"Luzes do Amanhecer"

Fundado em 16/07/1996 publicado 02/02/2006
JORNAL DE DIVULGAÇÃO ESPÍRITA - ANO VII - N. 82 * Campo Grande/MS * novembro de 2012.
EDIÇÃO DO CENTRO ESPÍRITA “VALE DA ESPERANÇA”
Rua Colorado n o 488, Bairro Jardim Canadá, CEP 79112-480, Campo Grande-MS.


        Ao fechar o trabalho, sente-se gratificado, é muito justo, mas não deixe se levar por euforias exageradas, nem acredite numa fé ruidosa demais. Bom senso em tudo. Áulus.


 

ALMA QUERIDA!
(02 de novembro)

       “Se nossa esperança em Cristo se limita apenas a esta vida, somos os mais infelizes de todos os homens”. (I Coríntios, (15.19)

       Muito obrigado pelas flores que me traz, por este carinho, por este gesto amigo, pela consideração que o trouxe a este encontro feliz.
       Hoje, quero chegar bem pertinho do seu coração e dizer-lhe que nada mudou.
       Nada aconteceu de anormal. É a vida que continua, naturalmente, como as águas que correm para o mar. Neste outro lado da existência tudo é mais aperfeiçoado, também há flores, jardins maravilhosos, vida em abundância, que atestam a bondade do Criador.
       Por isso, não fique triste, nem chore essa ausência que é somente dos olhos, porque existe essa sintonia de sentimentos que nos mantém unidos.
        Lembre-se que a morte é uma lenda, mesmo porque, a rigor, definitiva é a vida espiritual. A vida na terra é um simples estágio, pois que devido à estrutura física tem prazo de validade. Não há como negar.
        Quando observar a minha fotografia ou lembrar fatos que marcaram o tempo dessas boas lembranças, sorria... É bom ter saudade de fatos marcantes da vida. É certo que a saudade é algo muito forte, mas de outro lado, é bom ter saudade dos momentos felizes, eles sempre ajudam a viver melhor, mostram a vida bem vivida, as horas felizes ou as tempestades do caminho...Tudo foi muito importante.
        Não desista nunca de seus sonhos, porque perseverando neles sempre se consegue realizar alguma coisa. Cultive os bons sentimentos como a flor mais preciosa do seu jardim.
        Guarde a certeza que estou pedindo muito a Jesus que quando um dia distante chegar, mais exatamente na hora de voltar à casa do Pai, quero pegar em sua mão para subir a escada luminosa que nos levará para um mundo melhor
        Estou construindo um lar neste outro lado da vida para que quando Deus marcar o seu retorno, também possa ser recebido com todo o carinho e gratidão de que seu coração generoso é merecedor.
        Não se pode encarar a transferência para outra vida como algo sobrenatural, mas simples ato que se realizam em beneficio de todos, que em verdade representa um simples retorno à vida espiritual.
        Não creia que esteja num lugar inacessível aos seus sentimentos e as suas orações, continuo com o coração pulsando de amor, aliás, com mais entendimento porque já pude compreender que a morte não existe, mas simplesmente uma necessidade à evolução do espírito.
        É possível compreender que a felicidade se conquista no dia-a-dia, por ações reiteradas no bem, especialmente em amparar aqueles que sofrem mais. Assim se pode conseguir a paz interior que tanta se sonha.
        Não perca tempo, valorize seus dias com atitudes enobrecedoras. Lembre-se daquela criatura que lhe ofendeu um dia, perdoe-a logo, considere-se, nesse caso, com vantagens diante dela. Imagine, o contrário, se fosse o ofensor, teria motivos justos para se preocupar. Talvez ela já tenha problemas demais,e não os agrave com as suas ideias negativas. Considere que a vida é muito importante para pensar em vingança ou em alimentar ressentimentos.
        Estaremos sempre a sua espera quando Deus determinar o seu retorno à Pátria Definitiva. É certo que se surpreenderá ao encontrar um mundo cheio de vida e energia. Verá com os próprios olhos que fora uma simples transferência para esta outra existência, como mudasse de roupa e endereço simplesmente, nada mais, algo previsto na lei de Deus.
        Assim seja feliz tanto quanto comporta sua condição humana, mas faça o bem sempre, porque esta é a única moeda que tem vigência irrestrita nesta outra margem da vida. Fiquem sempre com Deus.

Áulus
Otacir Amaral Nunes
Campo Grande/MS.

LEONARDO E BRENO

        O meu amigo Juarez Marques Batista enviou-me uma poesia intitulada “Janela” de seu neto, Leonardo, brutalmente assassinado em companhia de seu amigo Breno, também neto de meu cunhado Valmir Araujo.
        Esta poesia foi escrita um pouco antes de o Leonardo falecer.
        No meu entendimento espiritualista, o singelo poema foi escrito para indicar o caminho do apaziguamento dos nossos sentimentos materialistas de dor, raiva, saudade... Se não, vejamos.
        A ponta do meu dedo
        Está a descascar,
        E tenho medo
        Que todo eu seja novo,
        Daqui a alguns dias.

