HÁ MALES QUE VÊM PARA O BEM!?
JESUS EXPLICOU a respeito da Providência Divina, quando falou sobre a oração. Se até os pais da Terra, de uma forma geral, buscam dar o melhor para os seus filhos, que dirá o Pai Celestial, absolutamente Justo e Bom. Contudo, filhos ingratos que ainda somos, muitas vezes, não percebemos as bênçãos que nos são concedidas, preferindo desprezar e reclamar da vida, por conta das pequenas dificuldades do caminho - esquecendo que elas são necessárias para o nosso crescimento e evolução.
JESUS ENSINOU "Pedi e obtereis. Buscai e achareis. Batei e a porta será aberta". E justificou, ilustrando: "Se vós, que sois ainda maus, sabeis dar boas dádivas aos vossos filhos, quanto mais dará o pai celestial!" Já nos detivemos a pensar nas dádivas que recebemos, na qualidade de filhos de Deus? O devotamento paternal do Supremo Senhor nos rodeia em toda parte. Lembremo-nos, no entanto, de que a Providência Divina opera invariavelmente para o Bem infinito. Manifesta-se de forma muito mais ampla e inteligente do que, por vezes, entendemos ou sequer imaginamos.
Percebemos que o bom nem sempre é agradável. Há "males" que vêm para bem!
JESUS ALERTOU sobre as aflições do mundo. Tudo tem um propósito. É o recurso da tempestade que liberta a atmosfera asfixiante. É o espinho da flor que a defende. É o adubo forte que favorece a plantação. É a dureza das rochas que sustenta a verdura dos vales. Desta forma, também, nos círculos de lutas humanas, acontecimentos que nos parecem frustrantes, para a atividade particular, representam escoras ao nosso equilíbrio e ao nosso êxito. Parece-nos difícil entender num primeiro momento, pois ainda somos limitados, imediatistas, buscando sempre conforto, prazer...
JESUS ORIENTOU o bom ânimo, diante das dificuldades. Enxerguemos a nossa própria existência no longo prazo e percebamos quantas experiências foram assim: desagradáveis no momento, mas importantes para nos tornar mais fortes e felizes hoje. Há "males" que vêm para o Bem! Na verdade, não são males. Nós os enxergamos assim, devido às lentes que ainda não nos permitem interpretações mais complexas.
Entendamos que, quando rogamos ao Senhor as bênçãos da Luz Divina para o nosso coração, seremos atendidos. Estejamos, porém, abertos às respostas. Humildes e atentos para perceber que nem sempre atendem a nossas expectativas ou desejos imediatos...
JESUS DEFINIU um Deus Pai Perfeito de Amor e Justiça. Ou seja, Ele sabe o que é melhor para nós - melhor que a gente mesmo. Nem sempre teremos o que queremos, mas sempre temos o que precisamos, pois as bênçãos de Deus não são para atender vontades humanas falhas, mas para suprir a necessidade (espiritual) maior. Além disso, já notou tudo que temos recebido, sem mesmo pedir? Tudo que nos nutre o corpo e a alma, permitindo que estejamos despertos dia após dia.
Lembremos: o Pai deseja que os filhos aprendam, cresçam, amadureçam, conquistem autonomia e sejam o melhor que puderem, tal como Jesus. Somos uma semente divina que precisa frutificar!
JESUS PERGUNTOU "Qual de vocês seria capaz de dar uma pedra ao filho, quando este lhe pedisse pão? Ou lhe daria uma cobra, quando pedisse peixe?" E aqui podemos interpretar que, mesmo se o filho pedir "pedra" ou "cobra", o Pai Justo e Bom dará "pão" e "peixe". Saibamos, portanto, pedir (e agir), com fé, humildade e confiança. E, como filhos, saibamos apreciar o que recebemos. Aguardemos as respostas daquilo que pedimos, sem deixar de fazer a nossa parte, com esperança e perseverança. Mas, entendamos, que o Grande Educador não nos tira os "males" que vem para o nosso Bem!
