MÉDIUNS
É muito comum no meio espírita, colocarmos as dissertações de médiuns sob suspeita; dizemos até que isso e aquilo vem da cabeça do médium, porque o Espírito que assina a dissertação era muito culto e não cometeria tais erros gramaticais e coisas semelhantes.
Tais preocupações também existiam na época em que o ilustre codificador da salutar doutrina dos Espíritos, desenvolvia seus trabalhos, e assim Allan Kardec debruçou-se sobre o tema e conseguiu grandes explicações dos Espíritos elevados que participavam então da transmissão da doutrina que estava sendo estruturada.
Examinamos uma dessas instruções dada pelos Espíritos Erasto e Timóteo, obtida pelo médium Sr. d’Ambel, membro da Sociedade Espiritual comandada por Kardec e transcreveremos alguns pontos muito interessantes, com grandes ensinamentos.
Alegam os instrutores que seja qual for a natureza das comunicações, mecânicas ou semimecânicas ou até mesmo as intuitivas, os processos de comunicação não variam, sendo o mesmo com os encarnados ou com os Espíritos propriamente ditos, que se dá com a irradiação de seus pensamentos.
Tais pensamentos não necessitam de palavras, sendo suficiente que sejam percebidos pelo médium, por causa de suas faculdades. Muitos médiuns, devido seu adiantamento percebem e entendem esses pensamentos, outros não percebem e os transmitem, mesmo sem terem entendidos.
Então, com médiuns que detêm melhores conhecimentos adquiridos na vida atual, ou em outras vidas, com seu Espírito, os instrutores têm preferência, porque a transmissão fica muito mais fácil. Nesses casos, encontram no cérebro do médium os elementos próprios a dar ao seu pensamento a vestidura da palavra que lhe corresponda.
É como observar a natureza através de lentes coloridas, verdes azuis, brancas, vermelhas; assim, o pensamento é visto pelo médium por suas lentes. Outra comparação seria com a composição musical em que o executor que só tem à mão um piano, um violino, uma flauta e com esses instrumentos executa a melodia muito melhor do que se tivesse apenas uma gaita barata.
Quando os instrutores precisam se servir de médiuns pouco adiantados, mais longo e penoso se torna o trabalho, pois precisam decompor o pensamento e ditar letra por letra, por isso buscam encontrar médiuns bem adestrados.
Os Espíritos não precisam de palavras, mas os encarnados, sim, transmitindo assim os pensamentos existentes neles.
Referência bibliográfica:
- Revista Espírita 1861. Allan Kardec.
Crispim
2025
HORA CRUCIAL
Ao começar qualquer tarefa o primeiro gesto será rogar o amparo de Deus para que aquela ação generosa alcance o seu objetivo, especialmente de ser um caminho justo e fraterno ao companheiro de jornada para que ele prossiga com segurança.
Porque ninguém pode viver isoladamente, mas sempre necessita do amparo de outro. É claro que o grande alvo sempre será os seus apegos, porque será mais fácil viver a vida espiritual sem eles.
A verdade que não se pode servir a dois senhores, não pode como espírito continuar apegado aos bens materiais, porque de nada lhe servirá na outra margem da vida. Infelizmente muitos destes depois de haver deixado corpo físico ainda ficam apegados aos bens e valores do mundo que praticamente esquece-se de viver a vida espiritual, mas permanece naquela ilusão que ainda estão vivendo neste mundo.
Discernimento e sabedoria são necessários a vida de qualquer um que esteja em condições de avançar na senda do bem, a cada dia se reportará ao bem que tenha feito, além de tudo, de não haver deixado nada para trás ou sem uma resposta.
A verdade é que há muitas coisas em forma de conhecimento e orientação na vida espiritual, mas construindo na prática neste campo de experimentação, por isso o empenho em realizar as tarefas com bastante dedicação, a fim de que cumpra a sua parte. Todos voltam à reencarnação com objetivos determinados visando avançar no campo da evolução, ainda que tenha que servir até aos ingratos e maus, porque sem essa disposição será muito difícil.
Observa-se no Evangelho que a virtude mais excelente é a caridade, porque coloca o homem na direção certa de ser útil, desafiando a capacidade de servir.
Às vezes é necessário caminhar com os pobres e estropiados, porque ficará mais fácil compreender que cada um tem enorme responsabilidade de construir um futuro melhor para si e para aqueles que o cercam.