        Leonardo antevê a sua transformação e, ainda sob o olhar materialista do ser humano, sente um principio de medo do porvir.
        Mas qual me é
        O problema de ser novo?
        Perder tudo o que tenho?
        E que é tudo que tenho?
        Talvez seja nada...

        No entanto, conscientemente principia a sua reflexão sobre a sua transcendência espiritual e a insignificância da perda material –sente a impermanência.
        Em minha casa
        Havia uma janela no teto,
        Uma vidraça difícil de limpar,
        Porque era muito alta,
        Mas eu sempre limpava bem.

        Sob o impacto da brusca mudança – talvez em razão dos arraigados condicionamentos materiais que todos nos recebemos desde o nascimento, no entanto sem perder de vista a luz que penetra pela figurativa janela da sua vida, abertura essa complexa e de difícil acesso -, demonstra o seu controle e segurança para purgar as momentâneas dificuldades.
        Até que um dia
        Uma pedra irrompeu por ela,
        E eu me cortei um pouco,
        Com os cacos que caíram no chão.

        Atingida pela simbólica pedra, a vidraça da janela que limitava o acesso pleno da luz divina da vida se rompe bruscamente e se despedaça, espalhando os cacos pelo chão.
        Foi aí que pude
        Pegar aqueles belos cacos
        E examiná-los de perto,
        Com cuidado,
        Um a um.

        Ao examinar os fragmentos, um a um, com esmero e cuidado, percebe que cada pedaço representava o sinal de cada um de seus revezes, que a vida material impõe irrefutavelmente para a depuração do espírito.
        Estavam ensebados,
        Quase todos eles.
        Então não repus a vidraça
        Nem procurei quem atirara.
        A simples pedra. Não importava.

        Primeiro juntou os cacos na tentativa de reconstruir a janela de sua vida material, mas logo percebeu a insignificância dos seus valores, aliás, ele já vinha limpando em vida os entraves que impediam a luz dos entendimentos espirituais. Consciente da sua vida sublimada, pouco se importou com os cacos, com a pedra ou com quem atirou a pedra – passaram a ser meros instrumentos dos desígnios “Divinos”, à reflexão e julgamento de cada um.
        Dali em diante,
        O Sol, a lua, o vento e a chuva
        Entravam quando queriam,
        Lugar nenhum melhor,
        Para vasos, que flores, ali, conceberam.

        Estavam rompidos os elos que ligam o corpo ao espírito e a perpetuidade da vida se iluminou diante dele, como descreveu São Francisco de Assis quando, muito doente, se viu andando sobre as parreiras de Assis: “... foi então que descobri o grande segredo. Não existe corpo. O corpo não existe. Somente o espírito”.
        Espero que mais coisas
        Me entrem pela janela
        E me obriguem a mudar a sala.
        Assim não me entedio
        E não canso dos dias.

        Mesmo que uma nova visão da vida lhe fosse revelado, de outro modo ainda, sabe que está envolvido com os resquícios da vida material (debates, reuniões, matérias nos jornais) e que isso e cansativo e entediante, até que, livre dos laços que ainda lhe evolvem a matéria, possa inaugurar uma nova sala no roteiro espiritual de sua vida – ao lado de entidades espirituais mais desenvolvidas.
        Pensando bem...
        Espero terminar de descascar logo.
        Assim não me entedio de mim.
        Afinal só o eu e o que vivi
        Me faz parte, nada mais...

        Deseja que tudo o que ainda o liga ao corpo termine de descascar logo, pois enquanto o ocorrido estiver tangenciando na esfera da materialidade, como a janela e a vidraça que tinha que ser limpa constantemente, não poderá conviver livremente com a luz que transpassa o vidro, representada em sua poesia pelo Sol;a serenidade e tranquilidade, representadas pela lua, e, muito mais, pela energia do espírito, representando pelo vento, que volatiza livremente pelo Universo Eterno e Divino.
        Afirma com tranquilidade e conhecimento que as “causas e efeitos” pelas quais temos que passar só dizem respeito a cada um de nos – e, segundo penso, de acordo com o livre arbítrio e o roteiro traçado por cada um de nós muito antes de nascermos.
        Obs.: Comentários do Sr. José Augusto Lopes Sobrinho, autor do livro “Tudo está no Éter - Independe do que Você Pensa, Aceita ou Quer”

