A VISITA VALIOSA
O médium de há muito ansiava pela manifestação do mentor da casa.Um dia por um médium obscuro se manifestou ele, com estranheza de uns, e dúvidas de outros, pois justamente falaria por aquele médium. Admiraram-se.
No entanto, o mentor foi diretamente ao assunto, como alguém que não tem tempo a perder, pois que o dirigente estava muito insatisfeito, inconformado era só ele que trabalhava, não era compreendido, fazia isso, mais aquilo, ninguém dava valor, estava completamente desolado e desanimado, ninguém cooperava nas atividades.
O amigo espiritual dirige-se particularmente a ele, mas o recado era para todos e disse-lhe:
Levante a cabeça e olhe para os céus e verá que mundo admirável está no campo de sua visão, lógico que Deus não criou esse turbilhão na imensidão do Cosmo sem finalidade.
Pela grandeza que observa poderá compreender o desprendimento de Jesus materializar-se na crosta para nos socorrer.
De outro lado observa com isenção de animo a insignificância dessa criatura que muitas vezes julga os outros, sem pensar que está muito distante de ter uma base para apoiar os próprios pés diante da vida.
Assim que retire esse ar de censura sobre a conduta das outras pessoas, porque, a rigor, não tem condição de julgar os seus atos, por isso comete tantos equívocos todos os dias.
Reserve-se o direito de ficar calado, quando não possa opinar de maneira construtiva sobre algo não tem conhecimento. Talvez seja a atitude mais sensata de toda a sua vida.
Com todos esses anos de experiência, e vive nesse descompasso, fala quando deve calar e cala quando deve falar.
Mantenha-se vigilante quanto ao seu comportamento. Para destacar o bem muitas vezes é tímido, mas clarividente para mencionar os defeitos alheios.
Como é surpreendente sua imagem quando escandalizado vê tantos defeitos nos outros, se pudesse nesse momento olhar-se ao espelho ficaria chocado com sua fisionomia, nunca pensou que podem ser os mesmos erros que carrega oculto dentro de si? E por certo eles o incomodam? Por isso os observa com tanta nitidez, mas infelizmente não visualiza o defeito no lugar certo - que é o seu coração.
O Mestre já advertia: “orai e vigiai”, esse ponto deve ser objeto da mais completa reflexão, a fim de que não crie uma imagem sobre si que não corresponde à realidade, muito menos não se deixe envolver por qualquer dose de vaidade.
Apesar de tudo, continue. Volte sempre para recomeçar de maneira certa, porque um dia superará essas dificuldades, mas enquanto isso não acontece, vigilância na visão, freio na língua e prudência no julgamento, a fim de que não veja de maneira distorcida, nem fale de maneira inconsequente e veja o mal onde ele não exista.
Mas ignora que ele está guardado dentro do seu estreito julgamento, que é a história que Jesus se refere sobre o argueiro, como poderá ver direito se tem a trave no seu olho, primeiro corrige a visão e depois poderá ver o próximo com clareza.
Mesmo assim, continue, observa as experiências dos outros, pois que elas são muito valiosas.
Muitos caminhos foram tentados, mas o que Jesus propôs ao mundo representa o que há de mais sublime – que é o amor ao próximo -, porque esta é a base para felicidade em qualquer parte.
Siga em frente, mas sempre atente no que fala,mas especialmente como age, por essa é a herança que levará consigo para onde for, a cada um receberá de acordo com suas obras.
Sem mais palavras retirou-se o mentor, deixando no ar uma nuvem de perplexidade para muitos, mas a verdade que daquele dia em diante muitos melindres e corpos moles foram esquecidos e recomeçou uma nova fase para aquela comunidade, antes tão laboriosa.
Áulus.
Otacir Amaral Nunes
Campo Grande/MS
JESUS: ESTRELA DE PRIMEIRA GRANDEZA
Aqueles dias eram semelhantes aos atuais.
Os valores éticos encontravam-se pervertidos pelo poder temporal dos dominadores transitórios do mundo.
A sociedade estorcegava nas aflições decorrentes da prepotência de uns, da perversidade de outros, da ignorância da grande maioria.
Louvava-se a força em detrimento da razão. Cantavam-se hinos à glória terrestre com desprezo pelos códigos morais propiciadores de dignidade.
As criaturas submetiam-se às injunções das circunstâncias, tentando sobreviver à tirania dos governantes que mudavam de nome e prosseguiam com as mesmas crueldades.
Saía-se de um para outro regime de ignomínia e insânia com a mesma naturalidade.
Tudo era lícito, desde que apoiado na governança arbitrária que se impunha.
O monstro das guerras contínuas devorava os povos mais fracos, que eram submetidos à escravidão e à morte.
A traição e a infâmia davam-se as mãos em festival de hediondez.