E confiemos no socorro da Providência, que jamais desampara. Paz e Luz!
PALAVRAS de LUZ
Sementes do BEM
2025
CONQUISTA
Caminhe mesmo entre pedras que lhes firam os pés, porque muitas vezes o sacrifício vale muito mais quando é em favor de uma grande causa. Aquele que compreendeu a essência da mensagem de Jesus, muitas vezes não fará aquilo que queira, mas cumprirá o dever com a própria consciência.
A cada dia se deparará com dificuldades e problemas, mas com bom ânimo fará sempre o melhor, por mais difícil que seja o caminho. Tantas pessoas que diante dos valores do mundo nada tinha, mas carregava no coração uma chama sagrada devido ao amor e se consagraram a realizar grandes coisas que vivem na memória do mundo. Bastando lembrar que os primeiros discípulos de Jesus eras simples pescadores, mas ficaram como exemplos para as gerações futuras.
Assim que nunca alegue desvalia para estar ausente das fileiras do bem, porque carrega dentro de si um enorme potencial que precisa mediante a sua decisão despertá-lo para que realize o seu grande projeto de amor.
Naturalmente que muitas vezes sentirá o aguilhão das dificuldades e limitações, mas urge que caminhe com desenvoltura para que consiga superar os obstáculos.
Com trabalho e dedicação conseguirão superar enormes barreiras, inclusive que julga até impossível, mas mediante a sua decisão segura e firme queimará etapas.
Assim se algum dia sentir-se sem inspiração estude a biografia dos grandes pioneiros de sua fé e verá a obstinação e trabalho desses heróis anônimos, porque acreditaram no que sonhavam e deram exemplos extraordinários de luta e sacrifício, de amor e dignidade. Além de tudo levaram até o fim e cumprirem com os seus compromissos até os derradeiros instantes de suas vidas.
Mas, hoje dispõe de enormes recursos, apesar de afirmar-se tão pobre de possibilidades, mas é necessário agir no bem. Com isso adquirirá forças para avançar, pois que à medida que trabalhe em favor do próximo, logo os atrativos do mundo vão perdendo o seu império sobre o seu coração, porque compreenderá que estará da posse de um grande tesouro e por motivo algum perderá o foco.
Passará neste momento a viver o conteúdo do Código Divino, que Jesus trouxe ao mundo a peso de ingentes sacrifícios, muitas vezes só compreenderá essa realidade naqueles dias de suas maiores aflições quando a dor não conhecer mais fronteiras. Certamente que compulsando essas palavras luminosas de amor e vida, encontrará a respostas para as grandes questões que seu coração ansiosamente busca.
Por fim não espere facilidades, mesmo porque a história do Cristianismo sempre foi de muita luta e sacrifício, de outro lado todos tem tendências inferiores a serem corrigidas, já falavam aos antigos que aquele que vence a si mesmo, na realidade será o maior conquistador. Áulus.
Não Espere Demais
Pelo Espírito de Áulus
Otacir Amaral Nunes
CAMINHO PARA A FELICIDADE
Talvez esteja há muito tempo procurando a maneira de ser feliz. Se ainda não a encontrou, continue porque a felicidade é uma conquista do próprio interessado e se fará mediante o esforço do dia-a-dia.
Essa possibilidade está aberta a todos, porque todos têm acesso e dependerá da maneira de agir de cada um, naturalmente podem ser felizes, especialmente se “fizer muito e esperar pouco”, sempre terá motivos para ser feliz, porque por mais difícil que seja a vida sempre há motivos para sorrir.
E nessa busca a decisão é imprescindível, mas não fique inativo esperando que ela bata a sua porta, sem que despenda o mínimo esforço para conquistar o seu objetivo e pode estar perdendo tempo.
Para ser feliz é preciso colocar o pé na estrada.