Não Espere Demais
Pelo Espírito de Áulus
Otacir Amaral Nunes
O TESOURO PERDIDO
O benfeitor sempre muito solícito trabalhava junto aquele médium porque via possibilidades do trabalho não bem. Porém aquele médium não queria nada com o trabalho rotineiro e disciplinado, às vezes até o benfeitor pensava que ele estava aqui neste plano num parque de diversão, talvez mais interessado em destacar qualidade de fantasia de sua mente.
Embora tivesse um grau de mediunidade bem acentuada. Não se decidiu pelo trabalho, como não aceitou o encargo e também não produziu nada durante a vida. Sempre alegava um motivo ou outro, na verdade era uma mera desculpa.
Amigos abnegados do plano espiritual o ajudavam sob todos os pontos de vista, ajudando-o desde os bancos escolares para que tivesse um meio de vida digno.
Mais ainda arranjaram-lhe uma companheira meiga e carinhosa para que sempre estivesse ao seu lado, mas sempre arranjava um motivo para não ter nenhum compromisso, ainda que demonstrasse um desenvolvimento promissor.
Não queria sequer estudar a Doutrina, para ser um bom médium. Alguns amigos perguntavam-lhe a razão dessa recusa em trabalhar porque via nele bastante potencial. Sempre citava um caso de um médium extraordinário com apenas instrução primária.
Só que ele não sabia direito a história daquele homem a que se referia, além de ser um grande trabalhador, ainda sempre foi um esforçado autodidata, além de estudar profundamente a Doutrina ainda estudava a diuturnamente a língua que se expressava. Porém ele contava a historia que lhe convinha.
Também grandes companheiros do mundo material que se dedicavam por longo tempo ao trabalho do bem o aconselhavam a não perder a oportunidade de desenvolver a sua capacidade de servir.
Às vezes frequentava algumas sessões e até entusiasmava os amigos mais de perto, até pensavam desta feita ele abraça a causa.
Porém dali uns dias surgia uma desculpa que trabalhava demais, que devia levar o filho em cursos extraclasse, como se fosse um trabalho feito aos outros e não para seu equilíbrio emocional e espiritual, e mais ainda precisava fazer um curso para melhoria de seu futuro.
Porém levando ainda em consideração que recebera sempre apoio de muitos amigos que tinham uma bagagem moral considerável, aliás, sempre ele se recusava como se fosse uma tarefa pesada demais para ele. Não sabia o coitado que sem esforços, não conseguiria dar um passo a frente.
Assim que a vida foi passando entre idas e vindas, avanços e retrocessos, aliás, mais retrocessos para ficar na estaca zero. Vida inútil e sem objetivo. Porque não aprendeu a amar a vida. Talvez como Narciso só se encantasse por si mesmo, encantava com o seu talento que só ele via como também queria que os outros o vissem, caso contrário ficava extremamente aborrecido.
Mas o lamentável que tinha um farol em suas mãos, mas não quis aproveitar para iluminar o seu próprio caminho.
Preferiu o comodismo, ser o dono da verdade, que não considerava a experiências daqueles trabalhadores mais antigos. Como também não as aproveitava, mas fazia emergir o seu exagerado orgulho, até mesmo sem saber.
Assim que sem trabalho e pouco discernimento, porém entusiasmado demais pelos holofotes do mundo, o glamour do elogio enganoso, mas com o tempo implacável vai passando, uma vida boa começa a dar o sinal de que algo não estava absolutamente certo, mas sempre atribuindo os problemas aos outros motivos.
Baseados nos seus exemplos de comodismo os filhos também assim se criaram. Muitas regalias, poucas responsabilidades, sempre com razão se miram nos exemplos dos pais e essa culposa indiferença e excesso de mimos.
Acostumados a terem tudo sem darem valor e quaisquer negativas dos pais ficavam de mal e muitas vezes os pais tinham que pedir desculpas. Embora fossem pessoas boníssimas de fino trato do ponto de vista social, mas não se aplicavam em fazer a educação dos seus queridos filhos.
De outro lado os desafetos espirituais vendo que ele não se esforçava para nada, até as mensagens que no principio havia alguma frases promissoras, com o tempo foram perdendo o brilho. Embora ele afirmasse que era de fulano ou sicrano, sempre era um personagem expressivo da história humana para sondar-lhe aquela mediunidade que nunca teve um andamento correto para que desses frutos de verdade.
Os filhos deram-lhe verdadeiras dores de cabeça, porque os criara sem disciplina e em pouco tempo desconheciam a autoridade dos pais.
A idade foi chegando e iniciaram-se os primeiro sintomas da idade, as enfermidades, os problemas financeiros, quando os filhos sequer terminaram o primário o ensino fundamental.