COISAS QUE APRENDI NA VIDA

        1. Aprendi que não importa quanto eu me importe: algumas pessoas simplesmente não se importam.
        2. Aprendi que não importa quão amiga seja uma pessoa, ele vai feri-lo de vez em quando e você precisa perdoa-la por isto. (A recíproca também é verdadeira).
        3. Aprendi que falar pode aliviar dores emocionais.
        4. Aprendi que levam anos para se construir confiança e apenas segundos para destruí-la.
        5. Aprendi que verdadeiras amizades continuam a crescer mesmo a longas distâncias.
        6. Aprendi que você pode fazer coisas em um instante, das quais se arrependerá pela vida inteira.
        7. Aprendi que o que importa não é o que você tem na vida, mas quem você tem na vida.
        8. Aprendi que bons amigos são a família que nos permitiram escolher.
        9. Aprendi que não temos que mudar de amigos se compreendemos que os amigos mudam.
        10.Aprendi que as pessoas com quem você mais se importa na vida são tomadas de você muito depressa.
        11.Aprendi que devemos deixar sempre as pessoas que amamos com palavras amorosas. Pode ser a última vez que as vejamos.
        12.Aprendi que as circunstâncias e o ambiente têm influência sobre nós, mas nós somos responsáveis por nós mesmos.
        13. Aprendi que não devemos nos comparar aos outros, mas com o melhor que podemos fazer.
        14.Aprendi que não importa até onde já cheguei, mas para aonde estou indo.
        15.Aprendi que não importa quão delicado e frágil seja algo: sempre existem dois lados.
        16.Aprendi que leva muito tempo para eu me tornar à pessoa que quero ser.
        17.Aprendi que se pode ir mais longe depois de pensar que não se pode mais.
        18.Aprendi que você controla seus atos ou eles o controlarão.
        19.Aprendi que heróis são pessoas que fizera o que era necessário fazer, enfrentando as consequências.
        20. Aprendi que as paciências requerem muitas práticas.
        21. Aprendi que existem pessoas que nos amam, mas simplesmente não sabem como demonstrar isso.
        22. Aprendi que meu melhor amigo e eu podemos fazer qualquer coisa, ou nada, e termos bons momentos juntos.
        23. Aprendi que, algumas vezes, a pessoa que você espera que o chute quando você cai é uma das poucas que lhe ajudam a levantar-se.
        24.Aprendi que há mais dos meus pais em mim do que eu supunha.
        25.Aprendi que quanto estou com raiva, tenho direito de estar com raiva. Mas isto não me dá o direito de ser cruel.
        26. Aprendi que quando alguém não o ama do jeito que você quer que ela ame, não significa que ela não o ame com tudo que pode.
        27. Instruir-se que a maturidade tem mais a ver com os tipos de experiências que se teve e o que você aprende com elas, do que com quantos aniversários você celebrou.
        28. Aprendi que nunca se deve dizer a uma criança que sonhos são bobagens ou que estão fora de cogitação. Poucas coisas são mais humilhantes e seria uma tragédia se ela acreditasse nisso.
        29. Aprendi que nem sempre é suficiente ser perdoado por alguém; algumas vezes você tem que aprender a perdoar a si mesmo.
        30. Aprendi que não importa em quantos pedaços seu coração foi partido. O mundo não pára para que você o conserte. (Só Deus pode fazê-lo... e quer!).
        Uma coisa que eu também aprendi é que todo mundo precisa de um amigo.
        Eu tenho vários, e passo sempre para eles minhas mensagens preferidas. Eles gostam, e eu me sinto bem. Que tal você enviar para aqueles amigos seu também.

Autor Desconhecido.

 

 

Querida Mamãe Eliana!


        Quando nos aborrecemos com as atividades que logram êxito em nossa performance, agradeçamos aos agressores por nascer ali a oportunidade de nos encontrar aptos pela vontade que temos de vencer, mesmo diante de cenas inesperadas que testam o nosso coração.
        Calma e paciência fazem bem para o coração e o amor quando quantifica as ações que são dirigidas a nós também servem como antibióticos para as doenças da alma.
        O amor e a compaixão são pontos inesgotáveis que devemos carregar no coração para dosar a cólera e a altivez de nossas respostas que abrem caminhos para a conscientização de que podemos aceitar cada um como se estivéssemos aceitando a nós mesmos.
        Mamãe querida, o amor é uma incessante calma que buscamos em nossa alma, é o remédio precioso que salva cada um de nós, mesmo diante da ... Em que nos envolvemos.
        Te amo
        Alessandro Martins

        Mensagem psicografada pelo médium João de Deus, em reunião pública no Grupo Espírita da Prece, e, em 12/07/2012.