Amando e compreendendo o próximo, porque este é o caminho mais reto e mais fácil, mas parece que as pessoas nesse passo da vida têm mais dificuldades.
Todavia, se acalenta esse sonho não deixe de sonhar, mas também de trabalhar, porque é a maneira de não se perder esse facilitador para que alcance a tão sonhada felicidade.
Porém ela se apresenta de mil faces, onde cada um encontra um motivo para ser feliz, mas depois chegando a esse patamar, a busca pela felicidade continua avançando, essa possibilidade representa o incentivo para que continue a marcha progressiva.
Luzes da Ribalta
Pelo Espírito de Áulus
Otacir Amaral Nunes
A EMANCIPAÇÃO DA ALMA
Em O livro dos espíritos, a alma é conceituada como “um Espírito encarnado”. 166 Esta definição traz algumas implicações, entre elas a indicação de que o encarnado vivia anteriormente em outro plano e, ao sair de lá para reencarnar, não estaria impedido de manter contato com os seus habitantes, como usualmente fazemos com pessoas que vivem em outras cidades, países ou continentes.
Nestas circunstâncias, ensina o Espiritismo, o intercâmbio entre um plano e outro pode ser regularmente estabelecido por meio de duas vias: a mediúnica e a utilizada diretamente pelo próprio encarnado. Pela via mediúnica o Espírito renasce como médium, pessoa possuidora de uma organização física apropriada, sensível,167 que lhe favoreça atuar como intérprete de pensamentos e de sentimentos dos desencarnados. Pela outra via, objeto deste estudo, a comunicação é realizada pelo próprio encarnado, quando este se encontra no estado de emancipação da alma, assim definido por Allan Kardec, mas que vulgarmente, no meio espírita, é conhecido como anímico ou, ainda, de desdobramento espiritual.
Entretanto, as duas vias de comunicação usualmente se sobrepõem, de forma que não é fácil discernir, com exatidão, quando um fenômeno é exclusivamente mediúnico ou anímico.
Nas ocorrências anímicas (ou de emancipação da alma) o Espírito se desprende parcialmente do corpo físico, torna-se mais livre, mais independente ou mais emancipado, e, por si, presencia ou participa de acontecimentos em ambas as dimensões da vida, e então consegue entrar em contato com Espíritos, encarnados e/ou desencarnados.
O livro dos médiuns explica que as ocorrências anímicas são fenômenos naturais, tal como acontece com a mediunidade, pois ambos estão relacionados às propriedades do perispírito, uma vez que “[...] no princípio de que tudo o que foi dito sobre as propriedades do perispírito após a morte também se aplica ao perispírito dos vivos [encarnados].”168 Sendo a emancipação da alma intrínseca à natureza humana, destaca Allan Kardec, o corpo é o “[...] envoltório e o instrumento do Espírito e, à medida que este adquire novas aptidões, reveste outro envoltório apropriado [...]”,169 modelado e adaptado às necessidades de sua evolução.
Referência
166 KARDEC, Allan. O livro dos espíritos. Q.134, p. 104, 2013.
167 Id. O livro dos médiuns. Segunda parte, cap. XIV, it. 159, p. 169, 2013.
168 KARDEC, Allan. O livros dos médiuns. Cap. VII, it. 114, p.125.
169 Id. A gênese. Cap. XI, it.10, p. 179, 2013.
Livro Mediunidade Estudo e Prática
FEB
PSICOGRAFIA
CADA UM
Cada um com o seu temperamento.
Cada um com o seu estilo.
Cada um com o seu caráter.
Cada um com as suas conquistas, valores.
Respeitemos a todos e cuidemos de nós.
O que ainda não conquistamos, não desenvolvemos, haverá um tempo, basta esperar com consciência reta e no bem.
E seguindo o caminho traçado com paciência e tolerância, humildade e benevolência haveremos de cumprir bem o que nos compete.
Não devemos atropelar ninguém, apressar a adquirir o que ainda nós não conquistamos e mesmo que houvéssemos conquistado é caridade aguardar que o outro conquiste com plenitude o que ele está fadado a conquistar.