Embora Roma homenageasse os artistas, os poetas, os filósofos que iluminavam o século de Otávio, prestigiava com destaque os espetáculos sórdidos a que se atiravam o patriciado e o povo sedentos de prazer e de loucuras.
Os seus domínios estendiam-se por quase todo o mundo conhecido, embora temida e detestada.
As suas legiões estavam assentadas nas mais diferentes regiões da Terra, esmagando vidas e destruindo esperanças.
O Sol nunca brilhava no planeta sem que estivesse iluminando uma possessão do império invencível.
Havia grandeza em toda parte e miséria abundante ao seu lado, competindo vergonhosamente.
* Mas hoje também é assim.
As glórias da inteligência e do conhecimento, da ciência e da tecnologia confraternizam com a decadência da moral e dos valores de enobrecimento humano.
O terrorismo e a guerra encontram-se por toda parte, destruindo vidas e civilizações.
O planeta aquecido e desrespeitado agoniza, experimentando a própria destruição imposta pelos seus habitantes insensatos, embora poderosos...
Os idealistas que amam e os apóstolos do Bem que trabalham pela renovação da sociedade, quando não desconsiderados, são tidos por dementes e alucinados.
Enquanto isso, a soberba, a mediocridade, a astúcia tomam conta das multidões que desvairam, impondo os seus códigos de valores perversos que logo são aceitos pelas legiões de criaturas sem norte, destituídas de consciência moral.
Há também, é certo, almas grandiosas que lutam com acendrado amor e sacrifício, a fim de modificar as ocorrências danosas, tentando implantar novos significados psicológicos direcionados à felicidade, mas que são insuficientes para vencer os múltiplos segmentos da sociedade em desconserto.
Admira-se o Bem, mas pratica-se o Mal.
Preconiza-se a saúde e estabelecem-se programas de desequilíbrio emocional, geradores das doenças de vário porte.
O futuro glorioso, decantado pelas conquistas invulgares da modernidade, está sombreado pelo medo, aturdido pela ansiedade e caracterizado pela solidão dos indivíduos que constituem a mole humana.
Naqueles dias difíceis, na Palestina sofrida e submetida às paixões de César e aos caprichos de Herodes, o Grande, nasceu Jesus.
Estrela de Primeira Grandeza, que é Jesus, surgiu na noite das estúpidas e escuras ambições dos povos, para iluminar as consciências e despertar os sentimentos de humanidade, como dádiva de Deus respondendo às súplicas dos humilhados e esquecidos.
Passaram os tempos, foram sucedidos os criminosos de então por outros não menos odientos e, apesar disso, Sua luminosidade permanece até hoje.
* É certo que outros homens e mulheres, tão infelizes quanto aqueles do Seu tempo, procuraram dominar o mundo utilizando-se da Sua claridade, mas, desequilibrados, produziram mais trevas e aumentaram os volumes de dor.
O carro inexorável do Tempo continuou a sua marcha, avançando na direção de outros períodos, enquanto que os apaniguados do Mal, que se apresentaram nos espetáculos de luz, sucumbiram, vencidos pelos tormentos que escondiam nos tecidos da própria crueldade.
Ainda reina muita sombra na Terra. Mas amanhece dia novo.
A grande transição de Mundo de Provas e de Expiações para Mundo de Regeneração, embora ainda assinale a presença do sofrimento e da desordem, do desrespeito pela vida e pela mãe-Terra, caracteriza a chegada de uma Nova Era, impossível de ser detida.
O Bem triunfará, sem qualquer dúvida, sobre o Mal.
A Verdade vencerá a mentira onde quer que se homizie. A vida sobrepõe-se à morte, e a espiritualidade, por fim, reinará entre todos.
* Conforme sucedeu naqueles dias, Jesus encontra-se, novamente, entre as Suas criaturas, repetindo a sinfonia das bem-aventuranças, conclamando as massas ao despertamento, antes que se agravem as circunstâncias e ocorrências não desejadas.
O Consolador que Ele prometera já veio e vence, com segurança, as barreiras impostas pela tirania e pelos indivíduos orgulhosos, vazios de sentimentos nobres, conquistando os corações e oferecendo-lhes esperanças de alegrias infindas.
Travam-se lutas acerbas em toda parte.
Os argonautas do amor nada temem e multiplicam-se sob a inspiração do Mestre, avançando, estóicos, no cumprimento do dever: renovar a humanidade através da própria transformação moral, que a todos permite neles ver a mensagem luminosa.
Sem dúvida, ainda predominam as trevas ameaçadoras, que a Estrela de Primeira Grandeza vem diluindo de maneira compassiva e misericordiosa.
* Faze a tua parte, sem preocupação com o trabalho dos outros.
