Fundado em 16/07/1996 publicado 02/02/2006 |
Todos possuem problemas, por isso, não se julgue vitima do destino, mas o artífice de suas quedas e de suas vitórias. Áulus/Otacir Amaral Nunes. |
O ANJO MAIS RESPLANDECENTE
Aproxima-se a data festiva do nascimento do Divino Mensageiro de Deus – Jesus Cristo. Há muito séculos já havia sido prevista a sua vinda e que traria novos rumos a Humanidade sofredora. Os corações dos afortunados que o reconheceram se repletaram de esperança por divisar um mundo mais venturoso, que nem a ferocidade dos maus, nem as dificuldades do mundo seriam capazes de quebrantar aqueles ânimos valorosos. O mundo passaria por uma nova fase de sua evolução, em que o amor teria supremacia absoluta, não mais os apegos às posses transitórias, mas os homens compreenderiam que seriam herdeiros de si mesmos e deste vasto mundo aquém e além desta vida. Contrariando as expectativas dos seus contemporâneos, não surgiu no mundo num carro de triunfo transitório, mas o seu nascimento se deu de maneira singular. Como não havia lugar naquela pequena cidade para abrigar aquela família, somente encontrará acomodação muito precária num lugar destinado aos animais e justamente naquele lugar que veio nascer numa manjedoura, numa obscura cidade da Palestina chamada Belém, junto a animais e pastores anônimos. No entanto, fixou a base definitiva da felicidade do homem na Terra e além dela, mostrando uma Doutrina que respondia de maneira contundente as respostas feitas pelo homem desde os primórdios os tempos e mudou para sempre o pensamento religioso do mundo, mostrando as bases desse novo porvir que: a) Que aquele que quiser ser o maior, seja o servidor de todos; b) que perdoasse não sete vezes sete, mas setenta vezes sete vezes; c) que se alguém lhe bater na face direita, apresentasse também a outra; d) que amasse aos inimigos; e) que não veio ao mundo para ser servido, mas para servir; f) somente atirasse a primeira pedra, quem tivesse sem pecado; Mais ainda: -Exaltou o bom samaritano que teve compaixão do próximo. -Ao jovem rico aconselhou: Vende tudo que tem dá aos pobres vem e siga-me. -Viu em Zaqueu um homem de bem, só faltava à oportunidade de ser bom e generoso. -Alegrou-se com os servos que utilizaram bem os talentos que lhes foram confiados. -Aborreceu com o mau servo que lhe fora perdoado uma divida enorme, mas não teve compaixão de seu companheiro. Desde a formação do mundo até aqueles dias ninguém falara com tanta autoridade. O Divino Mensageiro chama de: Bem-aventurados os que choram, porque serão consolados. Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados. Bem aventurados os pobres, porque o reino dos céus é para eles. Bem-aventurados aqueles que têm puro o coraçao, porque verão a Deus. Bem aventurados aqueles que são brandos, porque eles possuirão a Terra. Bem-aventurados os pacíficos, porque eles serão chamados filhos de Deus. Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia. . Para encerrar a sua missão no mundo deixou-se pregar numa cruz, a fim de mostrar a Humanidade inteira o triunfo pelo sacrifício, por derradeiro já no alto da cruz pediu ao Pai que perdoasse aquelas criaturas infelizes que o crucificaram, para finalizar a sua presença no mundo, ainda depois do calvário, apresentou-se aos seus discípulos e outras pessoas em corpo espiritual, mostrando que a morte na existe, mas a vida é uma sequência, simplesmente. Que sintetizou a lei de Deus e de todos os tempos em dois únicos mandamentos, amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo. Áulus
A ESCOLHA DO SENHOR
Conta-se que alguns apóstolos do bem tanto se ergueram na virtude que, pela extrema sublimação de suas almas, conseguiram atingir o limiar do Santuário Resplandecente do Cristo. Voltariam ao mundo no prosseguimento da obra de amor em que se entrosavam, no entanto, convocados pelos poderes angélicos, poderiam excursionar felizes pelas vizinhanças do Lar Divino. Bem-aventurados pela glória e pela bondade, constituíam provisoriamente no Céu toda uma assembleia de beleza e sabedoria. Missionários ocidentais ostentavam dalmáticas imponentes, lembrando as instituições religiosas a que haviam pertencido, enquanto que os santos do Oriente exibiam túnicas liriais. Veneráveis sacerdotes das igrejas católicas e protestantes confundiam-se com patriarcas judeus e budistas. Admiráveis seguidores de Confúcio e insignes devotos de Maomé entendiam-se uns com os outros. Muito acima das interpretações humanas, tendentes à discórdia, alcançavam, enfim, a suprema união na esfera dos princípios. Exornava-se cada um com a mensagem simbólica dos templos que haviam representado. Anéis, cruzes, báculos, auréolas, colares, medalhas e outras insígnias preciosas destacavam-se do linho e da púrpura, da seda e do ouro, faiscando ao sol em que se banhavam. Entretanto, um deles destoava do brilhante conjunto. Era um antigo servidor do deserto que não se filiara a igreja alguma. Ibraim Al-Mandeb fora apenas devotado irmão dos infelizes