Sem pressa, respeitando para sermos respeitados.
Tudo tem seu tempo certo, realizemos o melhor e isto basta.
Doemos de nós o que conquistamos e deixemos o outro que no seu tempo ele saberá colher o que semeou ou aprenderá a semear selecionando o melhor grão.
Zelar primeiramente de nós para que nossas conquistas estimulem aqueles que nos acompanham a jornada.
Se pudermos auxiliar bom pra nós, será um grande mal interferir na ação do outro.
Respeito acima de tudo e assim seremos mais irmãos, mais amigos e melhores companheiros.
Brilhe a tua luz!
CESFA
Campo Grande/MS.
Espiritismo para Crianças
Marcela Prada
Tema: O bem
O TRABALHO NO BEM
Gabriel era um menino muito correto. Respeitava a professora, cumpria seus deveres e as regras da escola. Mas não tinha muitos amigos. Era tímido e quieto. Passava o recreio lendo ou vendo os outros meninos jogar bola.
Ele tinha vontade de jogar com eles, mas nunca era convidado. Às vezes ele via os meninos divertindo-se juntos, dando risada, mas Gabriel estava sempre fora das brincadeiras.
Um dia, na saída da escola, os colegas estavam combinando alguma coisa e um deles falou:
– Gabriel, amanhã é sábado, não tem aula, mas a gente virá à escola; você quer vir com a gente?
O garoto sorriu satisfeito e respondeu:
– Tá bom!
Gabriel nem sabia o que iriam fazer, mas ficou tão contente por ter sido convidado, que aceitou, e no outro dia, de manhã, no horário combinado, estava lá, juntando-se ao grupo.
Os meninos estavam animados, cochichando, rindo, e carregando umas latas de tinta.
– Toma aqui uma, Gabriel, nós vamos pintar a escola – disse um deles.
– Tá bom! – disse Gabriel, pegando a lata, sem ainda entender muito bem o que iam fazer.
Gabriel, na sua ingenuidade, achou que iriam melhorar o aspecto da escola, mas não foi isso o que aconteceu. Os meninos começaram a pichar o muro com rabiscos feios e palavrões.
Quando percebeu a situação, Gabriel se assustou. Não queria fazer aquilo. Sabia que era errado e que ele deveria ir embora. Mas não conseguiu. Continuou ali parado, carregando as tintas, enquanto eles pichavam. Achava que os meninos ficariam bravos com ele se saísse. Além do mais, se ele ficasse, poderia ser aceito no grupo dali para a frente.
De repente, um carro veio com velocidade, parou ao lado deles e um homem desceu.
Era o diretor da escola, o professor Cláudio, que deu uma bronca nos meninos e mandou todos para casa, dizendo que marcaria reunião na escola, com os pais deles, na segunda-feira.
Gabriel ficou arrasado. Chegou a casa chorando e contou para sua mãe tudo o que tinha acontecido.
A mãe compreendeu a situação, deu alguns conselhos para o filho e também o acalmou, dizendo que tudo ficaria bem.
Gabriel parou de chorar, mas ainda se sentia mal. Já imaginava os professores e outros alunos olhando para ele com olhares de reprovação. Ele passou o resto da manhã triste, fechado em seu quarto.
Na hora do almoço, depois de comerem, sua mãe avisou:
– Filho, hoje é o dia da distribuição das cestas básicas para as famílias cadastradas no nosso centro espírita. Lembra que nós estávamos pedindo doações e arrecadando alimentos? Então, hoje será o dia da distribuição. A nossa casa espírita estará bem movimentada e contamos com a ajuda de voluntários. Você disse que poderia ajudar, então sairemos daqui a pouco, está bem?
– Não, mãe! Eu não posso ir! – disse Gabriel. – Tem gente lá que tem filho na minha escola. Já devem estar sabendo que eu estava no grupo da pichação. Como eu posso pichar a escola de manhã e querer fazer a caridade à tarde? Não dá, né? – disse Gabriel, ainda constrangido.