Desincumbe-te do teu dever ante a consciência, servindo ao Consolador, mesmo que te encontres incompreendido e crucificado nas traves invisíveis da perversidade dos áulicos do egoísmo e dos seus servos.
No próximo Natal, entoa o teu hino de amor, ajudando ao teu próximo, em memória da Estrela que veio à Terra, para que não mais permaneça a sombra.
Será ideal que todos os dias da tua vida sejam uma homenagem ao Aniversariante esquecido, mas triunfante da maldade humana e da morte que Lhe foi imposta, demonstrando que Ele prossegue contigo edificando o mundo melhor, sem excluídos nem abandonados à própria sorte, porque estará com eles, por teu intermédio, amando-os com enternecimento e carinho
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Joanna de Ângelis
(página psicografada pelo médium Divaldo Pereira Franco, na noite de 15 de agosto de 2007, no Centro Espírita Caminho da Redenção, em Salvador, Bahia.)
CONSTRUÇÃO DO FUTURO
Em cada um de nós brilha uma luz que se estende por toda parte, direcionando nossos impulsos para a realização maior.
E a cada criatura Deus deu a oportunidade da construção modificando o alicerce da alma, enquanto o projeto divino qualifica o toque mágico da fé, edificando cada dimensão no quadro mental, entre os pensamentos mais voltados para a caridade.
Não se maltrata, dessa forma, uma criatura, pelo simples fato, de tê-la encontrada em pecado... A oportunidade de perdão melhora a nossa condição psíquica, melhorando o nosso comportamento.
Mesmo que encontremos em nosso espaço conquistado, obstáculos difíceis de suportar, recordemos que apesar de tudo, existem caminhos que nos direcionam para outros lugares, condicionando a nossa permanência nos estudos da reflexão planejada, o que muito nos qualifica como benfeitores...
Ilustrando o recomeço da vida como ponto de partida, no acerto de nossas pendências espirituais.
Em cada criatura, essa luz brilha de acordo com o seu merecimento, mas não nos esqueçamos que também somos os responsáveis pela primavera, facilitando a beleza da transformação.
Em nenhum momento podemos estar desinformados das coisas espirituais porque nascemos assim. Espíritos iluminados, que encontram em si próprio a mensagem do Pai, organizando nossos pensamentos para a primeira obra prima que conquistamos ao longo do caminho: a base sólida do convencimento de que estamos construindo o nosso futuro.
Somos ainda mais do que o firmamento.
Somos todos filhos de Deus. Antonio Carlos do Vale
Mensagem recebida pelo médium João de Deus, em reunião pública no Grupo Espírita da Prece,na noite de 17/02/2005, na cidade de Campo Grande/MS.
SUICIDIO, NUNCA
Qual um raio destruidor, em noite escura, que rasga os céus sombrios, a ideia do suicídio relampagueia na mente atormentada, quando os sofrimentos maceram, e o homem não se sente encorajado para superá-los.
O primeiro destrói o que encontra pelo caminho, enquanto o segundo faz que prossiga com inusitada intensidade a desventura que vai ser consumada.
Porque é um ato de rebeldia, o suicídio interrompe o fluxo material da vida, não porém, a realidade desta.
Como efeito da intenção de fuga do sofrimento, este se alonga mais terrível e devastador.
A grande decepção do suicida é constatar o prosseguimento da vida e do problema de que se procurou evadir, com o agravante das dores morais advindas.
Porque não há morte, a vida continua em outras expressões vibratórias, nos moldes plasmados pela conduta de cada um.
Não raro, a atitude lamentável do suicídio ocorre quando a questão já se estava resolvendo.
MATAR-SE NUNCA!
Joanna de Ângelis
Do livro “Momentos de Renovação”, de Divaldo Pereira Franco.
NA ESPIRITUALIDADE HUBERTO ROHDEN ENVREVISTA GANDHI
Habituara-me, na Terra a admirar e até amar esse homem estranho, esse eremita das multidões; multidões, porque sua vida era da humanidade e, mais especificamente, do seu povo. Eremita, porque trazia dentro de si a ermida na qual podia permanecer solitário no meio da turba e silencioso apesar do vozerio.
Agora eu estava diante de uma oportunidade impar. Podia avistar-me com ele e não perderia o ensejo de fazê-lo. Quando o vi, reconheci o homenzinho franzino e aparentemente frágil, dos dias terrenos.
Todavia, seu ser inteiro irradiava uma luz que ele não conseguia apagar.
Tomado por um arrebatamento muito comum a minha personalidade no tempo que ostentava as vestes sacerdotais, tive ímpeto de prostrar-me aos pés de Mahatma. Ele, contudo, não o permitiu. Sereno, sorridente e enérgico, veio ao meu encontro. Colocou o braço sobre meu ombro, convidando-me a sentar-me ao seu lado.