que vagueavam nas planícies arenosas da Arábia. Não possuía qualquer sinal que o recomendasse ao respeito e à consideração. Trazia os pés descalços, em chaga e pó. Na veste rota, mostrava as manchas sanguinolentas das crianças feridas que havia aconchegado de encontro ao peito. As mãos magras e hirsutas pareciam forradas em couro de camelo, tão calejadas se achavam no rude trabalho de assistência aos viajantes perdidos. Os cabelos grisalhos e imundos falavam de longas peregrinações sob a tempestade, e o rosto enrugado e rijo era a pesada moldura de dois olhos belos e lúcidos, mas encovados e tristes, guardando pavorosas visões das dores alheias que ele havia socorrido, abnegado e atento. Isolado no festim, o ancião notou que dois anjos examinavam a assembleia, fazendo anotações num pergaminho celestial. Depois de analisarem todos os circunstantes, um por um, abeiraram-se dele, estranhando-lhe a desagradável presença. - Amigo - interrogou um dos emissários -, a que igreja pertenceste na Terra? - Para que a pergunta? - inquiriu o forasteiro com humildade. - O Senhor deseja entender-se com um dos visitantes do Lar Divino e estamos relacionando, por ordem, os nomes daqueles que mais profundamente o amaram no mundo. - Não se preocupem então comigo! - clamou o anônimo beduíno. - Nunca pude consagrar-me ao culto do Senhor e sinceramente ignoro porque razão fui guindado até aqui, quando não posso ter lugar entre os eleitos da fé. - Que fizeste entre os homens? - Que o Senhor me perdoe à ingratidão e a dureza - suspirou o velhinho -, mas o sofrimento de meus irmãos não me deu oportunidade de pensar nele. . . Nunca pude refletir na sublimidade do Paraíso, porque o deserto estava cheio de aflição e lágrimas!... Vendo que o estranho peregrino prorrompera em pranto, o anjo que se mantivera silencioso opinou, compreensivo: - Em verdade, não podemos situar-te na relação dos que amaram o Benfeitor Eterno, mas colocaremos teu nome no pergaminho, como alguém que amou imensamente os semelhantes. O ancião, mergulhando a cabeça nas mãos ossudas, soluçou reconhecido, enquanto os companheiros presentes comentavam o estranho procedimento daquele que fizera bem sem se lembrar sequer da existência de Deus. Contudo, depois de longos minutos de expectação, vasto grupo de mensageiros divinos penetrou o átrio engalanado de flores, em cânticos de júbilo, trazendo larga faixa com um nome grafado em caracteres de luz. Era o nome do velho Ibraim Al-Mandeb. Pretendia o Senhor conversar com ele. Irmão X,
RENOVAÇÃO NATURAL EM NÓS MESMOS
Não podes negar que tiveste o espírito ferido, nos dias que se foram, em situações desagradáveis, das quais te ficou na memória a figura de alguém por presença difícil. Daí não se infere que deves carregar no coração o retrato desse alguém conservado em vinagre. Importa reconhecer que renovação e entendimento são cultiváveis no solo da alma, como acontece a qualquer vegetal nobre que não prescinde da cuidadosa atenção do agricultor. Estabelecido esse princípio, podemos iniciar o trabalho da rearmonização, imaginando que depois das situações desagradáveis, a que nos reportamos, é provável tenhamos ficado na lembrança da criatura categorizada por nós, na condição de presença difícil, como sendo uma presença mais difícil ainda. Desse reconhecimento, será justo partir para a supressão definitiva do mal, afinando as cordas do sentimento pelo diapasão da tolerância, a fim de que não venhamos a falhar na execução da parte que nos compete, na orquestra da fraternidade humana, de que Jesus é para nós o Dirigente Perfeito. Nesse sentido, vale refletir na presença dele, o Senhor, em nosso campo íntimo. De ensinamento a ensinamento e de bênção a bênção, sem percebermos o mecanismo de semelhante metamorfose, o coração se nos transforma, se lhe aceitamos, em verdade, a liderança e a tutela. Sombras de mágoas, preconceitos, ressentimentos, pontos de vista e opiniões descabidas vão cedendo lugar, na floresta de nossos pensamentos obscuros, a clareiras de luz que acabam por mostrar-nos a infantilidade e a inconveniência das nossas atitudes menos felizes, à frente do próximo. Convençamos de que o Cristo de Deus, que opera benditas renovações no templo de nossa vida interior, realiza esse mesmo trabalho no âmago dos outros. Diante, assim, de nossos adversários, sejam eles quais forem, indiscutivelmente não será razoável adotar irresponsabilidade ou bajulação para com desequilíbrio ou leviandade, sob o pretexto de se estabelecer a concórdia, mas conservemos respeito e simpatia, orando por eles e abençoando-lhes a existência, na certeza de que o Senhor está agindo no coração deles e operando em silêncio, nas entranhas de nossa alma, renovando-nos e aprimorando-nos, de modo a que hoje, aqui, amanhã, mais tarde ou mais além, venhamos a reunir-nos todos, na posição de filhos de Deus, sem tisna de separatividade ou melindre, para trabalharmos, integrados finalmente uns com os outros, na construção do Reino do Amor. Emmanuel.