Cansados de tantas estripulias os benfeitores espirituais e companheiros de jornada o deixaram. Não tinha jeito e foram deixando que ele seguisse o caminho que bem quisesse, até por educação. Mas não lhe prestavam mais atenção no que falava vindo a desencarnar ainda jovem, sem aproveitar os tesouros das experiências bem vividos e bem aproveitados.
Voltava à vida espiritual com alguém que perdeu a batalha da vida. Os filhos constavam os mesmos exemplos dos pais e muita vez agiu de acordo com a mãe, sempre sem noção de nada, porque vivera sempre a sombra de uma árvore que não produziu nada, também não atingiu a meta e não desejou também. Ponto final.
Luzes da Ribalta
Pelo Espírito de Áulus
Otacir Amaral Nunes
CENTROS DE FORÇA
O Espírito André Luiz assinala a existência de sete principais estruturas perispirituais, de natureza eletromagnética, denominadas Centros Vitais ou Centros de Força, os quais “[...] governam os bilhões de entidades microscópicas a serviço da inteligência [...].”151
O principal centro vital é o coronário que detém controle sobre os demais, segundo as seguintes explicações do orientador espiritual: O “[...] centro coronário, instalado na região central do cérebro, sede da mente, [é] centro que assimila os estímulos do plano superior e orienta a forma, o movimento, a estabilidade, o metabolismo orgânico e a vida consciencial da alma encarnada ou desencarnada. [...]”152
O centro coronário supervisiona, ainda, os outros centros vitais que lhe obedecem ao impulso, procedente do Espírito, assim como as peças secundárias de uma usina respondem ao comando da peça-motor de que se serve o tirocínio do homem para concatená-las e dirigi-las. [...]153
Os demais centros vitais, considerados como secundários, são os que se seguem.
• Centro Cerebral: contíguo ao coronário, com influência decisiva sobre os demais, governando o córtice encefálico na sustentação dos sentidos, marcando a atividade das glândulas endocrínicas e administrando o sistema nervoso em toda a sua organização, coordenação, atividade e mecanismo, desde os neurônios sensitivos até as células efetoras [...].”154
André Luiz informa também que o centro cerebral administra, em consequência, as percepções gerais, inclusive as sensoriais, assim especificadas [...] a visão, a audição, o tato e a vasta rede de processos da inteligência que dizem respeito à palavra, à cultura, à arte, ao saber. É no “centro cerebral”, que possuímos o comando do núcleo endocrínico, referente aos poderes psíquicos [...].”(aspas no original).155
• Centro Laríngeo: “[...] preside aos fenômenos vocais, inclusive às atividades do timo, da tireoide e das paratireoides.”156 Este centro de força controla, portanto, os processos de fala e de respiração.
• Centro Cardíaco: “[...] sustenta os serviços da emoção e do equilíbrio geral.157
• Centro Esplênico: além de atuar sobre o baço, como o nome indica, age sobre “[...] todas as atividades em que se exprime o sistema hemático, dentro das variações de meio e volume sanguíneo.158
• Centro Gástrico: “[...] que se responsabiliza pela penetração de alimentos e fluidos em nossa organização.”159 Dessa forma, tem ação sobre a digestão e a absorção de alimentos.
• Centro Genésico: considerado o santuário do sexo, pois por este centro que os corpos físicos são construídos nos processos reencarnatórios, “[...] guiando a modelagem de novas formas entre os homens [encarnados] ou o estabelecimento de estímulos criadores, com vistas ao trabalho, à associação e à realização entre as almas.”160
Referência
151 XAVIER, Francisco Cândido; VIEIRA, Waldo. Evolução em dois mundos. Primeira
152 XAVIER, Francisco Cândido; VIEIRA, Waldo. Evolução em dois mundos. Primeira parte, it. Centros vitais, cap. 2, p. 26, 2013.
153 Id. Ibid. Cap. 2, p. 26–27.
154 Id. Ibid., p. 27.
155 Id., Entre a Terra e o Céu. Cap. 20, p. 136, 2013.
156 Id. Ibid., p. 136.
157 Id. Ibid., p. 136.
158 XAVIER, Francisco Cândido; VIEIRA, Waldo. Op. Cit. Primeira parte, cap. 2, p. 27, 2013. parte, it. Centros vitais, cap. 2, p. 26, 2013.
159 XAVIER, Francisco Cândido; VIEIRA, Waldo. Evolução em dois mundos. Primeira parte, cap. 20, p. 136, 2013.
160 Id. Ibid. Cap. 2, p. 27, 2013.
Livro Mediunidade Estudo e Prática
FEB
PSICOGRAFIA
ALMA QUERIDA
Alma querida e boa por que esta insistência em querer desvendar o passado?