O local em que estávamos era em tudo semelhante ao “ashram” por ele mantido na Índia. Ambiente campestre, gente trabalhando, ovelhas e cabras ao redor. Tão logo nos sentamos, o Mahatma, naturalmente para me deixar a vontade, iniciou a conversa, falando-me do Brasil. Disse-me que, embora não conhecesse em vida terrena o meu país, pode visitá-lo algum tempo depois de haver regressado aos planos extra-físicos. Conheci-o agora, talvez como poucos brasileiros, e vi nessa terra risonha promessa de melhor futuro para todo o planeta!
Estimulado pelo halo de simpatia com que me envolveu, passei a entrevistá-lo. Tinha ele pouco tempo para isso (não nos esqueçamos de que a vida astral não nos exonera, de imediato, da gaiola espaço-tempo). Eu devia aproveitar aquele instante e logo passei a desfechar ao meu paciente e excelso interlocutor as perguntas que trazia comigo.
Rohden – Mahatma, se estivesse entre os homens, reformaria, de algum modo seus métodos e teorias?
Gandhi – Evidentemente que não. A não-violência (ahimsa) e o amor à Verdade são as grandes armas que o homem utilizará para seus voos ao interior logo que desperte do seu sono.
Rohden – estaremos muito distante desse momento glorioso?
Gandhi – Sei que talvez estranharás minha resposta: estamos, no entanto, mais perto dele do que possas imaginar.
Eu percebi o verdadeiro sentido das palavras do Mahatma. Quis, no entanto, provocá-lo, a fim de trazer seu pensamento tão intacto quanto possível, para estas páginas. Ia perguntar-lhe como poderia ele falar assim, sabendo-se que o mundo atual é todo um incêndio de violência, de norte a sul, do oriente ao ocidente, Gandhi antecipou-se a minha argumentação e por sua vez me perguntou.
Gandhi – Qual é o principio da Homeopatia?
Rohden – “Simila similubis curantur” – semelhante cura semelhante...
Gandhi – Pois o homem há de curar-se exatamente através desse principio. O processo, em linguagem filosófica, se chama dialética, em termos científicos homeopatia, ou quem sabe, vacina. Não importa. O importante é que quanto mais próximo estiver o clímax de guerra, tanto mais próxima estará a era da paz.
Gandhi – Dir-lhes-ia, simplesmente, que continuassem a praticá-la.
Rohden – Mas não disse o senhor que quanto mais próximo estivesse o clímax de guerra, também mais próxima estaria a era da paz?
Gandhi – Isso não nos autoriza a colocar mais lenha na fogueira. Seria incoerente, de nossa parte, vender armas ou usá-las para apressar o dia do desarmamento. Quando falo da extinção da violência pela própria violência, quero dizer que os homens devem sentir de perto o quanto é perigoso esse monstro por eles mesmos gerado. Já que o criaram, devem perceber, com toda a clareza, que ele os devorará, se não quiserem destruí-lo.
Rohden – Quando aconselha que se continue a prática da não-violência fá-lo como o fazia durante a sua vida física?
Gandhi – Nem poderia ser outro modo. Não-violência é uma coisa. Capitulação diante da injustiça é outra, e muito diferente. Perguntem ao Cristo se baixou a cabeça diante dos escribas e fariseus. Se temeu as ameaças de Herodes, que desejava silenciá-lo. Se aceitou a arrogância de Pilatos que supunha dispor de sua vida. Quando estiverem em jogo os direitos fundamentais do Homem, o caminho é o da desobediência civil. Essa desobediência, no entanto, deve ser norteada pelo amor. Devo insurgir-me contra a opressão, mas, se odiar o meu agressor, estarei imantado com ele por laços de ódio, e o ódio é uma enfermidade. Quando ergo a cabeça contra um tirano, meu objetivo deve ser curar-nos, a mim e a ele. A mim, da subserviência, a ele, da ilusão do poder, e, a nós dois, daquilo que os ocidentais chama de sadomasoquismo.
Rohden – que pensa da Índia de hoje?
Gandhi – Meu povo tem uma lamentável tradição de fome, apatia e indolência. Deverá primeiro assimilar o positivo e o negativo da cultura ocidental para, depois, ressurgir, ele mesmo, transfigurado e devolvido as suas verdadeiras raízes.
Rohden – gostaríamos que o Mahatma, ainda uma vez, nos dissesse onde hauriu forças necessárias para ser o que foi entre os homens?
Gandhi – devo declarar, antes de mais nada, que nada fui que os homens já não o sejam. Só uma coisa fiz- e esta é a resposta à tua pergunta: mergulhei em Deus. Vivi em Deus. Nada fiz, nada pude de mim mesmo. Era Deus que tudo fazia em mim.
