FRANCISCO DE ASSIS
O pobre de Assis, como é conhecido, mas rico de qualidades morais, onde o amor, a caridade, a benevolência para com todos, além do perdão das ofensas eram a marca grandiosa de seu procedimento e de sua vida. Não era somente uma questão de fé religiosa, mas a realidade prática do seu quotidiano. Não esperou as facilidades do mundo, mas construiu com o amor, oferecendo em toda a parte o bom exemplo do trabalho em favor do próximo, embora já decorridos mais de oitocentos anos, seus exemplos são lembrados em toda a parte.
Trouxe a síntese perfeita dos ensinamentos do Mestre a quem muito amava, declarava em sua oração, “que é mais importante amar do que ser amado; compreender que ser compreendido”, concluindo, por fim, “que é morrendo é que se nasce para a vida eterna”, demonstrando de maneira tão simples a base dos ensinamentos de Jesus, que consiste na renúncia ao mundo material, por compreender a excelência do mundo espiritual.
É verdade que não foi bem compreendido na sua época, como ocorre normalmente com os grandes missionários que vieram à frente do seu tempo, porém foram tão fecundos em seus bons exemplos, que apesar do tempo decorrido de sua presença física no mundo, continua produzindo os seus frutos, ainda nos dias de hoje, em toda a parte reverenciam-lhe o nome venerável. Muitas instituições em que o amor e a caridade sejam os seus grandes objetivos, tem-no como patrono, como forma de incentivar aos novos trabalhadores do bem.
Lembrando a sua história particular, é importante notar que tinha tudo para não seguir esse caminho, mesmo porque seu pai se oponha a essa atitude de amor cristão, queria, na realidade que o filho fosse um homem do mundo, ambicioso como ele, sempre querendo mais bens materiais e destaque social, mas independentemente do que seu pai pensava, seguiu o caminho que escolheu com muita decisão, deixando um exemplo vivo para a Humanidade.
Sua vida foi um exemplo vivo da mensagem de Jesus, que história demonstra que era um espírito iluminado que inclusive pregava aos peixes e aos outros animais, tal a simplicidade e grandeza de seu espírito. Era ao mesmo tempo bom e benevolente para com toda a criatura, pois considera a todos como filhos de Deus, independente do crédito religioso a que se filhasse, aos quais sempre procurava amar e aproveitava todas as oportunidades para levar os ensinamentos de Jesus,ou alguns beneficio que pudesse.
Foi um exemplo de homem de bem, que renunciou ao mundo para seguir os ensinamentos de Jesus, no seu semblante irradiava a paz da consciência e do dever retamente cumprido.
Assim que sempre é reverenciado como um homem de bem e de fato o é com toda a extensão da palavra. Por isso, sempre vale a pena conhecer a vida desse espírito extraordinário e apóstolo dileto de Jesus. Num primeiro momento se apresentou ao mundo como João Evangelista e depois reencarna como São Francisco de Assis, nesse dois momentos de sua vida extraordinária demonstrou profunda fidelidade ao Mestre Venerável, e veio dar a interpretação correta a sua mensagem, isto é, vivendo-a na prática.
E continua ainda hoje ele a acenar a todos aos homens de boa vontade, para que se incorpore a grande falange do bem.
Um dia quando estava capinando o jardim alguém lhe pergunto o que faria se tivesse que morrer naquele dia ainda. Respondeu : Continuarei a fazer o que estou fazendo, mostrando que tinha a consciência tranquila, serenidade essa que o bem praticado sempre proporciona.
Áulus
Otacir Amaral Nunes
Campo Grande/MS.
O MENDIGO E O COMERCIANTE
É difícil avaliar direito o sofrimento do próximo, quando nada nos falta.
De observar aquele pedinte que bate de porta em porta, em sua rotina, quantas humilhações sofre todos os dias, tanta indiferença dos outros filhos de Deus. É uma raridade que de sua dor alguém se compadeça.
Quem o vê na sua rua não imagina quantas portas já foram fechadas por conta de sua presença, quantas palavras injuriosas já ouviu. Às vezes está doente, sem força, depois a fome - essa tirana implacável-, só pedia um pedaço de pão.
De outro lado àqueles afortunados de valores amoedados, jogavam avultadas soma por futilidades, muitas vezes pela vã ilusão de ostentar, aliás, para demonstrar algo que não eram absolutamente, mas nunca pensaram em ser úteis...
Ninguém é capaz de avaliar quantos sofrimentos e privações este pobre homem passava todos os dias, às vezes por coisas insignificantes, que dependia da aprovação alguém com um aceno mão, depois as noites sem luz e sem perspectivas, noites ao relento.