PORTA ABERTA
Somos todos responsáveis pelos eventos que nos requisitam, buscando melhorar a nossa condição de filho de Deus. A um, foi dado à oportunidade do trabalho digno, melhorando cada etapa do caminho enquanto se relacionava com o progresso, erguendo as frentes de trabalho que produzem o sustento de muitos. Muito mais se deu em cristalinas aspirações melhorando cada visão enquanto nascia nas mãos do trabalhador o filho mágico da realização pessoal. Muito embora se construísse novos centros, alimentava-se a proporção da grandeza de cada participante. Mas a outros, o genitor, preocupou-se em poupar o esforço do sacrifício, alimentando cada tendência na própria realidade que buscava o auxilio da luz para abençoar os caminhos que seriam percorridos por muitos que ainda estavam na escuridão... Nasceu então o movimento daqueles que permaneciam na bênção da oportunidade que buscavam aprender o relacionamento com o mundo invisível, facilitando o intercâmbio com as aspirações daqueles que buscavam se aproximar dos mortos, para descobrir na sua palidez, uma gota de luz a levantar-lhe para sempre o corpo que buscava a sua libertação. Então, descobrimos que é preciso lutar com serenidade até que possamos compreender as coisas que nos parecem verdadeiras quando nos relacionamos com Deus. Muito além de nossas vontades, milhares de voluntários nos estendem as mãos, acreditando de que é preciso vencer esta luta, que busca direcionar nossos pensamentos para o alto, fazendo valer o Evangelho Cristão, batizado pelo amor, onde descobrimos que somos todos órfãos, quando nos afastamos do bem e que somente nos relacionamos como amor, quando estendemos nossas mãos para o nosso irmão desconhecido que espera por nós até que consigamos superar o ódio e o flagelo da incerteza, buscando nos aproximar de nós mesmos nesta luta, onde cada dia se transforma em outro dia, ofertado pela nossa necessidade de crescimento espiritual. Ezequiel
PERSEVERE
Ainda mesmo quando te vejas absolutamente a sós, no trabalho de bem, sob a zombaria dos que se tresmalham temporariamente no nevoeiro da negação e do egoísmo, não esmorecerás. Crendo na misericórdia da Providência Divina e nas infinitas possibilidades de renovação do homem, seguirás Jesus, o Mestre e Senhor, que, entre a humildade e a abnegação, nos ensinou a todos que o amor e o serviço ao próximo são as únicas forças capazes de sublimar a inteligência para que o Reino de Deus se estabeleça em definitivo nos domínios do coração. Emmanuel
ESPIRITISMO POR DENTRO
O Espiritismo é uma doutrina moderna que difere em tudo de outras religiões dogmáticas. Por exemplo: para estas religiões, os seus fiéis serão beneficiados, se apenas concordarem com os dogmas estabelecidos, e cumprirem os seus rituais. Se assim procederem, estarão quites com suas obrigações e deveres para com Deus e, portanto, preparados para herdarem o Céu. Já o Espiritismo estabelece que, para nos beneficiarmos do seu conteúdo, é necessário que seus princípios sejam conhecidos, entendidos, analisados e aceitos, uma vez que com eles concordamos. Foi, naturalmente, por essa razão que Kardec afirmou, com plena convicção, em o Livro dos Médiuns, que, para sermos beneficiados pelo Espiritismo é necessário compreendê-lo. É natural que, para se compreender os objetivos de uma doutrina de ensinamentos profundos, é preciso estudá-los. Assim também é com o Espiritismo, por ter sua base fundamentada na ciência, demonstrada pela Filosofia e de consequências morais é, apesar disso, de fácil compreensão por estar formulada com simplicidade e didaticamente bem estruturada, facilitando o entendimento de todos os seus ensinamentos. O Espiritismo é ainda pouco estudado. A maioria dos seus adeptos fica na rama da frondosa árvore doutrinária. Deixam de se aprofundar pelo seu tronco, até o alcance de suas raízes, para conhecerem a profundidade dos ensinamentos que daí emanam. Por constatar essa realidade é que, com certeza, levou o professor José Herculano Pires, um dos maiores conhecedores do Espiritismo, a escrever o livro “Curso Dinâmico de