Rohden – Se estivesse hoje entre os homens e pudesse retroceder na história, faria exatamente o que fez, ainda que sua pátria fosse de novo dividida?
Gandhi – O esfacelamento era inevitável, com Paquistão ou sem Paquistão, o sangue seria derramado, porque, apesar dos meus esforços, não fui suficientemente forte no Espírito para extinguir a praga do sectarismo e para colocar os valores espirituais acima dos econômicos na alma de minha gente. Aprendi, no entanto, que Deus não tem pressa, e tudo virá a seu tempo. Isso não quer dizer que cruzemos os braços. O tempo de Deus é a Eternidade. Devemos ter urgência em nos aproximar d‘Ele para eternizar o nosso próprio tempo.
Rohden – Mahatma, lembro-me de que, quando estava na Terra, o senhor rejeitou completamente a tecnologia ocidental. E, hoje, fá-lo-ia de novo?
Gandhi – Estou aos poucos compreendendo que tudo é necessário. Continuo a lamentar a mecanização cada vez maior do homem e digo ainda que o Ocidente encarna o principio de Mamon (deus da riqueza), não do Cristo. Ainda há pouco eu dizia que minha pátria terrena terá de aceitar a contribuição da cultura ocidental. Confio, todavia, em que o Espírito da Índia não lhe permitirá mecanizar-se por completo. As duas culturas – a oriental e ocidental – hão de encontrar-se. Não é isso, aliás, o que já está acontecendo? Observa a proliferação cada vez maior de nossas seitas e religiões. Há ainda muito joio misturado com o trigo nessa divulgação indiscriminada. O trigo, porém, acabará triunfando sobre o joio.
Rohden – Não sei, Mahatma, se deveria classificá-lo, durante sua vida terrena, como o mais nacionalista dos universalistas, ou o mais universalistas dos nacionalistas. E esta ainda hoje a sua posição?
Gandhi – A palavra nacionalismo sofreu distorções no tempo em que estive no mundo diziam-se nacionalistas todos os que desejavam imitar Hitler ou Mussolini. Se o meu amigo considera nacionalismo a noção de que cada pais, cada povo, tem características particulares que não devem ser anuladas, estão considere-me ainda hoje, um nacionalista. Os povos e as pátrias são entidades coletivas, tem personalidade definida e devem enriquecer o mundo com sua presença e com aquilo que cada um pode dar. O verdadeiro nacionalismo não se concilia com qualquer espécie de imperialismo, não significa prevalência universal de uma cultura sobre outras, mas, sim, o encontro de todas as culturas para que se componha o belo espetáculo da verdadeira harmonia.
Mensagem psicografa por Luiz Antonio Milleco – Fonte – “Alavanca”.
CENTRO ESPÍRITA EM FÉRIAS
Centro Espírita surgiu, pela disposição altruísta e iniciativa voluntária de algumas pessoas idealistas, para congregar os interessados no conhecimento e nas práticas espíritas, notadamente a manutenção das tarefas implementadas na Casa em prol da população: crianças, jovens e adultos, desejosos de estudo, de convivência, de assistência.
Tanto se fez assim, que Centro Espírita é tido como Templo, Escola, Oficina e Hospital de almas.
No momento em que as portas do Templo, da Escola, da Oficina e do Hospital de almas se fechem em nome de férias, feriadões, festas populares, recessos e outros afins, e com isso dizendo a quem busque orientações nobres, solução a problemas, lenitivo à dor, bálsamo à enfermidade, ou àqueles que querem fugir do desespero, da fome e da penúria material, da perturbação espiritual, da tentação do suicídio, da inclinação ao abortamento, que esperem até a próxima oportunidade para serem atendidos, quando voltarem às atividades “normais” do Centro.
Descanso, passeio, distração, lazer. Ninguém está impedido do repouso. Apenas, antes de sair de férias, avise, planeje, combine, organize, remaneje, reveze, sacrifique, de maneira a que o Centro Espírita e suas tarefas, não sofram solução de continuidade.
Não se coaduna: Centro Espírita e férias. Seu fechamento vai contra àqueles que são os principais motivadores da existência do próprio Centro: nós, as pessoas, com nossos interesses, nossas necessidades, nossas carências.
Centro Espírita e recesso por causa de férias ou feriadões, deve ser como água e óleo, próximos, porém sempre apartados.
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Jornal Mundo Espírita - julho/2004
AS MUITAS MORADAS DA CASA DO PAI
Sentenciou o Cristo de Deus que não devemos nos perturbar a respeito do lugar para o qual haveremos de nos transportar, e João Evangelista grafou suas imorredouras palavras que ficarão para sempre em nossos corações, dizendo do primeiro ao terceiro versículos do capítulo 14 de seu Evangelho:
Não se turbe o vosso coração. – Credes em Deus, crede também em mim. Há muitas moradas na casa de meu Pai; se assim não fosse, já eu vo-lo teria dito, pois me vou para vos preparar o lugar. – Depois que me tenha ido e que vos houver preparado o lugar, voltarei e vos retirarei para mim, a fim de que onde eu estiver, também vós aí estejais.