Talvez até nem pense no amanhã para não sofrer antecipadamente e avaliar o que o aguarda no dia seguinte. Deitará num leito improvisado, no chão de terra batida, na calçada, ou de alguma construção abandonada, talvez nem durma tal o desconforto, do calor ou do frio, para levantar-se no dia seguinte e seguir a sua sina, sem perspectiva, talvez tenha renunciado a lutar, por conta de uma grande dor ou perda insuportável ao seu coração, ou mesmo por limitações físicas ou intelectuais. Às vezes até porque não teve pais que lhe ajudassem a dar os primeiros passos na vida, com certeza, aprendendo as duras experiências na escola da vida diante de homens duros e cruéis.
Ele sempre passa pela frente da casa de um comerciante. E caminha por aquelas cercanias nas horas de alimentar o seu pobre corpo..
O comerciante pensa, mas por que Deus fez assim esse miserável, com tantas limitações e a mim com tantos privilégios? Julga-se afortunado. Mas esqueceu que “a quem muito foi dado, muito será exigido”.
Somente uma abstração mental do comerciante de destaque, porque esse pensamento logo passava, afinal precisava ganhar muito dinheiro, isso é o que mais interessava no momento.
Ali o comerciante no seu conforto e o mendigo na sua miséria, porém o tempo impassível vai passando diante de ambos, aliás, esses dias correm céleres. O mendigo era jovem ainda, agora os cabelos começam a embranquecer-se prematuramente, talvez por conta dos sofrimentos exacerbados porque passara, já não caminha mais de forma ereta como antes, meio curvado pelos anos, mas segue em frente. E o comerciante cada dia mais rico, continua olhar o mendigo com indiferença. Um dia até pensou em dar-lhe migalhas, porém logo esqueceu.
Quando um dia à noite acordou sobressaltado, sonhou que tinha uma dívida muito sério com ele, voltou a pensar em fazer algo por aquele miserável mendigo, mas com as brumas da manhã também desapareceram suas boas intenções. Havia coisas mais importantes do que pensar nesse pobre coitado. Imaginem, que até pensou que poderia passar por uma pessoa depreendida diante daquelas pessoas da sociedade, no fundo, regozijou com isso, mas quando calculou poderiam interpretá-lo mal metido com essa gente, esqueceu logo essa hipótese. Justificou-se, afinal, fora só um sonho nada mais!
Tudo continuava na mesma situação, o comerciante rico cada dia mais rico, o mendigo cada dia mais miserável, cada um seguia o seu caminho, mas teimosamente a aquela ideia não saia da cabeça do comerciante, depois pensou. Bobagem o problema não é meu, logo começou a pensar em coisas mais importantes para ocupar o seu tempo.
Porém por essas coisas do destino, o comerciante sempre encontrava o mendigo nos lugares inusitados e mais distantes, um dia entre dentes disse: Parece que até esse miserável me persegue! Onde eu vou, lá está ele, parece que para me provocar. Às vezes repetia na mente, mas por que Deus fez esses miseráveis, não servem para nada, somente para aborrecer as pessoas que trabalham. Outras vezes pensava não consigo entender Deus, pensando bem, porque existem criaturas dessas, sem finalidade nenhuma.
O mendigo já andava com os passos trôpegos, incertos, os cabelos diminuíram muito, agora já andava mais distraído, não prestava muita atenção nas coisas ou nas pessoas, com dificuldades já se alimentava, por horas sentava-se ao chão e ficava olhando para o vazio, como se estivesse revendo o seu passado, repassando diante dos seus olhos cansados. Seu corpo vai sendo vencidos pelas privações, mas na casa do comerciante é só festa.
A ultima novidade.Vai casar a filha caçula, uma enorme festa para toda a alta sociedade, a todos os momentos chegam presentes, mensagens de felicidade pelo matrimônio. O noivo é muito rico.Os pais da noiva exultam de alegria por conta do enlace vantajoso, pois que vai aumentar mais ainda a fortuna daquela família. Porém perto dali, naquela noite, morre o mendigo. No outro dia, corre a noticia, aliás, sai até em noticia no Jornal que morrera o mendigo fulano de tal, pois que ali vivera muitos anos e era conhecido naquele lugar. À noite caíra uma chuva torrencial e ele sem cobertas morrera na calçada, encontraram–no pela manhã.
O comerciante ouve a noticia e sente um amargo arrependimento, especialmente porque poderia ter feito alguma coisa por aquele homem, porque na noite passada teve uma enorme falta de ar, e pensou logo que poderia morrer.
Aquele mendigo que por tanto tempo o conhecera, chamado Antonio, morrera, afinal pensara tanto mal dele, aliás uma vez pediu pão em sua casa, além de destratá-lo, ainda ameaçou chamar a polícia para prendê-lo, caso se atrevesse vir importuná-lo. Nunca mais ali chegou, evitava passar na calçada de sua loja.