Espiritismo, o Grande Desconhecido.” Uma vez compreendido o Espiritismo em seus conceitos básicos, já estaremos em condições de nos beneficiarmos de suas luzes, apenas praticando o amor ao próximo, como ensinou Jesus. Na verdade, fazendo isso, estaremos sendo úteis aos nossos irmãos sofredores, e isso nos causa apenas satisfação íntima de alegria e de bem-estar. Com esse procedimento, teremos conquistado o “Espiritismo por Fora” de nós. Mas isso representa apenas a consolação preconizada por Jesus. Embora nos sintamos felizes com esses novos conceitos de vida, chega uma hora em que percebemos que a felicidade completa ainda está para ser conquistada! Ela ainda se encontra longe de nós! Quando nos analisamos, intimamente, descobrimos que ainda somos portadores de muitos sentimentos negativos no aguardo de transformação. Sentimos a necessidade da superação de velhos vícios que ainda nos causam sofrimentos e que nos fazem seus escravos. Deles precisamos nos libertar. Com isso, descobrimos que só o conhecimento de nós mesmos e a vontade férrea de operar as mudanças básicas, no combate ao orgulho e ao egoísmo, as duas chagas que prejudicam a busca da felicidade perfeita, só assim estaremos procedendo à nossa libertação. Foi Jesus quem afirmou ser necessário buscar o “Reino de Deus e Sua justiça e tudo o mais vos será acrescentado”. Já conquistamos o “Espiritismo por fora” de nós. Agora o trabalho mais árduo está por fazermos - A NOSSA TRANSFORMAÇÃO ÍNTIMA -, para o estabelecimento do “Espiritismo por dentro” de nós! Para tanto, é necessário nos aplicarmos no serviço essencial, renovando-nos e buscando o autoconhecimento com pleno domínio do mundo interior, semeando, no nosso terreno pessoal, as sementes vigorosas que vão nos conferir, no futuro, a liberdade de farta colheita do júbilo almejado por nós mesmos. E esse processo exige tempo, disposição incansável de recomeçar, meditação, cultivo de novos hábitos, oração, renúncia, capacidade de sacrifício, vigilância mental, vontade ativa, disciplina sobre os desejos, diálogo fraternal, dever cumprido e amparo espiritual. “Não existe felicidade sem pleno conhecimento de si mesmo. O mergulho nas águas do mar íntimo é indispensável. E a convivência nesse contexto é escola bendita. Saber o motivo de nossas reações uns frente aos outros, entender os sentimentos e ideias nas relações é preciosa lição para o engrandecimento da alma em busca de si próprio” conforme aprendemos com Ermance Dufaux, em seu livro “mereça ser feliz, superando as ilusões do Orgulho”. As mesmas afirmações encontraram em Emmanuel, no preâmbulo do livro de sua autoria “Rumo Certo”, onde ele nos ensina: São essas notas, por isso mesmo, reflexo da lâmpada acesa, que o Senhor misericordiosamente nos permitiu empunhar por dever, a fim de que conhecêssemos as próprias deficiências, de maneira a tratá-las e extingui-las. Carregando semelhante luz POR FORA até que possamos instalá-la POR DENTRO de nós mesmos, ofertamo-la aos companheiros encarnados no Mundo, na forma de anotações para o rumo certo, e benefício de nós todos, os que já nos reconhecemos necessitados da paz interior, com a vitória sobre nós mesmos, com vistas à nossa definitiva integração em Jesus, de modo a viver e saber viver com Jesus e por Jesus. Fiquemos alerta todos que buscam o direito natural de ser feliz! Para tanto, insistimos: é necessária a conquista do “Espiritismo por Dentro” de nós, sem o que nos perderemos na busca da felicidade, esquecidos de que jamais seremos felizes, sem conquistar as virtudes interiores que nos farão merecedores de viver com a consciência em paz! Zeneide
RENASCER E REMORRER