– Claro que dá! Jesus é tão bom, que nos aceita para o trabalho do bem, do jeito que estivermos, com aquilo que conseguirmos fazer. Basta termos disposição, que, em alguma coisa, sempre poderemos ser úteis. Vamos! Eu quero que você vá!
A mãe de Gabriel lembrou ainda o ensinamento evangélico: “o amor cobre a multidão de pecados”. É justamente o trabalho no bem que nos dá méritos para lidarmos com as nossas faltas e erros cometidos.
Ela insistiu e ele acabou indo.
Chegando ao centro espírita, encontraram muitas pessoas. Vários trabalhadores e uma fila enorme de assistidos, que esperavam as doações.
Havia muito trabalho a ser feito: conferir os nomes, carregar as cestas, arrumar as cadeiras no salão, onde as pessoas ouviriam a palavra do evangelho e a prece, e ainda colaborar na limpeza, na preparação do lanche, entre outras coisas.
Gabriel foi chamado a ajudar na cozinha. Ele tinha que cortar os pães e fazer os sanduíches que seriam servidos. Outras pessoas também trabalhavam ali. Eram pessoas simpáticas que o trataram muito bem, ensinando a ele o serviço. Elas estavam animadas, riam, elogiavam o que estava sendo feito.
Gabriel logo se identificou com elas e sentiu-se bem por estar naquele grupo. Aos poucos, ele esqueceu seus problemas, começou a conversar e, sem perceber, começou a sorrir também.
No final da tarde, depois de concluídas todas as tarefas, o dirigente reuniu os trabalhadores e agradeceu a participação de todos. Em seguida, fez a prece de encerramento e todos se despediram.
Gabriel sentiu-se satisfeito por ter participado daquela tarde na qual tantas famílias tinham sido beneficiadas com alimentos e carinho. Retornou para casa renovado, com outro ânimo. Ele voltou a se considerar uma boa pessoa. Estava encorajado e pronto para reparar seu erro e não voltar a cometê-lo.
Na segunda-feira houve reunião na escola. As câmeras de segurança haviam filmado tudo. Gabriel estava envergonhado, mas o diretor Cláudio que o conhecia bem apenas conversou com ele e fez algumas recomendações.
O episódio passou e com o tempo foi ficando até esquecido por Gabriel. Porém, ele não esqueceu a lição que aprendeu: que o trabalho no bem é um grande remédio para muitos males.
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O Consolador
Revista Divulgação Espírita
2025
A CONDIÇÃO MENTAL DO ESPÍRITO REENCARNANTE
Ricardo Baesso de Oliveira
Qual a condição mental do Espírito ligado ao feto em processo reencarnatório?
De acordo com Allan Kardec, o momento da encarnação é acompanhado de uma perturbação muito maior e, sobretudo, mais longa do que a perturbação que acomete o Espírito ao desencarnar. Esclarece Kardec que pela morte, o Espírito sai da escravidão; pelo nascimento, entra para ela.1
Allan Kardec mostra que, no período gestacional, o reencarnante encontra-se em estado psíquico de perturbação que persiste até que a nova existência se ache claramente formada. Os prelúdios da reencarnação são uma espécie de agonia para o Espírito. 2
Esclarece também que o Espírito nessa condição não tem consciência plena de sua existência 3, e não desfruta completamente de suas faculdades. A perturbação tem início com a concepção e, vai crescendo até o nascimento. Nesse intervalo, seu estado é mais ou menos o de um Espírito encarnado durante o sono do corpo. À medida que a hora do nascimento se aproxima, suas ideias se apagam, assim como a lembrança do passado, de que não tem mais consciência. 4
Mostra ainda, Kardec, que a plenitude das faculdades do Espírito não é recobrada imediatamente ao nascimento, pois elas se desenvolvem gradualmente com os órgãos. Para o reencarnante é uma nova existência; é preciso que aprenda a servir-se de seus instrumentos. As ideias lhe voltam pouco a pouco, como a um homem que desperta e se encontra numa posição diferente da que ocupava na véspera. 5
Essas informações apresentadas por Allan Kardec têm o caráter da revelação. Foram dados obtidos de seus contatos com entidades desencarnadas. Em nossos dias, muitos pesquisadores ligados às neurociências têm-se interessado pelo estudo da psicologia do feto e algumas evidências estão disponíveis.