Agora sente um enorme arrependimento, às vezes tanto alimento estragava ou era jogado ao lixo, poderia ter ajudado algumas vezes, ah! Se pudesse voltar atrás. A morte do mendigo fora um forte abalo para ele, não imaginava que poderia morrer. Preocupou-se.
A verdade que com a morte do mendigo ficou inseguro, embora nada tivesse com isso, mas passou a pensar tanto nele, agora parece que queria encontrá-lo para fazer alguma coisa por ele.Mas tarde demais. Ninguém agora o veria mais, não teria condições de ser ameaçado pela fome. Nem pelas pessoas. Mas verdade que aquela morte o abalou. Evitava falar no assunto, mas sempre lembrava dele. Aliás, sentia falta dele.
Uma noite sonhou com Antonio, isso mesmo. Viu o maltrapilho como antes e depois foi se transformando lentamente num distinto cavalheiro que muito o impressionou, aliás, parecia que o conhecia de outras épocas, depois se lembrou de que ele era algum membro de sua família, aliás, era o seu filho, que ele um dia expulsou de casa por motivos banais, simples suspeita, por algo que ele absolutamente não tinha culpa, e depois jamais o encontrou, arrependido morreu chamando por ele. Agora estava ali, na sua frente, sem dizer palavras,foi se retirando lentamente e sumiu na soleira da porta. Acordou gritando. Acordou toda a casa e vieram ver o que havia acontecido. Justificou que fora só um sonho.Será isso verdade? Perguntava-se. Encontrou tantas vezes e não o reconheceu, porque apesar de tudo, ainda continuava tão apegado aos valores materiais quanto antes que não tinha tempo para mais nada. Naquele instante uma grande tristeza se abateu sobre ele, aqueles valores pelos quais lutaram tanto, não tinham qualquer justificativa. Foi ficando triste e perdeu o gosto de viver e morreu encerrado num quarto lamentando o que acontecera.Embora todos tentasse animá-lo mas não teve jeito. Numa manhã encontraram-no morto.
Áulus
Otacir Amaral Nunes
Campo Grande/MS.
LUZES DO ENTARDECER
Conserva contigo os companheiros idosos, com a alegria de quem recebeu da vida o honroso encargo de reter, junto do coração, as luzes remanescentes do próprio grupo familiar.
Reflete naqueles que te preservaram a existência ainda frágil, nos panos do berço; nos que te equilibraram os passos primeiros; nos que te afagaram os sonhos da meninice e naqueles outros que te auxiliaram a pronunciar o nome de Deus. Já que atravessaram o caminho de muitos janeiros, pensa no heroísmo silencioso com que te ensinam a valorizar os tesouros do tempo, nas dificuldades que terão vencido para serem quem são, no suor que lhes alterou as linhas da face e nas lagrimas que lhes alvejaram os cabelos.
E quando, porventura, te mostrem azedume ou desencanto, escuta-lhes a palavra com bondade e paciência...
Não estarão, decerto, a ferir-te e sim provavelmente algo murmurando contra dolorosas recordações de ofensas recebidas, que trancam no peito, a fim de não complicarem os dias dos seres que lhes são especialmente queridos!... ama e respeita os companheiros idosos! São eles as vigas que te escoram o teto da experiência e as bases de que hoje te levantas para seres quem és... Auxilia-os, quanto puderes, porquanto é possível que, no dia da existência humana, venhas igualmente a conhecer o brilho e a sombra que assinalam, no mundo, a hora do entardecer.
Meimei
Francisco C. Xavier
ENTREVISTA COM CHICO XAVIER
P - Chico acredita que, com base no que aprendeu em mais de 50 anos de mediunidade, existe a possibilidade de as pessoas se encontrarem após a morte?
R - Tenho aprendido que todos aqueles que realmente se amaram reciprocamente, se encontram novamente, e num amor de nível superior, não no amor possessivo que nós habitualmente conhecemos.
E continua: Aqueles que partiram antes de nós, na maioria das vezes, renunciam a posições mais altas para permanecerem junto de nós, escorando nossos corações, para que possamos suportar a carga benéfica de nossas obrigações. Estamos sendo apurados na moenda do sofrimento aqui na Terra. Isso é muito natural.
P - Como a Doutrina Espírita explica a vida e a morte?
R- Pela fé, viemos de Deus. Nossos pais nos receberam da Divina Providência e nos matricularam com um nome x. O nome que temos não é este, é apenas o nome que nossos pais nos deram no Cartório. Vivemos aqui durante um tempo como quem está internando num colégio. O corpo é a carteira em que sentamos para estudar. Amamos, brigamos, mas saímos sempre aprendendo alguma coisa e vamos para o lado de onde viemos, que é o mundo espiritual. Aqui, nossos bisavós, trisavós, todos passaram. Ninguém lembra da morte porque ela não existe. A vida é espiritual. Vai chegar o dia de nossa partida. É como um amigo escreveu um dia: “Quando você chegou todos riam de felicidade. Viva de tal maneira que quando você partir, todos chorem.”