A esclarecedora doutrina Espírita atendendo à solicitação do Senhor para que usássemos a audição e a visão para o justo entendimento dos seus ensinamentos, explica-nos que a casa do Pai é o Universo e as muitas moradas são os mundos que circulam no espaço sem fim, oferecendo aos Espíritos que neles encarnam, moradas de acordo com a evolução, isto é, o adiantamento de cada um, considerando ainda o estado de aventurança ou desgraça desses seres criados para a eterna perfeição.
Tais mundos obedecem a uma classificação que por si não é muito delimitada, mas que segue naturalmente a evolução dos Espíritos, saindo dos mundos inferiores, onde a força bruta é a única lei, os corpos sem beleza e nos Espíritos, a ausência de sentimentos nobilitantes como a benevolência, a delicadeza e sem noção do justo e do injusto, onde o mal predomina e a vida é essencialmente material, para os superiores onde os corpos são embelezados e purificados, não sujeitos a doenças e enfermidades, onde a vida é espiritualizada e o bem é a tônica, característica dos espíritos bem-aventurados que entenderam a filosofia do Cristo e gozam de uma felicidade que não se pode dizer; uma felicidade inefável.
Mundos há ainda mais atrasados que a nossa querida Terra e são conhecidos por mundos primitivos que abrigam os Espíritos nas suas primeiras encarnações, ainda totalmente animalizados, com dominância do mal. Acima desses globos, na classificação, aparecem os semelhantes ao nosso Planeta e são chamados mundos de provas e expiações, onde o mal ainda predomina, mas o bem já desponta para debelá-lo.
Em seguida vêm os mundos de regeneração que abrigam as almas que ainda têm expiações a cumprirem, mas gozam de um certo repouso da luta anterior. Esses mundos servem de transição entre os mundos de provas e expiações e os mundos felizes e pela calma e repouso que os Espíritos lá encontram, acabam por se depurarem, pois estão livres das paixões, do orgulho e dos males daí derivados.
Seguindo a evolução Espiritual, surgem os mundos ditosos onde o bem já sobrepuja o mal, e à medida que os Espíritos se aperfeiçoam, purificam-se; dessa purificação vem naturalmente, quando encarnados, a elevação moral, a morigeração plena dos seres corpóreos.
Seus corpos também vão se tornando mais leves, menos densos, mais etéreos e eles não precisam mais se arrastar pelo solo, deslocando-se como que deslizando por sobre a superfície; não sofrem mais moléstias e enfermidades e também não necessitam mais de se alimentar com corpos de animais inferiores.
Depois do estágio nos mundos ditosos, depurando-se mais ainda, os Espíritos assim evoluídos passam a habitar os orbes elevados à categoria de mundos celestes ou divinos, habitados pelos Espíritos que vivenciam suas últimas encarnações, vivendo mais a vida espiritual que a material e assim, depois de o mal ser totalmente banido e a vida regida exclusivamente pelo bem, tais Espíritos chegados a esse nível, não necessitam mais da matéria para sua evolução, não necessitando mais da reencarnação, salvo em missões dadas pelo Pai Celestial, como Jesus ao vir entre nós, e são designados pela escala espírita, na questão 100 de “O Livro dos Espíritos”, de Espíritos da Primeira Ordem, da classe única dos Espíritos Puros que vão para o seio de Deus.
Todos os mundos são solidários entre si, devendo os Espíritos seguir a ordem imposta por Deus para habitá-los, sem se descuidarem dos ensinamentos do Cristo que diz haver muitas moradas na casa do Pai, mas que a cada um será dado conforme suas obras.
Crispim/Campo Grande/MS.
Referências bibliográficas:
O Evangelho Segundo o Espiritismo
O Livro dos Espíritos
O Céu e o Inferno
LEMBRETE IMPORTANTE:
Para aqueles que viajam para cidades do interior do Estado, ou aqueles que se dirigem a Capital, que são espíritas ou simpatizantes, não esqueçam de consultar antes de viajar o site: www.luzesdoamanhecer.com, onde terá endereço dos principais centros espíritas do Estado.
Na Capital, pode escolher o dia e horário de palestras, evangelização infantil e tratamento de cura. Em qualquer caso visite as casas espíritas, mesmo porque as experiências dos outros sempre enriquece.
Caso saiba de alguma Casa Espírita que abriu recentemente e queira que conste o endereço na internet e/ou receber nosso Jornal o E-mail é: otaciramaraln@hotmail.com.