No período pré-natal, desenvolvem-se no feto as capacidades de aprender e lembrar, bem como as de responder aos estímulos sensoriais. O feto responde à voz da mãe e desenvolve preferência por ela. Estudos mostram que os fetos podem aprender e lembrar das experiências intrauterinas, e que reagem à voz da mãe. Os bebês parecem capazes de utilizar informações do tato mesmo no período pré-natal. Bebês nascidos com apenas 28 semanas de gestação já conseguem reconhecer e lembrar das características de objetos colocados nas suas mãos. 6
Os bebês têm uma grande atração pela linguagem. Provavelmente começam a aprendê-la dentro do útero, porque os recém-nascidos conseguem distinguir sentenças em sua língua materna de sentenças em línguas estrangeiras.7
Ainda não sabemos o momento exato em que a consciência emerge, no recém-nato, mas, segundo o neurocientista francês Stanislas Dehaene, não será surpresa se descobrirem que a consciência já existe na hora do nascimento. Conexões anatômicas de longa distância já se entrecruzam no cérebro do recém-nascido e seu trabalho de processamento não deveria ser subestimado. Poucas horas depois do nascimento os bebês já exibem um comportamento sofisticado, como a capacidade de distinguir conjuntos de objetos com base em seu número aproximado.
Algum grau de organização cerebral se faz necessário antes que nasça a mente consciente, mas que grau de organização é esse? Em que momento ele se estabelece? No feto? No recém-nato? Após alguns meses ou anos? A mente da criança continua sendo uma grande terra incógnita, mas sabe-se que por volta de dois meses de idade, seu cérebro produz uma das marcas distintivas da consciência, a capacidade de conservar informações na memória de trabalho por alguns segundos. Indivíduos com poucos meses de idade são conscientes, afirmam alguns neurocientistas. Com 2 meses de idade o cérebro já emite uma resposta global e consciente à novidade – uma marca de consciência.
O pediatra sueco Hugo Lagercrantz e o neurobiólogo francês Pierre Chamgeus propuseram uma hipótese extremamente interessante: o nascimento coincidiria com o primeiro acesso à consciência. No ventre da mãe, disseram eles, o feto é essencialmente sedado, mergulhado em um líquido que, entre outros, inclui substâncias como o anestésico neuroesteroide pregnenolone e a prostaglandina D2, indutora do sono, fornecida pela placenta. Se essas inferências farmacológicas se confirmarem, o parto é um acontecimento mais significativo do que pensamos: é o autêntico nascimento de uma mente consciente. 8
O pensamento proposto por Kardec e as recentes evidências das neurociências se identificam em alguns conceitos que parecem ser básicos em torno da condição mental do feto (Espírito reencarnante).
O feto não parece dispor de significativa atividade mental consciente. Isso foi posto por Kardec, que admitiu que o reencarnante não tem consciência plena de sua existência, e pelos estudos científicos, que tendem a mostrar que o feto se encontra sob certa sedação, resultado da exposição a certas substâncias químicas.
No entanto, isso não significa que ele esteja absolutamente alheio à realidade que o cerca. Existe óbvia atividade mental inconsciente, conforme atestam estudos em torno do psiquismo fetal.