ENTREVISTA COM CHICO XAVIER

        P- Chico Xavier, não sabemos se esta pergunta está prejudicada: de modo geral, qual será a primeira impressão da criatura humana, na ocasião precisa da morte?
        R- Para todos aqueles que terminaram a existência terrestre com uma consciência tranquila, limpa, conquanto os muitos erros em que todos nós incorremos nesta existência, a impressão no outro mundo é de profunda alegria, de felicidade mesmo, no reencontro com as pessoas queridas que nos antecederam na grande transformação. Mas, quando nós malbaratamos os patrimônios da vida, quando não consideramos as nossas responsabilidades, é natural que soframos as consequências disso no mundo espiritual, antes de voltarmos, naturalmente à Terra, em novo renascimento, para o resgate a que fazemos jus.
        P- Os Espíritos informam, Chico Xavier, se as pessoas que morrem recebem assistência no outro mundo?
        R- Não há ninguém desamparado. Assim como aqui na Terra, na pior das hipóteses, renascemos a sós, em companhia de nossa mãe, mas nunca sozinhos, no mundo espiritual com a mente barrada pela sombra, que eles próprios criaram em si mesmos, ainda esses têm o carinho de guardiões amorosos que os ajudam a amparam, no mundo de mais luzes e mais felicidade.
        P – Pelo que depreendemos, dá o benfeitor Emmanuel muita ênfase ao prisma religioso da Doutrina Espírita. Por que isso?
        R- Emmanuel costuma afirmar-nos que, sem religião, seriamos na Terra, viajores sem bússola, incapazes de orientar-nos no rumo da elevação real.
        P- Podemos usar, com exatidão, o termo Religião Espírita?
        R- A nosso ver, a legenda “Religião Espírita”, seria muito adequada nos ensinamentos doutrinários do Espiritismo, repletos de consequências morais, conquanto, de minha parte, deva respeitar o ponto de vista dos companheiros que não pensam assim.
        P – Em seu contato permanente com o mundo Espiritual, nos seus 44 anos de mediunidade, qual a técnica dos Benfeitores Espirituais quanto à divulgação doutrinária?
        R – Não posso precisar qual seja a técnica dos nossos instrutores na divulgação doutrinária, mas o que vejo todos os dias é que, para eles, todas as criaturas são importantes e todas, - mas claramente todas – são dignas da máxima atenção daqueles que ensinam e esclarecem, nos domínios da consolação e da Verdade.
        P- como entende você a mediunidade espírita com Jesus?
        R- Para mim, o digo isso apenas com respeito à minha pobre e apagada pessoa, mediunidade espírita com Jesus tem sido um processo de iluminação, pelo qual, quanto mais os Bons Espíritos escrevem e se comunicam por meu intermédio, mais evidentes se tornam os meus defeitos e inferioridades, não só perante os outros como também diante de mim mesmo.
Compreendendo, desse modo, que mediunidade com Jesus para mim tem sido um encontro progressivo e constante comigo mesmo, em que a luz dos Amigos Espirituais me mostra, sem violência, quanto preciso ainda aprender e trabalhar para melhorar-me
        P- Quais os métodos terapêuticos ideias contra o processo obsessivo?
        R- Os Bons Espíritos são unanimes em afirmar que quanto mais nos melhorarmos em espírito, menores serão as nossas possibilidades de ligação com as forças desequilibradas das sombras.
        P – Que acha você da posição da Família, nos dias que correm, e da contribuição que o Espiritismo pode dar para a sua consolidação em bases cristãs?
        R- Os conceitos de família, à luz da Doutrina Espírita, a nosso ver, caminham para mais ampla compreensão da liberdade construtiva e do respeito mútuo que devemos uns aos outros.
        P-A inquietação da mocidade é medo da vida ou falta de entrosamento com o modo de pensar das gerações mais velhas?
        R- Os amigos espirituais asseveram que todos estamos, - os espíritos atualmente encarnados na terra -, seja em posição de mocidade ou madureza física, sofrendo indisfarçável inquietação na procura de novas formas de pensamento e progresso, e que isso é um estado natural de ideias e de coisas, na renovação da Humanidade.
        P- Por que os moços não se ajustam, de modo geral, aos velhos padrões? Não estariam aguardando uma mensagem que não estamos sendo capazes de lhes transmitir?
        R- Segundo os mensageiros da Espiritualidade Maior, nós, as criaturas terrestres de todas as idades superaremos as crises atuais e dizem que as transformações aflitivas do Mundo moderno se verificam para o bem geral.
        P- Qual a maior prova concreta que Francisco Cândido Xavier aponta sobre a reencarnação?
        R- A lógica para compreendermos a desigualdade no campo das criaturas humanas.
        Por que é que uns renascem sofrendo em condições muito mais difíceis do que os outros? Não podemos admitir a injustiça divina! Deus é a justiça suprema. Portanto, nós devemos a nós mesmos a consequência dos nossos desajustes.
        Se eu pratiquei um crime, se lesei alguém, é natural que, não tendo pago a minha dívida moral durante o espaço curto de uma existência, é justo que eu faça esse resgate em outra existência, porque de outro modo, compreenderíamos Deus como um ditador, distribuindo medalhas para uns e chagas para outros, o que é inadmissível.
        P- Quanto ao estudo, que dizem os nossos Benfeitores Espirituais?
        R- Os amigos espirituais nos informam que o estudo deve ser para nós uma obrigação, em qualquer idade ou circunstância da vida.
        Muitas vezes, quando na infância ou na juventude somos constrangidos a estudar e sentimos muita dificuldade em observar as disciplinas estabelecidas, seja por nossos pais ou professores, tutores ou amigos.
        Às vezes, fugimos da aula, desertamos do dever estudantil, mas com o tempo, se observarmos a vida dentro da realidade que lhe é própria, quando entramos na condição de adultos, somos induzidos a estudar à luz do coração e no espírito.
        Na ignorância não conseguiríamos, como não conseguiremos, enxergar o caminho real que Deus traçou a cada um de nós na Terra.
        Todos nós, sejamos crianças ou jovens, adultos ou já muitíssimo maduro, devemos estudar sempre.