Usufruímos na Espiritualidade o continente sem limites de onde viemos; no Universo Físico, o mar sem praias em que navegamos de quando em quando, e, na Vida Eterna, o abismo sem fundo em que desfrutamos as magnificências divinas. No trajeto multimilenário de nossas experiências, aprendemos, entre sucessivos transes de nascimento e desencarnação, a alegria de viver, descobrindo e reconhecendo a necessidade e a compensação do sofrimento, sempre forjado por nossas próprias faltas. Já renascemos e remorremos milhões de vezes, contraindo e saldando obrigações, assinalando a excelsitude da Providência e o valor inapreciável da humildade, para saber, enfim, que toda revolta humana é absurda e impotente. Se as lutas do burilamento moral não têm unidade de medida, a ação do amor é infinita na solução de todos os problemas e na medicação de todas as dores. Tolera com paciência as inevitáveis, mas breves provas de agora, para que te rejubiles depois. Nos compromissos espirituais, todos nós encontramos solvibilidade através do esforço próprio. Aproveitemos a bênção da dor na amortização dos débitos seculares que nos ferreteiam as almas, perseverando resignadamente no posto de sentinelas do bem, até que o Senhor mande render-nos com a transformação pela morte. Sempre trazemos dívidas de lágrimas uns para com os outros. Vive, assim, em paz com todos, principalmente junto aos irmãos com os quais a tua vida se intercomunica a cada instante, legando, por testamento e fortuna, atos de amor e exemplos de fé, no fortalecimento dos espíritos de amigos e descendentes. Se há facilidade para remorrer, há dificuldades para renascer. As portas dos cemitérios jamais se fecham; contudo, as portas da reencarnação só se abrem com a senha do mérito haurido nas edificações incessantes da caridade. As dores iguais criam os ideais semelhantes. Auxiliemo-nos mutuamente. O Evangelho – o livro luz da evolução – é o nosso apoio. Busquemos a Jesus, lembrando-nos de que o lamento maior, o desesperado clamor dos clamores, que poderia ter partido de seus lábios, na potência de mil ecos dolorosos, jamais chegou a existir.
Lins de Vasconcellos
NÃO BASTA VER
“E logo viu, e o foi seguindo, glorificando a Deus. E todo o povo, vendo isto, dava louvores a Deus.” – (LUCAS, 18:43.) A atitude do cego de Jericó representa padrão elevado a todo discípulo sincero do Evangelho. O enfermo de boa-vontade procura primeiramente o Mestre, diante da multidão. Em seguida à cura, acompanha Jesus, glorificando a Deus. E todo o povo, observando o benefício, a gratidão e a fidelidade reunidos, volta-se para a confiança no Divino Poder. A maioria dos necessitados, porém, assume posição muito diversa. Quase todos os doentes reclamam a atuação do Cristo, exigindo que a dádiva desça aos caprichos perniciosos que lhes são peculiares, sem qualquer esforço pela elevação de si mesmo à bênção do Mestre. Raros procuram o Cristo à luz meridiana; e, de quantos lhe recebem os dons, raríssimos são os que lhe seguem os passos no mundo. Daí procede à ausência da legítima glorificação a Deus e a cura incompleta da cegueira que os obscurecia, antes do primeiro contacto com a fé. Em razão disso, a Terra está repleta dos que creem e descreem, estudam e não aprendem, esperam e desesperam, ensinam e não sabem, confiam e duvidam. Aquele que recebe dádivas pode ser somente beneficiário. O que, porém, recebe o favor e agradece-o, vendo a luz e seguindo-a, será redimido. É óbvio que o mundo inteiro reclama visão com o Cristo, mas não basta ver simplesmente; os que se circunscrevem ao ato de enxergar podem ser bons narradores, excelentes estatísticos, entretanto, para ver e glorificar o Senhor é indispensável marchar nas pegadas do Cristo, escalando, com Ele, a montanha do trabalho e do testemunho. Emmanuel
MENTIRA A mentira tem perna curta, diz o dito popular, com muita sabedoria, pois, logo é alcançada pela verdade , que teima em aparecer, cedo ou tarde... porque a mentira é como a nuvem escura que obscurece a paisagem facilitando o aparecimento de inúmeros males, e a verdade é como o sol que enfrenta qualquer neblina, que por mais persistente que seja, um dia é vencida por ele que volta a clarear o horizonte. Às vezes acostumamo-nos com pequenas mentiras que acreditamos solucionar rapidamente assuntos indesejáveis, como quando mandamos dizer que não estamos, por simples desprezo a respeito do visitante; ou quando, na juventude, mentimos aos pais sobre o lugar em que iremos e sobre as pessoas com quem vamos nos encontrar. Essas