Há dúvidas quanto à época em que tem início a atividade mental consciente na criança recém-nascida. Segundo Kardec, as faculdades do Espírito não são recobradas imediatamente ao nascimento, pois elas se desenvolvem gradualmente com os órgãos. Os estudos de psicologia dos bebês mostram realmente isso: a cognição infantil evolui com a evolução do cérebro. Aos dois meses de idade, parece existir atividade que se pode considerar consciente, mas numa gradação obviamente menor que no adulto. Não pode ser afastada, todavia, a possibilidade de que o bebê disponha de algum grau de vida consciente já ao nascimento.
Novos estudos são necessários para que tão intrigante assunto seja melhor avaliado.
Referência
1- LE, item 339.
2- Idem
3- LE item 347.
4- LE item 351.
5- LE item 352.
6- Desenvolvimento humano, Diane E. Papalia e Gabriela Martorell.
7- É assim que pensamos, Stanislas Dehaene.
8- Idem.
O Consolador
Revista Divulgação Espírita
2025
O MENINO QUE FAZIA AVIÕES
De: Regina Campelo
Editora: FEB
Mauro era um menino muito esperto e educado que tinha um grande talento para fazer aviões. Os amigos dele, porém, não eram muito legais: sempre se metiam em confusão e diziam que ele não podia escolher as brincadeiras da galera. Um dia, Mauro conhece uma menina diferente, e ela lhe conta como as escolhas que fazemos podem mudar nossa vida para muito melhor, e para sempre. Será que Mauro vai acreditar nela? Não deixe de o ler em família! "O Menino que Fazia Aviões", de Regina Campello, conta a história de Mauro, um menino esperto e educado que tem um grande talento para criar aviões.
Apesar de sua habilidade, Mauro enfrenta um desafio com seus amigos, que não são muito legais. Eles vivem se metendo em confusão e não o deixam escolher as brincadeiras do grupo, o que o impede de expressar sua criatividade plenamente.
A reviravolta na história acontece quando Mauro conhece uma menina diferente. Ela o faz refletir sobre a importância das escolhas que fazemos na vida, mostrando-lhe como elas podem impactar o futuro de forma positiva e duradoura. O livro explora se Mauro irá ou não acreditar nas palavras dessa nova amiga e se isso o ajudará a tomar melhores decisões.
A obra, que possui 32 páginas e é classificada como infantojuvenil, aborda temas como autoconhecimento, influência das amizades e o poder das escolhas pessoais.
A OBRA DO EVANGELHO
Marta Antunes Moura
Francisco Leite de Bittencourt Sampaio
Muitos daqueles que se entregam atualmente aos postulados científicos do Espiritismo condenam os estudiosos das ilações de ordem moral e religiosa, às quais a Doutrina inevitavelmente conduz com as suas expressões fenomênicas, demonstrando as realidades espirituais.
Mesmo aqui no Brasil, onde Ismael fixou as bases luminosas do seu programa, observam-se movimentos sub-reptícios tendentes a nulificar a ação do Evangelho, eliminando as feições religiosas e consoladoras da Doutrina.
Que se crie uma ciência nova sobre a argamassa dos fenômenos espíritas, que se amplie a metapsíquica, com os seus compêndios de complicada terminologia é natural; mas que se olvide que o moderno Espiritismo tem de ser a confirmação do Cristianismo, em sua primitiva pureza, restaurando as forças coletivas para a prática do bem, é inadmissível.
As ciências terrenas têm um valor sobremaneira relativo diante das leis transcendentes que regem o mecanismo dos destinos. O homem físico tem atingido a cumeadas evolutivas, mas o homem moral se ressente de graves lacunas e grandes defeitos. Para o primeiro, a Terra está cheia de novas comodidades e de eficazes tratamentos. Para o segundo, porém, só existe um caminho de progresso — o do instituto cristão.