Viva o presente realizando o melhor e conseguirás a paz que almejas.
Se o passado fora perfeitamente permitido por Deus como prova do seu amor para ficar encoberto não seria rebeldia exagerada querer desvendá-lo?
É amor do Pai para que não se perca e sofra bem mais.
E por que às vezes pede prova, uma prova para acreditar definitivamente nos Espíritos pedindo para vê-los? Vê-los para que?
Aproveite a visão perfeita e mergulhe nas páginas educativas do bom livro e console-se.
Busque com a visão perfeita enxergar os mais diferentes defeitos que te infelicita e inquieta e eduque-se.
Visão perfeita para corrigir aquilo que hoje está te perturbando, desequilibrando a mente.
Não precisa de provas, Deus te deu dons maravilhosos, mas todos eles serão despertos com disciplina, trabalho e dedicação; estudo constante e fidelidade para edificar o Reino de Deus no teu coração.
Coloque os pés bem firmes no chão e saia da ilusão. E com convicção e gratidão ao Pai esmere-se na transformação moral. Nada desperta por acaso, tudo é fruto de muita dedicação e trabalho.
Em nenhuma ciência será diplomada se não houver anos e anos de aplicação e esta ciência do Espírito não é diferente.
Filha querida mire-se no nosso modelo Jesus e esquecida de si auxilie os sofredores e serás auxiliada pelo Pai Maior.
Paz e Bem.
CESFA
Campo Grande/MS.
Espiritismo para Crianças
Marcela Prada
Tema: Lei do Trabalho
MELINA, A ABELHA TRABALHADORA
Melina era uma abelha bastante trabalhadora. Na colmeia ela era conhecida por todo mundo. Sempre séria e atenta às suas tarefas, era a primeira a sair para o trabalho do dia e quase sempre uma das últimas a retornar.
Todas as abelhas costumam ser trabalhadoras, na verdade. Algumas voam longe para buscar o pólen das flores e depois fabricar o mel. Outras participam da construção da colmeia ou da sua segurança. Mas Melina era tão esforçada que queria fazer todas as tarefas.
Ela tinha boa vontade. Sabia que o bem-estar da colmeia dependia do trabalho delas. Então se dedicava ao máximo, em tudo que podia.
Melina tinha muitas virtudes já conquistadas como, por exemplo, a disciplina, a responsabilidade, a inteligência e a boa-vontade para colaborar. Mas ainda faltavam algumas coisas para ela aprender.
Com o passar do tempo, adquirindo conhecimento e segurança na execução de suas tarefas, Melina passou a reclamar das companheiras. Queria que elas fizessem tudo do mesmo modo que ela.
Vivia chamando a atenção das outras, exigindo rapidez e perfeição.
As outras abelhas não gostavam de ficar na mesma equipe que Melina e comentavam:
- Ela é muito exigente!
- Vive pegando no meu pé!
- Ela é muito orgulhosa. Pensa que só ela trabalha direito.
A cada dia, Melina ia ficando mais isolada das outras, mas nem percebia. Para ela só o que importava era trabalhar, sem parar.
Certo dia, o tempo estava fechado. Muitas nuvens no céu e muita umidade nas plantas, pela chuvinha fina que já tinha caído à noite. A colmeia sabia que aquele, provavelmente, seria um dia de descanso, já que as abelhas não costumam voar e nem trabalhar nas flores, em dias de chuva.
Mesmo assim, a abelha trabalhadora acordou cedo, como sempre, se arrumou e começou a falar:
- Vamos lá, pessoal! Temos que trabalhar! Está com jeito de chuva, mas pode ser que nem chova. Vamos! Deixem de preguiça!
Ouvindo isso, uma das abelhas se aborreceu e respondeu brava:
- Não é preguiça, Melina, você sabe muito bem que não devemos voar na chuva. Além de improdutivo, porque as flores estarão sem pólen e néctar, também é perigoso. Podemos nos acidentar com as asas molhadas.
Melina no fundo sabia que a outra abelha estava certa, mas ficou contrariada e, sem falar mais nada, abriu suas asas e voou para fora da colmeia.
Não demorou muito, começou a chover. No começo uma chuvinha fina, mas depois chuva mais forte.
Na colmeia, os comentários se espalharam e todas ficaram sabendo que Melina estava fora. Logo a abelha rainha foi também informada e quis saber por que isso tinha acontecido.
Algumas abelhas que conviviam mais com Melina foram chamadas e explicaram para a rainha tudo o que vinha acontecendo.