        P- Ama a vida?
        R – Imensamente. Acho que a vida é dom de Deus e se nós descobrimos, se procuramos descobrir a vontade de Deus, vamos ver que a Bondade de Deus está em toda a parte e não temos motivo nenhum, em tempo algum, de acalentar qualquer desânimo no coração porque Deus como que nos manda, a cada manhã, o sorriso maravilhoso do Sol como a dizer que espera por nós, que nos tolera, que nos ama, que nos descerrará novos caminhos, que a vida é boa e bela, que devemos agradecer, cada dia mais, o dom de viver e o dom de amar aqueles e aquilo que nós amamos, sejam nossos pais, esposa, esposo, filhos, amigos, parentes, companheiros, tarefa e ideais.
A vida está repleta de beleza de Deus e por isso não nos será lícito entregar o coração ao desespero, porque a vida vem de Deus, tal qual o Sol maravilhoso nos ilumina.
        P – Como encara a morte?
        R – Naturalmente que somos humanos e a despedida de um ente amado, mormente quando esse ente amado vai adquirir nova forma, de um modo geral se tornando invisível ao nosso olhar comum, a nossa dor é imensa.
        Quando vemos partir, por exemplo, um filho para uma terra distante, quando sofremos a prova da separação de ente querido, mesmo na Terra, sofremos compreensivelmente, de vez que o amor vem de Deus e quando amamos, queremos perto de nós a criatura querida.
        Ainda sabendo que a morte vem de Deus, quando nos não a provocamos, não podemos, por enquanto, na Terra receber a morte com alegria porque ninguém recebe um adeus com felicidade, mas podemos receber a separação com fé em Deus, entendendo que um dia nos reencontraremos todos numa vida maior e essa esperança deve aquecer-nos o coração.
        Cabe-nos superar o sofrimento da morte fazendo por aquele, ou aquela, que partem, aquilo que eles estimariam continuar fazendo, nunca entregar-nos ao choro improdutivo, ao luto que nada produz, mas, sim prosseguir na tarefa daqueles nossos entes amados que partiram, unindo a eles o nosso pensamento e carinho através do espírito de serviço, reconhecendo que eles continuam vivendo e, naturalmente, nos agradecerão a conformidade e o concurso amigo que lhes possamos oferecer para que a vida deles na Terra seja devidamente complementada.

Francisco Cândido Xavier
Do livro “Entrevistas”.

LEMBRETE IMPORTANTE:

        Para aqueles que viajam para cidades do interior do Estado, ou aqueles que se dirigem a Capital, que são espíritas ou simpatizantes, não esqueçam de consultar antes de viajar o site: www.luzesdoamanhecer.com, onde terá endereço dos principais centros espíritas do Estado.
        Na Capital, pode escolher o dia e horário de palestras, evangelização infantil e tratamento de cura. Em qualquer caso visite as casas espíritas, mesmo porque as experiências dos outros sempre enriquece.
        Se porventura a casa de oração que frequenta mudou de endereço, por favor informe para possamos manter sempre atualizado.
        Caso saiba de alguma Casa Espírita que abriu recentemente e queira que conste o endereço na internet e/ou receber nosso Jornal o E-mail é: otaciramaraln@hotmail.com.