Na compreensão exata do Evangelho está hoje guardada a solução de todas as crises que assoberbam os humanos. O critério de civilização ou de cultura, sob o ponto de vista mundano, não resolve os sérios enigmas que preocupam a mentalidade geral, porquanto, moralmente falando, o homem está cheio de necessidades. A mensagem do Cristo, ainda hoje, é obscura e desconhecida no ambiente de quase todas as nacionalidades, não obstante as igrejas de todos os matizes, isoladas dos verdadeiros característicos do Cristianismo. Muitos povos esperam ainda a palavra do Mestre para que aproximem as suas leis do Código da Fraternidade e do Amor.
No domínio das coisas espirituais, o homem ainda oscila entre a civilização e a barbaria. Daí se infere a necessidade de se esclarecer o entendimento humano no que se refere aos seus deveres divinos.
Todos os programas dos ideais espiritualistas têm de se basear na melhoria do homem. O Espiritismo terá de reviver o Cristianismo ou terá de perecer; as suas questões científicas são acessórios necessários à sua evolução como doutrina, mas não significam a sua vitalidade essencial. Os que malsinam a obra evangélica, taxando-a de inútil e descabida, não apreenderam as grandes verdades da Vida, despidos do senso das realidades atuais.
É necessário que os espíritas se convençam de que toda a obra doutrinária, sem o concurso da parte moral do Espiritismo, passará como meteoro. Se nas vossas atividades consuetudinárias tendes visto fracassarem inúmeras edificações rotuladas com a nossa fé consoladora, semelhantes desastres são o fruto de injustificáveis irreflexões. Antes de criar os espíritas conscientes dos seus deveres de fraternidade, de humildade e de amor, tendes levantado as obras espíritas, vazias das consciências esclarecidas, inaptas a orientá-las no labirinto das atividades modernas. Criar instituições sem afinar as mentes que as nortearão nos ambientes da coletividade, de acordo com os seus objetivos sagrados, é meio caminho andado para a sua própria falência.
Convencei-vos de que a atualidade necessita do esforço comum de todos à sombra da bandeira da tolerância e da unificação para que se dissemine a lição do Evangelho em todo o planeta. Antes dos cérebros, faz-se mister iluminar-se os corações. O Espiritismo marchará com o Cristo ou se desviará de suas finalidades sagradas. Ou os homens realizam o Evangelho ou a sua civilização terá de desaparecer.
Mensagem recebida pelo médium Francisco Cândido Xavier, em 24-3-1936. FEDERAÇÃO ESPÍRITA BRASILEIRA: Reformador. Ano 94. N. 0 1.762. Março de 1976.
Editorial FEB
2025
MINISTÉRIOS
“Cada um administre aos outros o dom como o recebeu, como bons despenseiros da multiforme graça de Deus.” — (1ª EPÍSTOLA A PEDRO, capítulo 4, versículo 10.)
Toda criatura recebe do Supremo Senhor o dom de servir como um ministério essencialmente divino.
Se o homem levanta tantos problemas de solução difícil, em suas lutas sociais, é que não se capacitou, ainda, de tão elevado ensinamento.
O quadro da evolução terrestre apresenta divisão entre os que denominais “magnatas” e “proletários”, porquanto, de modo geral, não se entendeu até agora no mundo a dignidade do trabalho honesto, por mais humilde que seja.
É imprescindível haja sempre profissionais de limpeza pública, desbravadores de terras insalubres, chefes de fábricas, trabalhadores de imprensa.
Os homens não compreenderam, ainda, que a oportunidade de cooperar nos trabalhos da Terra transforma-os em despenseiros da graça de Deus.
Chegará, contudo, a época em que todos se sentirão ricos. A noção de “capitalista” e “operário” estará renovada. Entender-se-ão ambos como eficientes servidores do Altíssimo.
O jardineiro sentirá que o seu ministério é irmão da tarefa confiada ao gerente da usina.
Cada qual ministrará os bens recebidos do Pai, na sua própria esfera de ação, sem a ideia egoística de ganhar para enriquecer na Terra, mas de servir com proveito para enriquecer em Deus.
Livro "Caminho, Verdade e Vida"
Pelo Espírito Emmanuel
Francisco Cândido Xavier
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