pequenas mentiras admitidas como mentiras brancas que não causariam maiores consequências por serem amenas e com o intuito apenas de se evitar situações talvez embaraçosas, podem tornar-se viciosas, levando as pessoas a transformarem-se em mentirosos contumazes, merecendo e atraindo a desconfiança daqueles com quem convivem. A mentira é capaz de produzir muito mal para uma pessoa, uma coletividade e mesmo para uma nação: é só atentarmos para as mentiras dos cônjuges nas traições amorosas, das propagandas na TV, dos políticos nas campanhas eleitorais e na corrupção, dos governos no poder, dos países que se envolvem em guerras fratricidas e mais e mais mentiras ... A mentira , por ser um grande desvio moral, é combatida por toda educação familiar, escolar, combatida também pela boa literatura e mesmo pelas fábulas. Quem não se lembra da história do Rei Nu? Que encomendou uma linda roupa e mentiram a ele que estava sendo feita uma vestimenta invisível e que só as boas pessoas seriam capazes ver, as demais veriam o Rei nu e só caiu em si quando uma criança inocente gritou ao vê-lo no desfile: o Rei está nu! E quem não se lembra do nariz do Pinocchio que crescia a cada mentira? Por ser assunto muito sério, consta nos dez mandamentos como a oitava determinação da lei nos termos: não prestarás falsos testemunhos ; e Jesus claramente a condenou ao proferir: seja teu dizer sim, sim, não, não! E louvou a verdade ao dizer: descobrireis a verdade e ela vos libertará. A sapiente benfeitora Joanna de Ângelis diz que a mentira é resultante da imaturidade moral do Homem e suas raízes estão no lar malformado e instável onde a insegurança é substituída pela compra de valores e vem da infância, permanecendo no adulto que se recusa ao crescimento e usa esse instrumento de perturbação. É irmã da calúnia, sendo o primeiro passo para a degradação do comportamento humano, prejudicando quem a usa e acaba por adoecê-lo, deturpando a boa visão dos fatos e das coisas. Diz ainda que a verdade é transparente e não deve ser ocultada e para a falarmos não precisamos ser rudes e nem donos dela, bastando ser honestos e seu amigo. Considera a bondosa benfeitora que o mendaz, o que mente por hábito, é alguém enfermo que permanece receoso e inseguro e a sua desconfiança decorrente da consciência do erro torna-o inquieto, pois a memória o acusa logo, porque com tantas invenções que diz ser verdade , esquece-se dos detalhes que apresentou, mas quem ouve, não; e os fatos também cobram o seu delito. Ele caminha para a alienação devido aos novos exercícios mentais que faz para acobertar os deslizes anteriores que se permitiu. A mentira deve ser recusada sob qualquer forma, pelos prejuízos morais que causa, mas há certa tolerância para a mentira piedosa, aquela em benefício de alguém, como por exemplo, a que se diz ao moribundo em fase terminal que ele vai sair dessa situação, que tenha confiança, ou como no caso do personagem central do livro “O Padre Germano” de Amália Domingo Sóler que diz às autoridades que prenderam o ladrão dos talheres de prata da sua sacristia, que ele não havia roubado, pois ele, o Padre Germano, havia doado ao acusado para que recomeçasse a vida depois de ter passado uns dias na sua paróquia para se restabelecer. O Padre Germano considerava mais importante salvar uma alma para Cristo do que uma simples punição, e daquela vez conseguiu, com a recuperação e conversão do delinquente. Leciona a emérita benfeitora que a verdade dever ser ministrada com naturalidade, suavemente, sem alarde e sem imposição, mas sem perder a força de seu conteúdo. Sugere disciplina e vigilância no falar, repetindo-se o que se ouviu sem traduzir o próprio pensamento. Como terapia, aconselha a boa leitura e os hábitos saudáveis, sem necessidade de mentir e lembra a filosofia budista que pede para se pensar com correção, falar com correção, para se agir com correção. Crispim
Referência bibliográfica: Luz da Esperança. Divaldo P. Franco/Joanna de Ângelis Vida: Desafios e Soluções. Divaldo P. Franco/Joanna de Ângelis Não Pise na Bola. Richard Simonetti.