 

 

O BEM E O MAL

        Um jovem muito preocupado com o rumo que tomam os acontecimentos, pois que na sua visão, o mal estava vencendo o bem . Citava, inclusive, de memória muitos acontecimentos em todos os lugares em que o mal predominava, parecia-lhe, nesse caso, que o crime compensava, isto é, o mal era o mais festejado, o que o tornava mais intrigado ainda, até que decide um dia solicitar uma entrevista com o maior sábio da região. Quem sabe ele pudesse esclarecê-lo sobre esse assunto que o preocupava.
        Chegando numa manhã radiosa na cidade onde residia o sábio. Uma casa muito simples, mas de bom gosto, porém denotava que ali vivia um homem preocupado com as grandes questões, pois encontrou muita gente que estava em busca de uma orientação para suas vidas, pois que ele vivia naquele lugar há muito anos. Num ato de muita sorte conseguiu a audiência com o famoso sábio.
        A entrevista fora marcada para as oito horas do dia seguinte. O jovem ansioso chegara bem mais cedo e ficou a espera de ser chamado. No horário previsto, ele foi informado que o sábio estava a sua espera.
        Entrou nervoso, mas a simplesmente visão que teve do semblante do sábio o tranquilizou, parece aquele homem que estava em paz com o mundo e com as criaturas, a impressão que se tinha é que nada podia perturbar aquela serenidade.
Enquanto ainda passava instrução a um auxiliar. Raciocinava, mas contrariamente aqueles homens eminentes que conhecera, que estão mais preocupados em mostrar os seus títulos do que oferecer alguma coisa positiva ao mundo em que vivem.
        Olhando mais detidamente percebeu que era um homem de idade avançado, no entanto, falava sorrindo e demonstrava muito vigor físico e agilidade mental.
        Um aceno de cabeça cumprimentou o jovem, juntando as mãos diante do peito e baixando a cabeça num sinal de reverência.
        Aquele homem simples o recebeu com viva satisfação, dizendo que se alegrava com a presença naquela casa e que era bem-vindo... Enquanto acena para um auxiliar que trouxesse o chá para o convidado.
        - Que seja este um bom-dia! Jovem!
        - Nobre sábio. Estou muito honrado com sua bondade em receber-me para esta entrevista.
        - A juventude sempre me alegra, meu filho, respeitável é a experiência dos velhos, mas também é necessário o entusiasmo da juventude.
        -Mas, que motivos o trazem aqui jovem cavalheiro.
        - Grande sábio, precisamente é um só motivo, que me traz até a sua honrosa presença, pois que venho observando desde há muito tempo que o mal tem assumido uma feição de epidemia, que vai vencendo tudo, parece que o bem está escondido e teme enfrentá-lo.
        - Meu filho, é só aparência. Não há porque se preocupar, a aparente predominância do mal, é porque está dando mais importância ao mal do que ao bem.Procure ver o lado bom das pessoas e do mundo e terá uma nova impressão.
        Como assim, nobre sábio, eu não posso entender como pode ser assim.
        - Já observou que os meios de comunicação somente dão destaque as tragédias, os homicídios, as maldades, a tudo que há de ruim no mundo. Dá grande destaque ao homicida que praticou o crime cruel, mas ignora tantas pessoas honestas que trabalham dia e noite para manter a família, como também a dignidade de tantos espíritos abnegados que vivem fazendo o bem, sem esperar qualquer recompensa e por isso mesmo estes se contam entre os felizes.
        Meu filho, desde que o mundo é mundo, houve essa guerra, entre o bem e o mal, que pode ser representado por dois cães em permanente conflito.
        Grande sábio, mas é justamente isso que sempre me preocupou, afinal, qual o cão que vencerá essa batalha? Temo que seja o cão representando o mal.
        - Mas, não é assim, meu filho, vencerá a batalha aquele cão que você alimentar...
        - É verdade nobre sábio, não havia pensado nisso, sua argumentação é muito judiciosa, parece, nesse caso, que ficaria resolvido o maior problema de minha vida, se fortalecesse o cão que representa o bem, pois que talvez tenha alimentado o cão errado durante tanto tempo.
        - Como falou um grande sábio: “O mal está muito mais na nossa impaciência”. “Ele é como o frio, só existe porque o calor não chegou”. Quando o bem chega o mal desparece.
        - Depois de alguns instantes, querendo parecer simpático ao grande sábio, ainda sorrindo, disse: Nobre sábio!, Então, a conclusão é que devo alimentar o outro cão?
        - Exatamente isso! Faça isso e será feliz!
        - Numa reverência própria dos sábios orientais, juntando as mãos sobre o peito e inclinando a cabeça à frente, ainda sorrindo. Disse-lhe: justamente isso meu filho que tenho tentando sustentar a vida inteira, faça o mesmo e será feliz... Num gesto peculiar sentia que havia terminado a entrevista esclarecedora... Despedia-se... Já saindo para a rua...
        Aquele jovem não esperava receber uma resposta tão contundente em toda a sua vida, aquele argumento daquela mente iluminada, longamente maturada pela experiência veria resolver uma das graves indagações do seu coração ansioso, talvez fosse justamente essa visão distorcida que sempre tivera do mundo que o fizera infeliz, talvez de ora em diante devia alimentar o outro cão, mas também como aquele que vê o mal porque não é cego, mas já sabe que o mal é passageiro e não conseguira sobreviver quando decidir por fazer o bem.