A colmeia, preocupada, esperava pela Melina, mas ela não voltava. Só à tarde, quando a chuva já tinha parado e o sol voltado a brilhar, é que duas abelhas, por ordem da rainha, foram procurar Melina.
Elas não precisaram ir longe para acharem a companheira, embaixo de uma folha. Melina estava bem, mas ainda molhada. As duas amigas agitaram as asas, fazendo ventar para ajudar Melina a se secar.
Assim que ela sentiu confiança, voou e as três voltaram para a colmeia.
A volta delas foi comemorada. Aliviadas e vendo Melina bem, as abelhas receberam-na com abraços carinhosos.
Depois de tomar uma boa dose de mel, para se recompor, Melina foi chamada para uma conversa com a abelha rainha.
- Desculpe, Rainha, sei que minha atitude foi imprudente e causou preocupação – disse ela.
- Você é uma trabalhadora experiente, Melina. Por que fez isso? Por que fica querendo trabalhar mais que as outras e até nos dias de chuva? Por acaso se acha melhor que as outras abelhas?
- Não, não é isso, rainha! Eu sei que não sou melhor do que elas e que preciso também delas para que a colmeia fique bem. É por isso mesmo que eu trabalho bastante e quero que elas também trabalhem. Precisamos do mel para vivermos. Precisamos da nossa casa bem construída e arrumada. É muito importante para nossas vidas nos esforçarmos ao máximo.
- Você está certa, Melina! Mas só parcialmente. É da lei de Deus que trabalhemos, mas que descansemos também. O repouso é necessário para a reposição das energias e também para equilibrarmos nossas vidas, com outros tipos de atividade, inclusive a convivência fraterna com nossas irmãs. Se você conseguir ajustar um pouco suas atitudes, contribuirá não só com você mesma, mas com toda a colmeia.
Depois da conversa, Melina pensou bastante nas palavras da rainha. Aos poucos ela conseguiu ir mudando seu comportamento. Ela foi deixando de ser tão exigente com as outras e até com ela mesma.
Começou a seguiu os horários de trabalho normais, praticados na colmeia, e assim passou a ter mais tempo para conhecer melhor as outras, dar risadas com elas e se divertir com passeios e brincadeiras.
Quando havia muitos dias seguidos de chuva, Melina ainda se preocupava com a baixa nos estoques de mel. Mas ela teve que aprender a confiar em Deus também.
E dessa forma, equilibrando mais sua vida, Melina pôde ter, não apenas uma casa segura e alimento gostoso, mas uma vida bem mais feliz.
Material de apoio para evangelizadores:
Clique para baixar: Atividades
marcelapradacontato@gmail.com
O Consolador
Revista Divulgação Espírita
2025
PROVAS INCONTESTÁVEIS DA SOBERANIA DIVINA
por Roni Ricardo Osorio Maia
O Espiritismo cumpre muito bem sua proposta de consolador prometido por Jesus[1] , instrui e consola a tantos quantos a ele recorrem com diversas questões, principalmente, às de ordem espiritual; são pessoas ávidas de explicações coerentes, e ponderações que introjetem respostas que penetrarão de maneiras equilibradas as suas consciências; a doutrina de luz e verdade fornece esses fatos e comprovações e, se ainda vagar uma dúvida, traz a evidência ao incrédulo contumaz ou a qualquer controverso que queira provas materiais – essencialmente no tocante sobre a existência de Deus – O Pai de Amor e Bondade amplamente divulgado pelo Messias, em suas preleções há mais de dois mil anos.
São inúmeros os casos que nós ouvimos ou observamos durante décadas na seara espírita, como a mensagem psicografada encaminhada a determinada pessoa, provinda de um ente querido habitante do invisível, com detalhes e minúcias dos quais somente o destinatário teria conhecimento. Para os mais reticentes nesse assunto – o recado provindo do Invisível utiliza-se de medianeiros com pouquíssima cultura ou formação acadêmica, para evitar os embustes ou a acusação de charlatanismo.
A dúvida sobre Deus e a vida espiritual, isto é, sobre uma força suprema e superior às criaturas e uma ambiência imaterial, é um pensamento que, segundo a espiritualidade, povoa a mentalidade de um pequeno número de incrédulos - ainda bastante insensíveis, como uma questão inadmissível e uma hesitação pertinente à imperfeição humana.
Para ilustrar nossa ponderação, relembremos o memorável livro Pai Nosso, pelo venerando espírito Meimei, livro que muito apreciamos, psicografado por Francisco Cândido Xavier, que apresentou o apropriado conto Existência de Deus.