O EVANGELHO NO LAR VIA INTERNET
Agora se pode acompanhar o Evangelho no Lar aos sábados 7:hs.40 mim, transmitido da Rua Dom Aquino, 431, Bairro Amambaí, Campo Grande/MS - Brasil, horário de Mato Grosso do Sul, transmitido ao vivo. Endereço: recanto-da-prece-MS.blogspot.com.br e youtube recanto da prece
RÁDIO ESPIRITA VIA INTERNET
www.radiocoracaodomundo.com.br
Funcionando 24h com músicas, palestras, entrevistas, agenda dos acontecimentos, leitura de psicografias, preces, mensagens.
PROGRAMAÇÃO BÁSICA
Segunda: Amanhecer - Agenda Espírita – Harmonizar - Carta dos Espíritos - Palestra Musica Concerto - Pod Cast Sintonia – Entardecer - Madrugada Feliz MAIS: Terça: - Criança Feliz; Quarta: - Carta dos Espíritos; Quinta: - Obreiros do Bem Sexta:- Carta dos Espíritos; Sábado: - Rádio Novela; Domingo: -Rádio Novela.
LEMBRETE IMPORTANTE:
Para aqueles que viajam para cidades do interior do Estado, ou aqueles que se dirigem a Capital, que são espíritas ou simpatizantes, não esqueçam de consultar antes de viajar o site: www.luzesdoamanhecer.com , onde terá endereço dos principais centros espíritas do Estado. Na Capital, pode escolher o dia e horário de palestras, evangelização infantil e tratamento de cura. Em qualquer caso visite as casas espíritas, sempre enriquece. Caso saiba de alguma Casa Espírita que abriu recentemente e queira que conste o endereço na internet e/ou receber nosso Jornal o E-mail é: otaciramaraln@hotmail.com
INDIFERENÇA Tema ficar na indiferença, ela cresce, toma um vulto incomensurável. Não permita que ela a apatia anule a oportunidade de crescer, fazer o bem e combater o mal com veemência. Experimenta utilizar a força de tua mente desejando a paz por onde passares como em frente a um hospital desejar que a Luz Divina envolva a todos os que sofrem. Experimenta usar teus olhos e com bondade fitar o irmão do caminho desejando todo o bem possível. Experimenta usar teus ouvidos e com calma, paciência, tolerância, sem pressa ouvir o companheiro que sofre uma dor atroz. Use teus lábios e sorri e também externe palavras que levante a esperança daquele que passa pela expiação. Use tuas mãos e as estenda para levantar os caídos, deprimidos, combalidos e aperte as mãos do solitário desejando coragem e força. Se o poder do teu coração e emita a todos os tristes a tua compaixão, a tua compreensão. Saia da apatia e aja enquanto há tempo e verás o retorno em forma de bênçãos incontáveis te estimulando a doar-se bem mais. Tema, lutando para que a virtude te ilumine os passos rumo a Jesus. CESFA
DEVER DE SERVIR Em matéria de beneficência, todos estamos na obrigação de doar algo de nós à vida que nos cerca. E isso não sucede tão somente a nós, as criaturas que atingimos a razão, mas igualmente a todos os seres. Minerais fornecem agentes químicos. Vegetais distribuem utilidades múltiplas. No reino animal, milhões de vidas trabalham e se sacrificam a benefício do homem: camelos que o transportam, ovelhas que o vestem, cães que o auxiliam e bovinos que o alimentam. Todos nos achamos convocados a entregar a nossa cooperação pelo bem geral. Acontece, no entanto, que na criatura humana, o discernimento conquistado cria o problema da livre aceitação do dever de servir. Todos nos reconhecemos indicados para oferecer o melhor de nós para que apareça o melhor dos outros em auxílio de todos. Desfrutando, porém, do atributo divino de contribuir conscientemente na Criação Universal e não constando a violência da Obra de Deus, o homem, muitas vezes, quando se vê compelido pelas forças da vida a fazer o melhor de si a benefício do progresso comum, oferece ingredientes negativos à engrenagem do destino, que ele próprio se incumbe de suprimir depois do erro cometido, despendendo tempo e força para reajustar o que ele mesmo desequilibrou. Consideremos a nossa parcela de trabalho na economia da existência. Importa observar, entretanto, que qualidade de observação doamos de nós e o modo pelo qual entregamos a quota de serviço ao mundo, junta às pessoas e ocorrências que nos cercam, porque embora sejamos livres no espírito e responsáveis na ação, todos, na essência, somos canais vivos de Deus. Emmanuel