Áulus
Otacir Amaral Nunes
Campo Grande/MS.

 

ORAÇÃO NOSSA DE CHICO XAVIER

        Senhor ensina-nos a orar, sem esquecer o trabalho.
        A dar, sem olhar a quem.
        A servir, sem perguntar até quando...
        A sofrer, sem magoar, seja quem for.
        A progredir, sem perder a simplicidade.
        A semear o bem, sem pensar nos resultados.
        A desculpar, sem condições.
        A marchar para frente, sem contar os obstáculos.
        A ver sem malicia...
        A escutar, sem corromper os assuntos.
        A falar, sem ferir.
        A compreender o próximo, sem exigir entendimento...
        A respeitar os semelhantes, sem reclamar consideração.
        A dar o melhor de nós, além da execução do próprio dever, sem cobrar taxas de reconhecimento.
        Senhor, fortalece em nós, a paciência para com as dificuldades dos outros, assim como precisamos da paciência dos outros, para com as nossas próprias dificuldades...
        Ajuda-nos para que a ninguém façamos aquilo que não desejamos para nós...
        Auxilia-nos, sobretudo, a reconhecer que a nossa felicidade mais alta será invariavelmente, aquela de cumprir seus desígnios onde e como queiras, hoje, agora e sempre.

A HONRA DE SERVIR

        Nestes dias gloriosos, assinalados por tremendos conflitos no âmago da criatura humana; nesta hora em que todos somos convocados à solidariedade cristã, deveremos descruzar os braços para utilizar as armas do amor, construindo um mundo melhor de paz e de caridade pelo qual todos anelamos.
        Ouvistes, durante esses dias, as vozes espirituais que desceram sobre vós outros, como no Pentecostes recuado...
        Médiuns expositores, lavradores da seara de Jesus, apresentaram-se aqui para falar da era nova da imortalidade.
        Acompanhastes as suas mensagens com sorrisos e com emoções!
        Aplaudistes o verbo inflamado dos oradores, dos expositores, dos que desenvolveram os seminários.
        Anotastes na mente e no coração os conteúdos profundos em torno da imortalidade.
        Encontrai-vos ricos de informações...
        ... E agora, quando vos preparais para retornar ao dia-a-dia, ao labor de toda hora, aplicai, aplicai as lições profundas de sabedoria, de misericórdia e de amor.
        Sois os embaixadores da Era Nova!
        Jesus elegeu aqueles setenta da Galiléia e os mandou dois a dois, para que divulgassem o reino.
        Agora vos conclama a todos vós, para que proclameis o reino da concórdia, a era da misericórdia, o momento da construção do mundo novo.
        Não tergiverseis, não vos permitais à sintonia com a onda avassaladora que toma conta da Terra nesta transição de loucura.
        Por certo, as aflições tendem a piorar e o homem moderno, rico de tecnologia e pobres de amor, sentirá falta das questões simples, da amizade pulcra, da bondade fraternal, do sorriso espontâneo, e terá que fazer a viagem de volta, infelizmente, através das lágrimas.
        Evitai, portanto, que isso aconteça, e semeai a esperança, a alegria de viver, a irrestrita confiança em Deus que nos orienta através de Jesus, que prossegue conosco até o fim.
        Ele disse que nunca nos deixaria órfãos.
        Os Seus embaixadores estão entre vós, conosco, e auxiliam-nos na grande arrancada para o mundo da regeneração.
        Filhos e filhas da alma: amai, não vos importe a ausência da resposta de amor por enquanto.
        Disputai a honra de amar.
        Sede vós aqueles que semeiam os formosos dias do porvir, exultando pela honra de haverdes sido convidados à hora última para a seara do bem.
        Em nome dos Espíritos-espíritas que aqui têm estado durante esta semana e dos benfeitores que a todos nos ajudam, suplicamos a Deus e a Jesus que nos abençoem, que nos deem a Sua paz.
        São os votos do servidor humílimo e paternal.

Bezerra de Menezes

Mensagem recebida pelo médium Divaldo Pereira Franco, no momento do encerramento da sua conferencia de clausura da 58ª. Semana Espírita de Vitória da Conquista/BA.

