveis.
Mesmo em situação difícil, nem por isso se julga dispensado de oferecer a sua contribuição, da forma que puder para auxiliar aquele que ainda tem menos.
Se já goza das vantagens de uma família, procura orientá-la para que nunca esqueça o principal, que é “amar o próximo como a si mesmo”, como o maior tesouro que se pode amealhar na vida.
Se não tem família consanguínea, transforma todos os membros da comunidade como sua família ampliada, cultiva sentimento de bondade para com todos.
Se já fora agraciado com talentos procura utilizá-los em proveito dos outros, lembrando as palavras de Jesus, “aquele que muito recebeu, muito será exigido”, por isso não negligencia a oportunidade de fazer o bem.
Se hoje enfrenta vendavais de problemas, não acusa ninguém pelos males que sofre, porque já sabe, se existem problemas em seu caminho - é o grande devedor- , porque o credor não bate, nesse caso, na porta errada, mas pelo contrário agradeça pela oportunidade de já poder lecionar compreensão para si mesmo, mostrando que a dor é a resposta de atitudes insensatas de ontem que tem o objetivo de lembrá-lo que a dívida está em aberto e é preciso pagá-la, sem o que nunca será livre, porque o mal que perpetramos contra o próximo se constitui numa terrível prisão.
Se já conseguiu situar-se num patamar de compreensão, não julgue ninguém porque reconhece que há muito que corrigir em si mesmo. Sabe dos defeitos que carrega, mas para reforçar essa ideia, lembra-se do Evangelho de Jesus: "com à medida que medirdes lhes medirão também”.
Agradece todos os dias a oportunidade de viver, porque assim pode de alguma forma ser útil, porque já sabe que a vida aqui ou no mais além se conta pelo bem que se pratica, pois que somente servindo ao próximo justifica a sua presença como encarnado aqui neste globo.
Entristece-se quando vê os maus praticando atos condenáveis, porque se lembra que já fora assim, sabe que literalmente não sabem o que estão fazendo, porque em verdade estão amontoando montanhas de problemas sobre suas próprias cabeças que mais cedo ou mais tarde, terão que a duras penas restituir até o último ceitil.
Reconhece que na família consanguínea, muitas vezes, estão os grandes alegrias, mas também os grandes problemas, porque estão reunidos muitos desafetos do passado convivendo sob o mesmo teto para resolver antigas desavenças que precisam uma resposta contundente, de perdão e concórdia.
Se porventura deserta do lar, sabe que de outra feita pode não ter onde se acolher. Se hoje despreza os sentimentos mais sagrados, amanhã talvez tenha que implora compreensão e bondade, sem ser ouvido sequer. Se no momento se julga superior aos demais, de outra feita a contra gosto deverá calçar as sandálias da humildade, talvez até batendo de porta em porta rogando um pedaço de pão, talvez para superar o orgulho, ou mesmo perambular por ruas e estradas sem encontrar um teto para repousar.
Porque uma coisa é certa, da sementeira que semear ao longo do percurso, dela ceifará - É a lei.
Se avaro e sovina,ou perdulário e esbanjador, poderá não ter o pão.
Se cruel e desumano, poderá faltar um dos membros do corpo físico em que se apoiar, para que não venha praticar o mal, prejudicando-se outra vez.
Se porventura abusa dos dons da saúde e de tudo que o corpo lhe ofereceu para a sua libertação espiritual, poderá renascer com deficiências motoras.
Em suma, em tudo colherá amanhã o que plantou hoje, disso não esqueça nunca, como age, assim se fará merecedor do bem ou do mal - é a regra absoluta.
Se porventura recebeu a graça da instrução, não a guarde de maneira avara e inconsequente, mas a espalhe como se espalha a boa semente.
Em tudo deve o espírita proceder como o sábio conselho do apostolo Paulo: “tudo te é licito, mas nem tudo te convém”, de tudo extrai o melhor, nisso que o verdadeiro espírita deve colocar as suas maiores preocupações.
Lembre-se que quem mais trabalha é o Mestre.
Se não aproveita dos recursos dessa extraordinária doutrina, será semelhante aquele que guarda na prateleira a mais preciosa essência que lhe daria a mais bela compensação, no entanto, guardada, não servirá para coisa nenhuma, assim como o mais belo talento não vale nada, sem uso.
Se já é capaz de repassar lições consoladoras do mundo espiritual, talvez não por seus méritos, mas por necessidades sua e dos outros, se ainda não alcançou os meios de orientação segura da vida maior, deve estudar e muito porque a instrução dar-lhe-á segurança.
Se porventura recebe mensagens importantes será mais pelas lágrimas que pode enxugar do que satisfazer o seu orgulho, mesmo porque espírito superior não perderá tempo com quem não se fizer digno, talvez como derradeira tentativa de abrir-lhes os olhos para a realidade espiritual, é capaz de levar até o seu próprio lar as lições de seu exclusivo interesse, por isso, não se julgue melhor que ninguém.
Mas talvez por misericórdia está recebendo as lições mais claras nesta existência para que se emende e não as aplique somente aos outros.
Assim coloque o sentido no que faz da vida, a fim de que ela produza os frutos preciosos que se fazem imprescindíveis.
Áulus
Otacir Amaral Nunes
Campo Grande/MS.
VIVER É PRECISO
Outro dia apareceu aqui um homem dizendo que estava com vontade de morrer para ser feliz. Disse a ele:
- Se o senhor ainda não construiu o reino de Deus dentro do seu coração, não adianta sonhar com o céu. Querer morrer pensando que vai ser feliz é enfermidade do espírito. Morrer não é tudo. Precisamos saber o que somos.
É isso que nós, os espíritas, precisamos entender. Estamos todos encarcerados em nós mesmos. Precisamos perder a ilusão de um céu próximo de uma santidade imaginária, de ter feito sem fazer, de estarmos próximos do reino de Deus.
Quando desencarnados vamos ficar por aqui mesmo até melhorarmos por dentro.
Adelino da Silveira
Do livro “Momentos com Chico Xavier”.
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