O ATEU — Em certa localidade do interior de Minas Gerais, morava um ateu incorrigível. Era casado com linda e digna mulher e possuía um único filho, que contava 12 anos e se constituía o seu maior tesouro. O ateu, tanto quanto possível, não perdia a oportunidade de revelar seu ateísmo doentio, como que zombando da crença alheia. Sua prendada esposa o advertia, quase sempre, sem proveito. Continuava negando Deus, multiplicando seu ouro e adorando seu filho único... Quando menos esperava, a morte veio, silenciosa, e levou-lhe o filho, entristecendo o coração materno e enchendo de desespero o coração do ateu. Passaram-se dois anos. O ateu, agora, magro e pobre, sem a esposa, que também fora levada para o Além, sentia-se só e doente. A conselho de alguns amigos, batera à porta de vários Templos, ate que, numa tarde abençoada, foi ter a uma sessão espírita. Aí começou a receber os primeiros socorros. Seu coração, trabalhado pela dor, perdera as vestes negras da vaidade e do orgulho. E, numa noite, quando mais se mostrava convicto da verdade espírita, o filho incorpora-se num Médium e lhe fala: — Meu pai, como me sinto feliz em vê-lo aqui! Como demorou a encontrar a grande Estrada! Graças a Deus, que veio! Mas foi preciso que eu e minha mãe pedíssemos muito, a seu favor, para que o Pai do Céu nos atendesse. E vou contar-lhe uma historieta que um de meus Mentores me contou com relação ao nosso caso: Numa aldeia da Índia, vivia um fazendeiro rico, que se especializara na criação e seleção de animais. Possuía grande quantidade de vacas reprodutoras de boa qualidade. Era um homem bom e prestativo. Desejava ajudar a todos os seus irmãos de romagens na Terra. E, assim, resolveu partilhar sua obra com os seus vizinhos de outra aldeia, que limitava com seus rumos por um pequeno rio. Mandou selecionar alguns bois e uma vaca, que possuía um bezerro único e os enviou aos seus companheiros. Mas, na passagem do rio, todos os bois passaram, menos a vaca e o bezerro... Tudo foi tentado sem proveito. Alguém então alvitrou: amarrem o bezerro e atravessem com ele o rio, que a vaca acompanhá-lo-á... De fato, a vaca, vendo o filho amarrado, berrando, pedindo-lhe socorro, atravessando o rio, não se fez de rogada e também o atravessou... — Aí está, meu pai, a lição preciosa que a historieta nos dá: foi preciso que eu fosse também amarrado pela enfermidade e jogado no rio da morte para que o senhor atravessasse o rio do PRECONCEITO e viesse até a mim e sentisse, como está sentindo, comigo, a vida verdadeira e, deste modo, iniciasse o resgate de suas faltas! Ramiro da Gama
ARADO
“E Jesus lhe disse: Ninguém, que lança mão do arado e olha para trás é apto para o reino de Deus.” — (LUCAS, CAPÍTULO 9, VERSÍCULO 62.) Aqui, vemos Jesus utilizar na edificação do Reino Divino um dos mais belos símbolos. Efetivamente, se desejasse, o Mestre criaria outras imagens. Poderia reportar-se às leis do mundo, aos deveres sociais, aos textos da profecia, mas prefere fixar o ensinamento em bases mais simples. O arado é aparelho de todos os tempos. É pesado, demanda esforço de colaboração entre o homem e a máquina, provoca suor e cuidado e, sobretudo, fere a terra para que produza. Constrói o berço das sementeiras e, à sua passagem, o terreno cede para que a chuva, o sol e os adubos sejam convenientemente aproveitados. É necessário, pois, que o discípulo sincero tome lições com o Divino Cultivador, abraçando-se ao arado da responsabilidade, na luta edificante, sem dele retirar as mãos, de modo a evitar prejuízos graves à “terra de si mesmo”. Meditemos nas oportunidades perdidas, nas chuvas de misericórdia que caíram sobre nós e que se foram sem qualquer aproveitamento para nosso espírito, no sol de amor que nos vem vivifícando há muitos milênios, nos adubos preciosos que temos recusado, por preferirmos a ociosidade e a indiferença. Examinemos tudo isto e reflitamos no símbolo de Jesus. Um arado promete serviço, disciplina, aflição e cansaço; no entanto, não se deve esquecer que, depois dele, chegam semeaduras e colheitas, pães no prato e celeiros guarnecidos.
Emmanuel
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ANO VIII - Nº 93– Campo Grande/MS –Outubro de 2013.. |