A narrativa diz-nos que um humilde velho servo analfabeto, de origem árabe, orava com muita veneração; um dia, o líder caravaneiro indagou por que ele rezava com tamanha fé, pelo fato dele ser um desconhecedor das letras. Então, o servo apresentou-lhe três perguntas: como reconhecia o remetente de uma carta? A marca de uma joia? Os caminhos de animais próximos ao acampamento? E, respectivamente, o senhor respondeu pela ordem: pela letra, pelo ourives e conforme os rastros.
Em seguida, o ancião chamou o rico ateu para fora da tenda e lhe mostrou o céu cintilante de estrelas com lua brilhante e afirmou: aquelas estrelas não seriam obras humanas. Logo em seguida, o senhor ajoelhou-se juntamente ao seu subalterno; e ambos se uniram em oração como uma bela demonstração de um ser redimido.
Deus está no pensamento mais íntimo de suas criaturas; algumas delas insistem em desacreditar em uma grandeza superior; porém, o ser inteligente possui como ideia inata essa noção de que existe um Ser Supremo, e os homens sempre recebem testemunhos incontestáveis dessa grandeza infindável.
Há muitos enganos e dúvidas em relação a Deus, à sua onipotência e à sua soberania; o homem - em destaque os exploradores do espaço sideral vasculham e pesquisam sobre as leis que equilibram o Universo, e quanto os cientistas mais investigam, eles se deparam com a incontestável soberania divina – a ponto de inúmeros céticos se renderem e se converteram espiritualmente.
[1] João, 14:15-17 e 26.
O Consolador
Revista Divulgação Espírita
2025
MARIA DE NAZARÉ: UMA HOMENAGEM AO DIA DAS MÃES
martaantunes@febnet.org.br
Maria, mãe de Jesus, conhecida como Senhora de luz ou a Bem-aventurada era filha de pais judeus, Joaquim e Ana, e foi esposa de José, o carpinteiro, judeu da tribo de Davi. Há dúvidas quanto ao local exato do seu nascimento — ocorrido entre 18 ou 20 a.C. — , em Jerusalém ou em Séforis, na Galileia. Viveu a sua infância na cidade de Nazaré. A despeito da humildade e da pouca idade em que se tornou mãe de Jesus (acredita-se que ela teria 14 anos de idade), Maria era, efetivamente, um Espírito iluminado, a única em condições para ser mãe do Messias de Deus, Guia e modelo da humanidade terrestre1:
Buscando […] alguém no mundo para exercer a necessária tutela sobre a vida, preciosa do Embaixador divino, o supremo poder do Universo não hesitou em recorrer à abnegada mulher, escondida num lar apagado e simples… Humilde, ocultava a experiência dos sábios; frágil como o lírio, trazia consigo a resistência do diamante; pobre entre os pobres, carreava na própria virtude os tesouros incorruptíveis do coração, e, desvalida entre os homens, era grande e prestigiosa perante Deus.2
Maria foi cognominada de “bendita” ou “bem-aventurada” porque foi a escolhida para ser a mãe de Jesus. Esta informação está no Evangelho segundo Lucas, em dois momentos diferentes:
- Quando o anjo anuncia a vinda de Jesus: “Salve, agraciada; o Senhor é contigo; bendita és tu entre as mulheres” (Lucas, 1:28).
- Quando da visita à prima Isabel: “Bendita és tu entre as mulheres, e é bendito o fruto do teu ventre” (Lucas, 1:42).
Por ser um Espírito de grandes conquistas evolutivas e virtudes, consciente de sua tarefa, curva-se, humilde, diante do anjo que, em nome do Pai, lhe anuncia que será a mãe de Jesus, o Salvador, dizendo: “Eis aqui a serva do Senhor, cumpra-se em mim segundo a tua palavra” (Lucas, 1:38).
Maria esteve presente em todos os eventos mais importantes da vida de Jesus, do nascimento à crucificação, ressurreição e ascensão. Nos momentos finais da crucificação, antes do senhor dá o último suspiro, entregou a sua mãe à proteção do Apóstolo João. Consta que Jesus já se encontrava crucificado quando vê, aos pés da cruz, sua mãe em companhia de Maria, esposa de Clopas, de Maria Madalena e de João
Evangelista (João, 19: 25 e 26). A despeito do sofrimento que passava, o Mestre coloca Maria de Nazaré sob os cuidados de João, que, a partir daquele momento, ambos seriam considerados mãe e filho (João, 19: 26 e 27).