PRECE DE ANDRÉ LUIZ ***
(Em reunião no Plano Espiritual)
Senhor Jesus,
Dá-nos o poder de operar a própria conversão,
Para que teu Reino de Amor seja irradiado
Do centro de nós mesmos!..
Contigo em nós,
Converteremos
A treva em claridade,
A dor em alegria,
O ódio e amor,
A descrença em fé viva,
A dúvida em certeza,
A maldade em bondade,
A ignorância em compreensão e sabedoria,
A dureza em ternura,
A fraqueza em força,
O egoísmo em cântico fraterno,
O orgulho em humildade,
O torvo mal em infinito bem!
Sabemos, Senhor,
Que de nós mesmos,
Somente possuímos a inferioridade
De que nos devemos desvencilhar...
Mas, unidos a Ti,
Somos galhos frutíferos
Na árvore dos séculos
Que as tempestades da experiência jamais deceparão!...
Assim, pois, Mestre Amoroso,
Digna-te amparar-nos
A fim de que nos elevemos
Ao encontro de tuas mãos sábias e compassivas,
Que nos erguerão da inutilidade
Para o serviço da Cooperação Divina,
Agora e para sempre. Assim Seja!...
André Luiz
(Francisco Cândido Xavier/. In: Voltei
DESENCARNAR ANTES DA HORA
A todo o momento se ouve a pergunta: Alguém pode desencarnar antes da hora?
Certa feita o companheiro Jorge conversavam com seus amigos de serviço sobre este palpitante assunto num final de expediente na empresa onde trabalhava . Mais tarde, no mesmo dia viajaria com destino a cidade mineira de Uberaba em suas visitas periódicas a Chico Xavier. À noite, ainda no ônibus, pensou muito sobre o assunto. Não logrando chegar a uma conclusão. Naturalmente, pensou levar essa questão a consideração do estimado médium.
Chegando, porém a Uberaba, devidos a alguns desencontros, naquele dia e no seguinte, não conseguiu conversar com o médium, porém ao final da reunião da noite de sábado, Chico recebeu uma mensagem do saudoso Cornélio Pires, que teceu diversas considerações sobre mortes prematuras de diversas personagens, pelos mais variados motivos, naturalmente com muito humor que é próprio do seu estilo, mas deixando claro é que perfeitamente lógica essa possibilidade de retornar antes do tempo previsto a pátria espiritual. No caso, seria um suicídio indireto, visto que abreviou a vida por uma maneira equivocada de considerar a existência no campo material.
Mas a saída das atividades daquela noite Jorge o acompanhou o médium , segurando-lhe o braço, quando Chico lhe respondeu a questão sem que lhe fosse inquirido sobre o assunto.
- Olha Jorge! Alguém pode desencarnar sim antes do tempo, por negligência, por imperícia, pelo vício do fumo, do álcool, pelas drogas, por excesso de alimento, ou por falta dele, por intemperanças, por descontroles emotivos...
Embora haja um planejamento rigoroso da Espiritualidade, com vista à reencarnação de cada criatura que retorna a experiência aqui neste plano, com tempo pré-determinado para que cada um cumpra o programa previsto na sua experiência na crosta, naturalmente que em muitos casos, o encarnado retorna à vida espiritual antes da data marcada, especialmente aqueles que se entregam à disciplina, à intemperança, à imprudência, claro está que podem vir a desencarnar antes da hora
Não estão incluso nesse caso aqueles que decorrem da Lei de Causa e Efeito, cujo desencarne está programado com vista favorecer o interessado, ou aquele que decorre do suicídio por qualquer razão ou motivo.
Por outro lado, se porventura o encarnado tem o livre-arbítrio, é claro que pode abreviar a vida, logicamente com suas consequências inevitáveis, caso contrário também não seria responsável pelos seus atos, que também é um contra senso.
O que se observa todos os dias muitas pessoas agem de maneira insensata, apesar das advertências dos profissionais da Medicina como dos amigos, ainda assim continuam obstinados nos seus hábitos e seus vícios que fatalmente o levarão a desencarnar prematuramente.
Hoje a ciência experimental vem em socorro dessa teoria. Os povos que levam mais a sério um programa de saúde preventivo, aliado aos tratamentos oferecidos pelo mundo moderno, tem uma longevidade maior, conforme provam as estatísticas, inclusive afirmam os que conheceram Chico Xavier que nos últimos tempos de sua vida, tomava mais de vinte comprimidos por dia e apesar de sua saúde sempre frágil chegou aos noventa e dois anos de idade. Todavia, se alguém seguir um programa sério poderá voltar à vida espiritual no prazo previamente determinado.
Ambrósio
Otacir Amaral Nunes
Campo Grande/MS OS DEZ MANDAMENTOS DE SERENIDADE DO PAPA JOÃO XXIII
1- Só por hoje tratarei de viver exclusivamente este dia, sem querer resolver os problemas de minha vida, tudo de uma só vez.