P - Os espíritas raramente dizem a palavra pecado. Este não existe para a doutrina? Por exemplo, o sexo seria um pecado?
R – Quanto ao pecado, nós temos na Doutrina Espírita a lei de causa e efeito, como dizem os hindus, a lei do carma. Lei essa pela qual as nossas faltas serão reparadas por nós mesmos. Nós criamos os nossos próprios impedimentos. Por exemplo, se eu pratico o suicídio nesta vida, naturalmente que na próximo eu devo ressurgir num corpo com as características de sofrimento que eu próprio terei criado para mim. De modo que nos não vamos dizer que não existe o conceito de pecado na Doutrina Espírita, mas os espíritas habitualmente não abusam desta palavra porque nos não podemos desconhecer a misericórdia de Deus em sua própria justiça. Se estamos ainda em uma fase de desenvolvimento e de evolução ainda razoavelmente imperfeita, por que é que a perfeição divina haveria de nos punir com castigos eternos, quando um pai humano promove sempre meios para que o seu filho doente ou faltoso seja amparado com o remédio ou com o socorro psicológico? De modo que nós não consideramos o pecado como sendo uma afronta à bondade de Deus mas, sim, a falta que cometemos, uma afronta feita a nós mesmos, pois cada um de nós carrega em si a presença Divina.
P – Se o Sr. tivesse que dar uma mensagem para uma criança, ou mesmo um filho, para que pudesse vencer espiritualmente na vida, o que diria?
R- se eu tivesse um filho (tive na minha ida algumas crianças que cresceram sob a minha responsabilidade), ensinaria nos primeiros dias da vida a esse filho o respeito à existência de Deus, o respeito à justiça e o amor ao trabalho. E, em seguida, ensinaria a ele não seria e não será melhor do que os filhos dos outros.
P – E o conselho definitivo às pessoas, qual você daria?
R- Se pudéssemos aconselhar alguém sobre a solução do problema da felicidade diríamos que o trabalho em nossa vida deve ser constante. Que só devemos repousar como pausa de refazimento das nossas próprias forças, que o espírito de férias, o espírito de repouso , do descanso, devia ser considerado como pausa unicamente para restauração de nossas energias porque trabalhar servindo, trabalhar fazendo o bem, é realmente o caminho real da felicidade, que é a felicidade legitima para cada um de nós.
P – mas, acreditar na reencarnação, numa vida futura, aqui mesmo na Terra, não seria uma maneira de tornar as pessoas passivas? Não seria a pura e simples aceitação de um destino inevitável, um futuro que não se pode mudar? Em quase todas as religiões não é a promessa da recompensa para os bons que fazem as pessoas lutarem por um destino melhor?
R- Não. Não acredito, porque a pessoa que acredita na reencarnação, com sinceridade, ela trata de aproveitar o tempo e de valorizar a bênção recebida. Por isso mesmo a existência é faceada com espírito de muita responsabilidade por todos aqueles que creem na reencarnação como um processo evolutivo ou como medida de resgate ou de aprimoramento para o nosso espírito.
P- Você acha que depois de morrer você vai reencarnar?
R- Sim, vejo isso como uma necessidade essencial porque quanto mais estudo com os Bons Espíritos os temas naturais da vida, mais compreendo a amplitude de minha ignorância. E só reencarnando, só no relacionamento com os nossos semelhantes, é que posso continuar aprendendo, de modo que eu não espero nenhuma felicidade, chamada paradisíaca, depois da existência humana, senão essa felicidade maravilhosa de poder continuar vivendo aqui mesmo, entre os amigos terrenos, aprendendo com eles, como estou aprendendo até hoje e espero partir deste mundo, quando houver de partir, aprendendo sempre.
P- Qual a melhor maneira de servir a Jesus?
R- Caro amigo, do que posso saber, até hoje, creio que a melhor forma de servimos a Jesus será viver, na prática, o ensinamento que Ele próprio nos deu: “Amai-vos uns aos outros, como eu vos amei.”
P - Para ser feliz o homem necessita da riqueza? O que é a felicidade?
R- Acreditamos que o Criador nos fez ricos a todos, sem exceção, porque a riqueza autêntica a nosso ver, procede do trabalho e todos nós, de uma forma ou de outra, podemos trabalhar e servir.
Quanto à felicidade, cremos que ela nasce da paz da consciência tranquila pelo dever cumprido e cresce, no íntimo de cada pessoa, à medida que a pessoa procura fazer a felicidade dos outros, sem pedir felicidade para si própria.