Bittencourt Sampaio comenta essa ação de Jesus:
O ato de Jesus, recomendando João a Maria: “Mulher, eis o teu filho” – e Maria a João: “Eis a tua mãe” , é um derradeiro sinal patente da sua solicitude pelos encarnados e um testemunho, uma homenagem aos sentimentos que devem animar os filhos para com seus, abrangendo mesmo os membros da grande família universal.3
O que ressalta no texto é que o Senhor, ao término da sua dolorosa morte, contou com a presença de amigos e familiares fiéis. E mais: destaca-se a presença feminina, sobretudo a de Maria de Nazaré, que permaneceu com Ele até o último suspiro. A respeito do apoio recebido daquelas dedicadas mulheres, Emmanuel assinala a respeito:
Atraídas pelo amor puro, conduziam à presença do Senhor os aflitos e os mutilados, os doentes e as crianças. E, embora não lhe integrassem o círculo apostólico, foram elas – representadas nas filhas anônimas de Jerusalém – as únicas demonstrações de solidariedade espontânea que o visitaram, desassombradamente, sob a cruz do martírio, quando os próprios discípulos debandavam. […]
Eis o motivo pelo qual, sempre que o raciocínio nos induza a ponderar quanto à glória do Cristo – recordando, na Terra, a grandeza de nossas próprias mães –, nós nos inclinaremos, reconhecidos e reverentes, ante a luz imarcescível da Estrela de Nazaré.4
Tempos depois, Maria de Nazaré e João, agora mãe e filho, foram viver em Éfeso, a fim de que cumprissem a missão que lhes cabia:
E João lhe contou a sua nova vida. Instalara-se definitivamente em Éfeso, onde as ideias cristãs ganhavam terreno entre almas devotadas e sinceras. Nunca olvidara as recomendações do Senhor e, no íntimo, guardava aquele título de filiação como das mais altas expressões de amor universal para com aquela que recebera o Mestre nos braços veneráveis e carinhosos. […].5
O Espírito Humberto de Campos prossegue em suas preciosas informações colhidas nos registros existentes no plano espiritual: “[…] A casa de João, ao cabo de algumas semanas, se transformou num ponto de assembleias adoráveis, onde as recordações do Messias eram cultuadas por espíritos humildes e sinceros. […].”5 Por esses e outros motivos, a singela residência de Maria e João passou a ser conhecida como Casa da Santíssima:
Maria externava as suas lembranças. Falava d’Ele com maternal enternecimento, enquanto o apóstolo comentava as verdades evangélicas, apreciando os ensinos recebidos. Vezes inúmeras, a reunião somente terminava noite alta, quando as estrelas tinham maior brilho. E não foi só. Decorridos alguns meses, grandes fileiras de necessitados acorriam ao sítio singelo e generoso. A notícia de que Maria descansava, agora, entre eles, espalhara um clarão de esperança por todos os sofredores. Ao passo que João pregava na cidade as verdades de Deus, ela atendia, no pobre santuário doméstico, aos que a procuravam exibindo-lhe suas úlceras e necessidades.
Sua choupana era, então, conhecida pelo nome de “Casa da Santíssima”5
Maria sempre dedicou assistência aos sofredores, como registrou Yvonne Pereira no livro Memórias de um suicida. A obra descreve a assistência aos suicidas, em profundo sofrimento no Além pela Legião dos servos de Maria, “chefiada pelo elevado Espírito Maria de Nazaré.6
Muitos são os relatos que envolvem a ação de Maria de Nazaré em benefício dos que sofrem. Por exemplo, no livro Ação e reação, André Luiz relata o caso de uma senhora que orava fervorosamente, rogando a proteção de Maria de Nazaré pelos filhos transviados. O instrutor Silas, citado na referida obra explica a André Luiz: “[…] Petições semelhantes a esta elevam-se a planos superiores e ai são acolhidas pelos emissários da Virgem de Nazaré, a fim de serem examinadas e atendidas, conforme o critério da verdadeira sabedoria.”7
Em diversas obras os Espíritos superiores fazem referência à dedicação de Maria aos sofredores. Daí a sempre atual recomendação de Humberto de Campos: “Por esta razão, amigos meus, quando ouvirdes o cântico nos templos das diversas famílias religiosas do Cristianismo, não vos esqueçais de fazer no coração um brando silêncio, para que a rosa Mística de Nazaré espalhe aí o seu perfume.”8
REFERÊNCIAS
- KARDEC, Allan. O livro dos espíritos. Evandro Noleto Bezerra. 4. ed. 13. imp. Brasília: FEB, 2023. Q. 625.
- XAVIER, Francisco Cândido. Religião dos espíritos. Estudos e dissertações em torno da substância religiosa de O Livro dos Espíritos, de Allan Kardec. Pelo Espírito Emmanuel. ed. 9. imp. Brasília: FEB, 2019. Cap. 52.