 

O REMÉDIO

        Chico, nessa noite, estava muito fatigado, quando à hora da prece costumeira, aparece-lhe Dona Maria João de Deus.
        - Minha mãe, - roga ao espírito carinhoso – como fazer para alcançar a vitória no cumprimento de meus deveres?
        - Meu filho, só conheço um remédio – servir.
        - mas e as dificuldades de entendimento com os outros? Como espalhar as bênçãos do Espiritismo com quem não as deseja, se, às vezes, oferecendo o melhor que possuímos, apenas recebemos pedradas.
        - Servir é a solução.
        -Entretanto, há pessoas que nos odeiam gratuitamente.malsinam-nos as melhores intenções, detestam-nos sem motivos e dificultam o mínimo trabalho... Que me diz a senhora? Julga que existe algum recurso para fazer a paz entre elas e nós?
        - Sim, há um recurso – servir sempre.
        - Então, a senhora considera que, para todos os males da vida, esse é o remédio?
        - Sim, meu filho, remédio essencial. Sem que aprendamos a servir, ainda mesmo quando tenhamos boas intenções, tudo em nós será simples palavras que o mundo consome.
        E, depois de semelhante receita, o Espírito de Dona Maria João de Deus retirou-se como quem não tinha outro remédio a ensinar.

Ramiro Gama
Do livro C. Xavier“Lindos Casos II”

 

 

ORAÇÃO NO DIA DOS MORTOS

        Senhor Jesus!
        Enquanto nossos irmãos na Terra se consagram hoje à lembrança dos mortos-vivos que se desenfaixaram da carne, oramos também pelos vivos-mortos que ainda se ajustam à teia física...
        Pelos que jazem sepultados em palácios silenciosos, fugindo ao trabalho, como quem se cadaveriza, pouco a pouco, para o sepulcro;
        Pelos que se enrijeceram gradativamente na autoridade convencional, adornando a própria inutilidade com títulos preciosos, à feição de belos epitáfios inúteis;
        pelos que anestesiaram a consciência no vício, transformando as alegrias desvairadas do mundo em portões escancarados para a longa descida às trevas;
        pelos que enterraram a própria a própria mente nos cofres da sovenice, enclausurando a existência numa cova de ouro;
        pelos que paralisaram a circulação do próprio sangue, nos excessos da mesa;
        pelos que se mumificaram no féretro da preguiça, receando as cruzes redentoras e as calúnias honrosas;
        pelos que se imobilizaram no paraíso doméstico, enquistando-se no egoísmo entorpecente, como desmemoriados, descansando no espaço estreito do esquife...
        E rogamos-te ainda, Senhor, pelos mortos das penitenciárias que ouviram as sugestões do crime e clamam agora na dor do arrependimento;
        pelos mortos dos hospitais e dos manicômios, que gemem, relegados à solidão, na noite da enfermidade;
        pelos mortos de desânimo, que se renderam, na luta, às punhaladas da ingratidão;
        pelos mortos de desespero, que caíram em suicídio moral, por desertores da renúncia e da paciência;
        pelos mortos de saudade, que lamentam a falta dos seres pelos quais dariam a própria vida;
        e por esses outros mortos, desconhecidos e pequeninos, que são as crianças entregues à via pública, exterminadas na vala do esquecimento...
        Por todos esses nossos irmãos, não ignoramos que choras também como choraste sobre Lázaro morto...
        E trazendo igualmente hoje a cada um deles a flor da esperança e o lume da oração, sabemos que o teu amor infinito clarear-nos-á o vale da morte, ensinando-nos o caminho da ressurreição.


Emmanuel
Psicografia de Francisco Cândido Xavier
Do livro Religião dos Espíritos.

 

ORAÇÃO DIANTE DA PALAVRA

        Senhor!

        Deste-me a palavra por semente de luz.
        Auxilia-me a cultivá-la.
        Não me permitas envolvê-la na sombra que projeto.
        Ensina-me a falar para que se faça o melhor.
        Ajuda-me a lembrar o que deve ser dito e a lavar da memória tudo aquilo que a tua bondade espera se lance no esquecimento.
        Onde a irritação me procure, induze-me ao silêncio, e, onde lavre o incêndio da incompreensão ou do ódio, dá que eu pronuncie a frase calmamente que possa apagar o fogo do ira.
        Em qualquer conversação, inspira-me o conceito certo que se ajuste à edificação do bem, no momento exato, e faze-me vigilante para que o mal não me use, em louvor da perturbação.
        Não me deixes emudecer, diante da verdade, mas conserva-me em tua prudência, a fim de que eu saiba dosar a verdade em amor, para que a compaixão e a esperança não esmoreçam, junto de mim.
        Traze-me o coração ao raciocínio, sincero sem aspereza, brando sem preguiça, fraterno sem exigência e deixa, Senhor, que a minha palavra te obedeça a vontade, hoje e sempre.

Meimei
Do livro “Caminho Espírita”, de Francisco C. Xavier.

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ANO VII - Nº 82 – Campo Grande/MS –Novembro de 2012.
EDIÇÃO DO CENTRO ESPÍRITA “VALE DA ESPERANÇA”
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