P – Qual é hoje o maior objetivo de Chico Xavier, após tantos anos de trabalho espiritual?
R- O meu objetivo, realmente, será sair melhor da vida física do que entrei. Isso demanda um aperfeiçoamento individual de que me reconheço muito distante.
P – Qual a sugestão literária que você faria a quem deseja iniciar-se no estudo e conhecimento do Espiritismo?
R- O estudo meditado das obras de Allan Kardec, a nosso ver, é o passo mais seguro.
P – Qual a importância do Evangelho de Jesus para a Humanidade?
R- Creio que a importância do Evangelho de Jesus, em nossa evolução espiritual, é semelhante à importância do Sol na sustentação da nossa vida física.
P- Guia Espiritual da Humanidade.
R- Aprendi desde muito cedo a venerar Nosso Senhor Jesus Cristo, na fé que minha mãe me transmitiu, desde os 2 anos de idade. Um dia, tendo perguntado a ela como orientar minhas preces, minha mãe ensinou-me a considerar Jesus como Nosso Senhor e Mestre. Nos rodopios do tempo, eu fui compreendendo que Jesus é realmente o Guia Espiritual da Humanidade, perante Deus, a quem nós chamamos, segundo ensinamento dele mesmo, de Pai Nosso que está nos Céus.
P- Se Você pudesse resumir numa frase a sua filosofia de vida, o que Você diria?
R- Diria que no mundo, a nosso ver, não apareceu, por enquanto, nenhuma frase resumindo uma filosofia correta de vida como aquela pronunciada por Jesus: “Amai-vos uns aos outros como eu vos amei”. Isto é amar sem esperar ser amado, e sem aguardar recompensa alguma. Amar sempre.
Emmanuel
Do livro “Entender Conversando”, de Francisco Cândido Xavier.
LOGO PASSA
Quando o vento está forte e a tempestade maltrata a minha alma enquanto a saudade se transforma num rio de lagrimas também maltratando o meu coração, eu logo peço a Deus para que tudo passe e o céu volte a ficar azul nas minhas lembranças que se materializam em meus pensamentos lembrando alguma tristeza que se esconde em minhas entranhas, logo lembrando alguém que partiu pela visitação da morte...
Deus me encontra envolta na solidão e me diz que tudo vai passar, trazendo-me lembranças mornas da vida que se identifica nos mundos superiores onde, certamente, se encontram todos os amores de muitas existências.
Que ninguém duvide do amor de Deus!
A nossa maior gloria está no seu cantar, levando-nos a prece em nossos ouvidos para que aprendamos a confiar na plenitude desse amor divinizado que nos acalma e protege dando a cada um de nós a esperança de conquistar a própria força nas horas que consideramos difíceis, lembrando que tudo passa...
Sem essa saudade que resiste em nos mostrar os quesitos da sobrevivência da alma, não poderiam duvidar de tal existência porque ela se completa em nossos recursos espirituais que adquirimos quanto sentimos saudades de alguém.
Meimei
Mensagem psicografada pelo médium João de Deus, no dia 30 de agosto de 2012, em reunião pública no Grupo Espírita da Prece, Avenida Tiradentes, 1243- Campo Grande/MS.
Quando olhar para o céu e há de se perguntar, mas quem fez algo tão grande e maravilhoso? Mas que cuidará de tudo isso? Logo deve ouvir a resposta de alguém – Você! Porque você faz parte desse universo todo e Deus precisa de você para ajudá-lo aperfeiçoar ainda mais esse mundo maravilhoso. Não se negue. Ponha mãos no arado, trabalhe, ame, cultive o bem sempre. Áulus.
NO TEU MUNDO PESSOAL
Quando te observares na verdadeira posição de criatura imortal, nascida de Deus, com estrutura original, decerto te habilitarás a compreender que o Criador te conferiu tarefas individuais que deves aceitar por intransferíveis.
Reflete nisso.
Ninguém possui o trabalho que te foi concedido executar, conquanto algumas vezes a obra em tuas mãos possa assemelhar-se, de algum modo, a certas atividades alheias, no levantamento do progresso geral.
Ninguém dispõe da fonte de teus pensamentos plasmados por tua maneira especialíssima de ser.
Qual sucede com as impressões digitais, a voz que te serve se te erige em propriedade inalienável.
Em qualquer plano e em qualquer tempo, mobilizas todo um mundo interior de cujas manifestações mais intimas e mais profundas os outros não participam.
À face disso, estarás em comunidade, mas viverás essencialmente contigo mesmo, com os teus sentimentos e diretrizes, ideias e realizações.
Isso porque o Governo da Vida te fez concessões que não estendeu a mais ninguém.
Observa os compromissos que te assinalam, seja em família, seja no grupo social, e descobrirás para logo as obrigações que se te reservam no imediatismo das circunstâncias.