- SAMPAIO, Francisco Leite de Bittencourt. A divina epopeia de João Evangelista. (Trasladada para versos heroicos). 5. ed. Brasília, DF: FEB, 2003. Cap. Notas ao Canto XIX, p. 481.
- XAVIER, Francisco Cândido. Luz no lar. Por Espíritos diversos. 12. ed. 5. imp. Brasília, DF: FEB, 2016. Cap. 43 – A mulher ante o Cristo [mensagem de Emmanuel].
- XAVIER, Francisco Cândido. Boa nova. Pelo Espírito Humberto de Campos. 37. ed. 15. imp. Brasília, DF: FEB, 2020. Cap. 30.
- ANUÁRIO ESPÍRITA. Diversos autores. Ano XXIII, nº 23. Araras: IDE, 1986. Item: Fatos mediúnicos (Notícias de Maria, mãe de Jesus), p. 18.
- XAVIER, Francisco Cândido. Ação e reação. Pelo Espírito André Luiz. ed. 2 imp. Brasília: FEB, 2013.Cap. 11.
- XAVIER, Francisco Cândido. Boa nova. Pelo Espírito Humberto de Campos. 37. ed. 15 imp. Brasília: FEB: 2020. 30.
- XAVIER, Francisco Cândido. Mãe – Antologia mediúnica. Diversos Espíritos. 3. ed. Matão, SP. Casa Editora O Clarim. 1974. Cap.: Súplica à Mãe Santíssima, p. 43.
Editorial FEB
2025
VIDA E SEXO
De: Francisco Cândido Xavier
Espírito: Emmanuel
Editora: FEB
Considerando que o sexo é um assunto presente nas várias fases da vida, é comum se questionar sobre como o tema é abordado no plano espiritual. Assumindo a relevância e as possíveis dúvidas, o autor espiritual, Emmanuel, traz-nos uma miscelânea completa acerca de como a espiritualidade trata os diversos vieses presentes na questão. Com base nos sábios e benevolentes mensageiros que orientaram Allan Kardec na codificação da Doutrina Espírita, as definições presentes nesta obra permitem ao leitor uma reformulação do pensamento e uma possível mudança na postura diante dos assuntos relacionados ao casamento, ao amor livre, ao aborto e ao adultério. São conselhos valiosos, voltados para a educação dos indivíduos no sentido de tratar dignamente o sexo, respeitando os outros e a si mesmo.
DISCÍPULOS
“E qualquer que não levar a sua cruz, e não vier após mim, não pode ser meu discípulo.” Jesus (Lucas. 14:27)
Os círculos cristãos de todos os matizes permanecem repletos de estudantes que se classificam no discipulado de Jesus, com inexcedível entusiasmo verbal, como se a ligação legítima com o Mestre estivesse circunscrita a problema de palavras.
Na realidade, porém, o Evangelho não deixa dúvidas a esse respeito.
A vida de cada criatura consciente é um conjunto de deveres para consigo mesma, para com a família de corações que se agrupam em torno dos seus sentimentos e para com a Humanidade inteira.
E não é tão fácil desempenhar todas essas obrigações com aprovação plena das diretrizes evangélicas.
Imprescindível se faz eliminar as arestas do próprio temperamento, garantindo o equilíbrio que nos é particular, contribuir com eficiência em favor de quantos nos cercam o caminho, dando a cada um o que lhe pertence, e servir à comunidade, de cujo quadro fazemos parte.
Sem que nos retifiquemos, não corrigiremos o roteiro em que marchamos.
Árvores tortas não projetam imagens irrepreensíveis.
Se buscamos a sublimação com o Cristo, ouçamos os ensinamentos divinos.
Para sermos discípulos dele é necessário nos disponhamos com firmeza a conduzir a cruz de nossos testemunhos de assimilação do bem, acompanhando-lhe os passos.
Aprendizes existem que levam consigo o madeiro das provas salvadoras, mas não seguem o Senhor por se confiarem à revolta através do endurecimento e da fuga.
Outros aparecem, seguindo o Mestre nas frases bem feitas, mas não carregam a cruz que lhes toca, abandonando-a à porta de vizinhos e companheiros.
Dever e renovação.
Serviço e aprimoramento.
Ação e progresso.
Responsabilidade e crescimento espiritual.
Aceitação dos impositivos do bem e obediência aos padrões do Senhor.
Somente depois de semelhantes aquisições é que atingiremos a verdadeira comunhão com o Divino Mestre.
Fonte Viva
Francisco Cândido Xavier
Ditado pelo Espírito Emmanuel
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