2- Só por hoje terei o máximo cuidado com meu modo de tratar os outros; delicado nas minhas maneiras, não criticarei ninguém, não pretenderei melhorar nem disciplinar ninguém a não ser a mim mesmo.
3- Só por hoje sentir-me-ei feliz só com a certeza de ter sido criado para ser feliz, não só no outro mundo, mas neste também.
4- Só por hoje adaptar-me-ei às circunstâncias, sem pretender que às circunstâncias se adaptem a todos os meus desejos.
5- Só por hoje dedicarei dez minutos do meu tempo a uma boa leitura, lembrando-me de que assim como é preciso comer para sustentar o meu corpo, assim também a leitura é necessária para alimentar a vida de minha alma.
6- Só por hoje praticarei uma boa ação sem conta-la a ninguém.
7- Só por hoje farei uma coisa de que não gosto, e se for ofendido nos meus sentimentos, procurarei que ninguém o saiba.
8- Só por hoje far-me-ei um programa bem completo do meu dia. Talvez não o execute perfeitamente, mas em todo caso vou fazê-lo E guardar-me-ei bem de duas calamidades: a pressa e a indecisão.
9- Só por hoje ficarei bem firme na fé de que a Divina Providência se ocupa de mim mesmo como se existisse somente eu no mundo, ainda que as circunstâncias manifestem o contrário.
10- Só por hoje não terei medo de nada. Em particular, não terei medo de gostar do que é belo e não terei medo de crer na bondade.
PERIPATÉTICO
Você sabe o que quer dizer peripatético? E quando você não sabe o que significa uma palavra o que faz: pergunta para quem sabe, consulta o dicionário, finge que sabe?
A maioria de nós, quase sempre, opta pela terceira forma: finge que sabe, fala como quem sabe, mas não pergunta, nem se informa.
Afinal, ninguém deseja que o outro descubra que ele não sabe.
Numa reunião de treinadores voluntários em uma empresa, discutia-se a melhor fórmula de ministrar um curso para 200 funcionários.
Depois de uma explosão de ideias, alguém propôs que se utilizasse um trecho do Sermão da Montanha como tema do evento.
Nesse instante, o professor do grupo que, até então, se mantivera calado, fez a observação:
Jesus era peripatético.
Um silêncio constrangedor, uma troca de olhares entre os participantes se fez de imediato.
Antes que alguém pudesse dizer algo, o professor foi chamado para atender um pedido do Departamento de Recursos Humanos.
Mal ele saiu da sala, as manifestações se fizeram:
Que comentário de mau gosto! – disse um.
De absoluta falta de respeito! – falou outro.
Alguém argumentou que talvez o professor tivesse suas razões. Talvez ele fosse ateu e não quisesse misturar religião com treinamento.
Mas devia respeitar a religiosidade dos outros! – vociferou alguém.
Durante dez minutos, cheios de fúria, os componentes do grupo malharam o professor.
Quando ele retornou, olhares hostis o receberam. Contudo, ele estava tão bem que foi logo dizendo:
Então, acredito que tenhamos resolvido como fazer o treinamento.
Separamos os funcionários em grupos de 20 e cada um de vocês vai fazer a apresentação mais de uma vez.
Alguém ousou falar:
Professor, veja bem, esse negócio de peripatético...
É isso mesmo, completou ele. Foi daí que me veio a ideia. Jesus se locomovia para fazer pregações, como os filósofos também faziam, ao orientar seus discípulos.
Jesus foi o Mestre dos mestres, portanto a sugestão de usar o Sermão da Montanha foi muito feliz. Teríamos uma bela mensagem moral e o deslocamento físico...
Mas que cara é essa? Peripatético quer dizer "o que ensina caminhando.”
Todos se entreolharam, corados de vergonha. Nenhum deles sabia o significado da palavra.
Encolhidos, se deram conta que seu orgulho era maior do que a vontade de aprender. Aprender para ensinar.
Teria sido suficiente um deles ter tido a humildade de confessar que desconhecia a palavra. Os demais concordariam e tudo se resolveria com uma simples consulta ao dicionário.
Pense nisso.
O fato de todos estarem de acordo a respeito de alguma coisa não transforma o falso em verdadeiro.
Informe-se.
Nunca se esquive do aprendizado, não tenha vergonha de perguntar, indagar, questionar.
E pesquise, leia, nunca se permita estacionar na escalada do conhecimento.
E, finalmente, lembre: a sabedoria tende a provocar discórdia, mas a ignorância é quase sempre unânime.
Pense de que lado você prefere ficar.
Redação do Momento Espírita com base em artigo assinado por Max Gehringer.
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