Se falhas no serviço a fazer, alguém te substitui no momento seguinte, porque a obra do Universo não depende exclusivamente de nos; entretanto, seja como seja onde te colocares, podes facilmente identificar as tarefas pessoais que a vida te solicita.
Quis a Divina Providência viesses a nascer no Universo por inteligência única, de modo a cumprir deveres inconfundíveis, sob a justa obrigação de te conheceres, mas não nos referimos a isso para que te percas no orgulho e sim para que te esmeres no burilamento próprio, valorizando-te na condição de criatura eterna em ascensão para a Espiritualidade Superior, a fim de brilhar e cooperar com Deus na suprema destinação da sabedoria e do amor, pra a qual, por força da própria Lei de Deus, cada um de nós se dirige.
Emmanuel
Do livro “Rumo Certo” do médium Francisco C. Xavier.
OUVINTES E PRATICANTES
Naquele dia. Chico, recordando o livro “Paulo e Estevão” destacou a frase de Estevão: “A palavra de Deus tem ouvintes e praticantes”, e falou da necessidade de praticarmos o que ouvimos.
Sua voz mansa e agradável penetrou nossos ouvidos como se fora música celeste.
Se sabemos que o bem triunfará sobre o mal, que a luz dissipará as trevas e que o amor vencerá o ódio e não fazemos nada para espalhar o bem, acender a luz e exemplificar o amor... Então os ensinamentos do Cristo nos têm sido ministrados em vão e as palavras de Jesus não tem encontrado eco em nossos corações, porque se sabemos e não fazemos, a nossa culpa será maior do que a daqueles que não fazem por não saber.
Recordemos o apostolo Tiago em sua epistola: “Tornai-vos pois, praticantes da palavra e não somente ouvintes, enganando-vos a vós mesmos”.
Adelino da Silveira
Do livro “Momentos com Chico Xavier”, edição Miragraf.
NO PLANO CARNAL
Isolado na concha milagrosa do corpo, o Espírito está reduzido em suas percepções a limites que se fazem necessários.
A esfera sensorial funciona, para ele, à maneira de câmara abafadora.
Visão, audição, tato, padecem enormes restrições.
O cérebro físico é um gabinete escuro, proporcionando-lhe ensejo de recapitular e reaprender.
Conhecimentos adquiridos e hábitos profundamente arraigados nos séculos aí jazem na forma estática de intuições e tendências.
Forças inexploradas e infinitos recursos nele dormem, aguardando a alavanca da vontade para se externarem no rumo da superconsciência.
No templo miraculoso da carne, em que as células são tijolos vivos na construção da forma, nossa alma permanece provisoriamente encerrada, em temporário olvido, mas não absoluto, porque, se transporta consigo mais vasto patrimônio de experiência, é torturada por indefiníveis anseios de retorno à espiritualidade superior, demorando-se, enquanto no mundo opaco, em singulares e reiterados desajustes.
Dentro da grade dos sentidos fisiológicos, porém, o espírito recebe gloriosas oportunidades de trabalho no labor de auto-superação.
Sob as constrições naturais do plano físico, é obrigado a lapidar-se por dentro, a consolidar qualidades que o santificam e, sobretudo, a estender-se e a dilatar-se em influencia, pavimentando o caminho da própria elevação.
Aprisionado no castelo corpóreo, os sentidos são exíguas frestas de luz, possibilitando-lhe observações convenientemente dosadas, a fim de que valorize, no máximo, os seus recursos no espaço e no tempo.
Na existência carnal, encontra multiplicados meios de exercício e luta para a aquisição e fixação dos dons de que necessita para respirar em mais altos climas
Pela necessidade, o verme se arrasta das profundezas para a luz.
Pela necessidade, a abelha se transporta a enormes distancias, à procura de flores que lhe garantem o fabrico do mel.
Assim também, pela necessidade de sublimação, o Espírito atravessa extensos túneis e sombras, na Terra, de modo a estender os poderes que lhe são peculiares.
Sofrendo limitações, improvisa novos meios para a subida aos cimos da luz, maçando a própria senda com sinais de uma compreensão mais nobre do quadro em que sonha e se agita.
Torturado pela sede do Infinito, cresce com a dor que o repreende e com o trabalho que o santifica.
As faculdades sensoriais são insignificantes réstias de claridade descerrando-lhe leves noticias do prodigioso reino da luz.
E quando sabe utilizar as sombras do palácio corporal que se aprisiona temporariamente, no desenvolvimento de suas faculdades divinas, meditando e agindo no bem, pouco a pouco tece as asas do amor e sabedoria com que, mais tarde, desferirá venturosamente os voos sublimes e supremos, na direção da Eternidade.
Emmanuel
Do livro “Roteiro” de Francisco Cândido Xavier.
LEMBRETE IMPORTANTE:
Para aqueles que viajam para cidades do interior do Estado, ou aqueles que se dirigem a Capital, que são espíritas ou simpatizantes, não esqueçam de consultar antes de viajar o site: www.luzesdoamanhecer.com, onde terá endereço dos principais centros espíritas do Estado.
Na Capital, pode escolher o dia e horário de palestras, evangelização infantil e tratamento de cura. Em qualquer caso visite as casas espíritas, mesmo porque as experiências dos outros sempre enriquece. Caso saiba de alguma Casa Espírita que abriu recentemente e queira que conste o endereço na internet e/ou receber nosso Jornal o E-mail é: otaciramaraln@hotmail.com.
O BURRO DE CARGA
No tempo em que não havia automóvel, na cocheira do famoso palácio real um burro de carga curtia imensa amargura, em vistas das pilhérias e remoques dos companheiros de apartamento.
Reparando-lhe o pelo maltratado, as fundas cicatrizes do lombo e a cabeça tristonha e humilde, apresentou-se formoso cavalo árabe, que se fizera detentor de muitos prêmios, e disse, orgulhoso:
- Triste sina a que recebeste! Não invejas minha posição nas corridas? Sou acariciado por mãos de princesas e elogiado pela palavra de reis?
- Pudera! – exclamou um potro de fina origem inglesa – como conseguirá um burro entender o brilho das apostas e o gosto da caça?
O infortunado animal recebia os sarcasmos, resignadamente.
Outro soberbo cavalo, de procedência húngara, entrou no assunto e comentou?
- Há dez anos, quando me ausentei de pastagem vizinha, vi este miserável sofrendo rudemente nas mãos de bruto amansador. É tão covarde que não chegava a reagir, nem mesmo com um coice.
Não nasceu senão para carga e pancadas. É vergonhoso suportar-lhe a companhia.
Nisto, admirável jumento espanhol acercou-se do grupo, e acentuou sem piedade.
- Lastimo reconhecer neste burro um parente próximo. É animal desonrado, fraco, inútil... Não sabe viver senão sob pesadas disciplinas. Ignora o aprumo da dignidade pessoal e desconhece o amor –próprio. Aceito os deveres que me competem está o justo limite; mas, se me constrangem a ultrapassar as obrigações, recuso-me à obediência, pinoteio e sou capaz de matar.
As observações insultuosas não haviam terminado, quando o rei penetrou o recinto, em companhia do chefe das cavalariças.
- Preciso de um animal para serviço de grande responsabilidade – informou o monarca -, animal dócil e educado, que mereça absoluta confiança.
O empregado perguntou:
- Não prefere o árabe, Majestade?
- Não, não – falou o soberano -, é muito altivo e só serve para corridas em festejos oficiais sem maior importância.
- Não quer o potro inglês?
- De modo algum. É muito irrequieto e não vai além das extravagâncias da caça.
- Não deseja o húngaro?
- Não, não. É bravio, sem qualquer educação. É apenas um pastor para rebanho.
- O jumento serviria? – insistiu o servidor atencioso.
- De maneira nenhuma. É manhoso e não merece confiança.
Decorridos alguns instante de silêncio, o soberano indagou:
- Onde está o burro de carga?
-O Chefe das cocheiras indicou, entre os demais.
O próprio rei puxou-o carinhosamente para fora, mandou ajaezá-lo com as armas resplandecentes de sua Casa e confiou-lhe o filho, ainda criança, para a longa viagem.
Assim também acontece na vida. Em todas as ocasiões, temos sempre grande número de amigos, de conhecidos e companheiros, mas somente nos prestam serviços de utilidade real aqueles que já aprenderam a suportar, servir e sofrer, sem cogitar de si mesmos.
Néio Lúcio.
Do livro “Ideias e Ilustrações”, de Francisco C. Xavier, edição FEB.
A REVOLUÇÃO PEDAGÓGICA
Este quadro da didática de Jesus (aplicação da sua pedagogia) mostra-nos as raízes da revolução pedagógica do Cristianismo. Costuma-se dizer, e com razão, que Rousseau produziu uma revolução copérnica na educação. Mas a seiva de toda a Pedagogia de Rousseau foi bebida na Pedagogia de Jesus. O "Emílio" começa por esta frase: "Tudo está certo ao sair das mãos do Criador". Os homens, para Rousseau, nascem bons e puros, pois Deus é bondade e pureza. Mas ao entrarem nas relações sociais do mundo sofrem a queda na maldade e na impureza. É o dogma judeu da queda de Adão e Eva racionalizado numa interpretação cristã. Para Jesus a criança é pura e boa, mas o contato com os homens vai deformá-la e os homens precisam voltar a ser crianças para entrar no Céu.
A descoberta copérnica da psicologia infantil por Rousseau corresponde à diferença estabelecida por Jesus entre a criança e o homem. A respeito de Rousseau pelo desenvolvimento natural e gradual da criança, que não deve ser perturbado por exigências prematuras do ensino, equivale à condenação de Jesus para todos aqueles que violentarem "um desses pequeninos". A educação natural de Rousseau, seguindo a graduação necessária do desenvolvimento psicológico e orgânico, lembra o respeito de Jesus pelas condições evolutivas do homem nos seus vários estágios, guardando os ensinos mais profundos para mais tarde. É o que Arroyo chama "o método agógico da Pedagogia de Jesus".
Uma comparação mais rigorosa e pormenorizada provaria de sobejo que é Jesus o pai e o verdadeiro inspirador da Pedagogia Moderna. Houve naturalmente o interregno do medievalismo, quando as interpretações errôneas do Cristianismo e as infiltrações de ideias judaicas e pagãs na escola cristã a deformaram. Mas essa fase já havia sido prevista pelo Mestre e esse fenômeno confirma o seu respeito pelas leis naturais da evolução humana. A parábola do grão de trigo, ensino dialético do processo histórico, é suficiente para demonstrar isso. A parábola do fermento que leveda a farinha é outra confirmação.
E dessas duas parábolas, reforçadas pela promessa do Espírito da Verdade, que seria enviado ao mundo para restabelecer os seus ensinos, ressalta que a Pedagogia Espírita é a própria ressurreição, no tempo devido e previsto no Evangelho, da Pedagogia de Jesus. A Educação Espírita que renasce em espírito e verdade.
J. Herculano Pires
Fonte: Pedagogia Espírita, Edição Edicel
O TESTAMENTO:
Das migalhas que acumulei quero deixar
Das pequenas vitórias: - a custas de muito esforço e muito sacrifício;
Das derrotas: - não consultei o coração,
Dos venenos que provei: - a inveja e a traição;
Dos males quedas espetaculares: - o egoísmo e o orgulho;
Das formas de agir que mais me revoltaram - a traição e a falsidade,
Poucos sonhos eu realizei;
Das vantagens que a vida ofereceu - muitas; do aproveitamento - pouco; das grandes metas de minha vida: - quase nada, consola-me por ter dito sempre "presente", nada mais.
Num dia qualquer. Numa cidade qualquer. Num mundo qualquer. Adeus: Anônimo.
VOCÊ E SEU FILHO
10 Pontos Básicos, segundo Dom Bosco, para conquistar o seu filho
1. Valorize o seu filho.
Quando o jovem é respeitado, ele progride e amadurece.
2. Acredite no seu filho.
Mesmos jovens “problemáticos” trazem bondade no coração, cabe a você encontrá-la. Ouça-o.
3. Ame e respeite o seu filho.
Mostre a ele que você está do seu lado e que se sente feliz em vê-lo crescer como pessoa humana.
4. Elogie seu filho sempre que puder (se ele merecer).
Os jovens precisam de elogios e estímulos para prosseguir no conhecimento certo.
5. Compreenda o seu filho.
O mundo de hoje é complicado e muda todo o dia. Coloque-se na ótica de seu filho e procure entender porque ele está tão distante de você.
6. Alegre-se com seu filho.
Entre no clima de seu filho com alegria e bom humor, participe de seus jogos, suas brincadeiras e procure “gostar do que ele gosta”.
7. Aproxime-se de seu filho.
Estando próximo de seu filho, você pode aconselhá-lo na hora certa. Viva no meio dele e de seus amigos.
8. Seja coerente com o seu filho.
Não temos direito de exigir de nosso filho atitudes que não temos. Às vezes, somos rigorosos para esconder nossa própria fraqueza.
9. Prevenir é melhor que castigar seu filho.
O castigo magoa, principalmente quando é dado na hora errada. Pense bem antes de castigar.
10. Reze com o seu filho.
Quem ama e respeita a Deus vai amar e respeitar o próximo. Quem for bom cristão na certa vai ser bom cidadão. A religião precisa ser alimentada.
NOSSAS FALTAS
O Bem e o Mal são rigorosamente considerados, não havendo uma só ação, um só pensamento que não tenha consequências fatais.
Toda falta cometida, todo o mal realizado é uma dívida contraída que deverá ser paga.
Arrependimento, expiação e reparação constituem as três condições necessárias para apagar os traços de uma falta e suas consequências.
O arrependimento pode dar-se por toda parte e em qualquer tempo. A expiação consiste nos sofrimentos físicos e morais que lhe são consequente. A reparação consiste em fazer o em aqueles a quem havia feito o mal.
Allan Kardec
Do livro “O Céu e o Inferno”, cap. VII
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